No papel de Vogal Executiva do Centro Hospitalar da Universitário do Porto, Rita Moreira abraça desafios e posiciona-se rumo ao sucesso num hospital de referência. Com consciência da complexidade de gerir a vida profissional e pessoal, revela qual a fórmula para assumir riscos e chegar ao equilíbrio.
Rita Moreira é vogal executiva do CHUPorto e encontrou-se numa paixão pela profissão que tem tanto de improvável como de possível e real. Dedica-se inteiramente ao papel de líder nas mais diversas áreas da sua vida e conhece, de perto, o sucesso. Licenciada em gestão de empresas, o mundo da saúde nem sempre foi seu, pelo que encara o caminho pessoal e profissional até aqui trilhado como desafiante, sempre com a certeza de ter em mãos todas as competências e possibilidades para criar, construir, evoluir, melhorar e ser bem-sucedida. “Quando me dizem que não sou médica, acrescento que essa é a minha vantagem. Estarmos fora do aquário para podermos observar e agir.”
Começou pela Deloitte, que considera “uma grande escola para a vida” e foi, também, Vice-Presidente na ARSNorte. Em todos os desafios a que se propôs abraçar, agarrou aprendizagens e sabedoria, aprendeu o máximo sobre as áreas em que se inseria e chegou onde hoje está. “Consegui aprender muito sobre o modus operandi da saúde em Portugal, as ligações ao governo, ao setor social e privado, ao poder local. Tive a sorte de ter bons mentores” revela. Com grande foco na sua vida profissional, o lado pessoal é também merecedor de atenção, tempo e dedicação e a conjugação destes dois âmbitos nem sempre é fácil, exigindo uma grande capacidade de se adaptar e gerir tempos e esforços em prol de cada um. “A conjugação da vida profissional, quando temos este tipo de responsabilidade, funções e cargos é sempre complexa. Desde março de 2020 que nos temos vindo a adaptar a realidades mutantes. Nós, mulheres de topo, os nossos filhos e maridos. Falar em equilíbrio é sempre complexo, uma vez que de mim se espera que seja a melhor em todos os papéis, nunca podendo faltar nada em nenhum deles. Não estou com isto a dizer que somos melhor que outros. Apenas que exige muito mais de nós, se queremos fazer bem, melhor e atingir resultados em todas as frentes onde atuamos.”
Apesar disso, a evolução é uma constante e as novidades surgem a um ritmo motivador. O CHUPorto está em constante procura de inovação e melhoria: lançou uma app que ultrapassou os 10 mil utilizadores e instalou agora um novo laboratório de análise que permite aumentar a capacidade de realização de análises para 12mil, diminuindo também o seu custo, avança ainda este ano para a cirurgia robótica, ainda embrionária em Portugal. “Temos mesmo uma mão cheia de surpresas. Se queremos continuar a ser um hospital de referência, para os profissionais que cá se dedicam, alunos e doentes, temos de continuar a crescer. É desafiante pois temos uma grande parte do Hospital instalado num edifício do século XVIII, que precisa de obra de fundo, por um lado, mas por outro é imprescindível apostar na inovação, virar a página, posicionarmos no futuro. Assim, incentivamos equipas e pomos o SNS em movimento e tentando sempre crescer de forma sustentada e pensada.”
Encara o futuro com a certeza de que coisas boas lhe estão reservadas, mas não faz planos àquilo que poderá ter guardado. Dedica todo o esforço e empenho para chegar a bons portos e confessa: “Hoje faço o que gosto. É uma sorte, eu sei, ser feliz no trabalho. Ajuda sentirmo-nos realizados também na vida pessoal. Tenho um lema na vida: dar e receber. Acredito honestamente que quando damos de nós recebemos da igual forma. E aqui tem sido assim, por parte de todas as equipas com quem trabalho, e essencialmente com o restante Conselho de Administração. Para o futuro, tenho um sonho, melhorar o nosso SNS, melhorar o acesso aos cuidados de saúde para a nossa geração e dos nossos filhos. Deixar um bocadinho de mim pelos sítios onde passo. Acho que ser líder é também isso.”
Aceitando sempre os desafios que lhe são colocados, irá seguir para um novo, mais ambicioso, já no próximo ano. Fará parte da equipa da Direção Executiva do SNS, liderada pelo Professor Fernando Araújo. A expectativa para esta equipa e a função que têm pela frente é enorme mas, mais uma vez, vai de encontro à paixão da Gestora. Construir um melhor SNS.