Foram conhecidos no dia 20 de outubro os vencedores do Prémio Grünenthal Dor 2022, que reconhece o que melhor se faz em Portugal ao nível da investigação básica e clínica na área da dor. Este ano, os trabalhos vencedores, a quem foi atribuído um prémio no valor de 7500 euros, são liderados por Inês Oliveira, investigadora do Instituto Universitário de Lisboa, Centro de Investigação e Intervenção Social (CIS-ISCTE), com um estudo na área da investigação clínica, e António Salgado, coordenador do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde (ICVS) e vice-presidente de Investigação da Escola de Medicina – Universidade do Minho, com um trabalho na área da investigação básica.
“Sensing the body matters: Profiles of interoceptive sensibility in chronic pain adjustment” é o título do estudo liderado por Inês Oliveira, que explora um tópico inovador sobre as relações corpo-mente no ajustamento à dor crónica. O trabalho debruça-se sobre a interocepção, ou seja, a capacidade de o cérebro reconhecer as sensações e estímulos internos, como fome, sede ou cansaço, fundamental para a regulação da saúde, mas frequentemente perturbada nas pessoas com dor crónica e cujo papel no ajustamento à dor é ainda pouco compreendido.
António Salgado lidera a equipa que realizou o trabalho “Cerebral Organoids ro Study Central Mechanisms of Pain: The Effect of Stem Cells Secretome on Opioid Receptors and Neuroplasticity”, que incide sobre um tema na ordem do dia: os tratamentos à base de opiáceos. De facto, mais de 90% dos doentes com dor crónica recebem este tipo de tratamentos, o que conduziu a uma crise de saúde pública com impactos duradouros no bem-estar social e económico devido à dependência de opiáceos.
O prémio foi entregue no dia 20 de outubro, no âmbito do VIII Congresso ‘Integrar para cuidar’, da APED, que decorreu na Faculdade de Medicina do Porto.