UM ANO DE EXCELÊNCIA NA PSICOLOGIA E NA PROMOÇÃO DO BEM-ESTAR

TANIA GASPAR
Em 2024, Tania Gaspar destacou-se pelo seu notável trabalho em várias frentes, sendo acompanhada por uma equipa dedicada de profissionais. Ocupando cargos de relevância internacional e nacional, Tania Gaspar coordenou o colaborativo Health Behaviour School-aged children da Organização Mundial de Saúde, dirigiu o Serviço de Psicologia Inovação e Conhecimento (SPIC) na Universidade Lusófona e liderou o Laboratório Português de Ambientes de Trabalho Saudáveis (LABPATS). Como Presidente da Aventura Social Associação, IPSS, Tania Gaspar conduziu iniciativas sociais e educativas, enquanto como consultora, apoiou a avaliação, planeamento e implementação de programas em nível organizacional e municipal. Adicionalmente, Tania Gaspar é Vice-presidente da Associação Portuguesa de Psicogerontologia, professora universitária e supervisora, bem como psicóloga clínica na Clínica CENC em Lisboa, demonstrando um compromisso incansável com o bem-estar e a saúde mental em várias esferas da sociedade.

O desafio que a Liderança no Feminino me colocou foi fazer um texto sobre o
trabalho que tenho desenvolvido durante o ano de 2024. Quero antes de mais agradecer a oportunidade e felicitar a iniciativa à Liderança no Feminino.

De seguida salientar que tudo o que tenho realizado é desenvolvido num estreito
trabalho em Equipa, nada seria possível sem o trabalho, dedicação e profissionalismo
das muitas pessoas extraordinárias que comigo trabalham e acompanham os meus
desafios e projetos.

Ccoordenadora do Health Behaviour School-aged children colaborativo da
Organização Mundial de Saúde

Desde 1998 colaboro com Health Behaviour Scholl Aged Children que é um estudo colaborativo da Organização Mundial de Saúde que é realizado em 51 países. O estudo é realizado em todos os países de 4 em 4 anos com o objetivo de avaliar e monitorizar a saúde das crianças e adolescentes numa perspetiva biopsicossocial e ambiental. O estudo inclui variáveis relacionadas com a saúde física, saúde mental, estilos de vida, comportamentos de risco, relações interpessoais (amigos, família, professores), com os contextos (escola, comunidade, cidadania) e temas emergentes como a saúde ambiental, atitudes face à migração etc.

O conhecimento que obtemos neste estudo permite:

 Aceder a informação sobre a saúde dos adolescentes numa perspetiva ecológica,
envolvendo a saúde física, psicológica, social e ambiental;
 Aceder e comparar a informação sobre a saúde dos adolescentes de diferentes grupos, nomeadamente, género, idade, condições de saúde, estatuto socio económico, região – permitindo definir políticas e medidas especificas Comparar e relacionar a informação sobre a saúde dos adolescentes, numa perspetiva sistémica relacionando diferentes contextos sociais e diferentes comportamentos de risco, estabelecendo perfis de maior risco para a saúde.
 Comparar os resultados da saúde dos adolescentes portugueses com outros
países, nomeadamente com outros países mediterrâneos.
 Monitorizar a evolução (4 em 4 anos) da informação, permitindo avaliar o
impacto de políticas e medidas, e a seleção de áreas prioritárias de intervenção.

Desenvolvemos uma rede Nacional e Internacional
O HBSC/OMS tem uma rede nacional com a Direção-Geral da Saúde, HEI LAB/Universidade Lusófona; Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, Direção-Geral da Educação, Ordem dos Psicólogos Portugueses e outras entidades em área da saúde especificas, ICAD, AC, Municípios, etc. O Estudo conta com 51 países da Europa e América. https://hbsc.org É um estudo colaborativo da Organização Mundial de Saúde, são desenvolvidas diversas atividades e publicações com a WHO European Region e UNICEF Internacional.

Partilho Atividades de Gestão e Coordenação associadas ao HBSC/OMS, tais como ser: Membro da Comissão de Coordenação Internacional do Health Behaviour School-Aged Children/Organização Mundial de Saúde (2021 – ) Coordenadora para Portugal, Coordenadora da Zona A (Países Mediterrâneos) Health Behaviour School Aged Children/ Organização Mundial de Saúde. Membro da Comissão Eleitoral da Coordenação Internacional do Health Behaviour School-Aged Children/Organização Mundial de Saúde (2022) Expert consultative group on adolescent well-being measurement/World Health Organization Expert consultative group on children and adolescent well-being to European Observatory on Health Systems and Policies

Diretora do Serviço de Psicologia Inovação e Conhecimento (SPIC)/Universidade Lusófona

Temos por objetivo promover a saúde psicológica, bem-estar e competências na comunidade educativa e junto da rede de parceiros sociais e organizacionais, através do desenvolvimento de atividades de intervenção psicológica, promoção de saúde, formação e investigação.
O SPIC tem as seguintes valências:
 Avaliação e intervenção psicológica (apoio psicológico individualizado/intervenções clínicas, orientação e aconselhamento vocacional, intervenção em grupos terapêuticos);
 Promoção de saúde, bem-estar psicológico e competências da comunidade educativa (dar exemplos de atividades a decorrer no SPIC relacionados com estas áreas, e.g., mentoria/tutoria, programas de promoção de competências pessoais e socio-emocionais, ações de promoção de saúde, programas de promoção de competências de empregabilidade…;
 Formação, consultoria e investigação (e.g., acolhimento e supervisão de estágios, intervisão, ações de formação interna e externa, investigação e intervenção/ação…)
 Organizacional (e.g., avaliar a eficácia e o impacto dos diferentes projetos, programas e ações, desenvolver formação qualificada dirigida aos profissionais e desenvolvimento profissional, desenvolver práticas de avaliação sistemática de riscos psicossociais, elaborar de planos de prevenção e intervenção nos riscos psicossociais).

As atividades do SPIC pretendem promover de forma direta a saúde mental e o bem- estar dos estudantes e de forma indireta através do envolvimento do pessoal docente e não docente e da comunidade externa à Universidade.

As atividades são desenvolvidas em 3 níveis: Nível 1: Atividades universais – Podem abranger a totalidade dos/as estudantes, pessoal docente e não docente e comunidade; Nível 2: Atividades seletivas para grupos específicos – Pretendem abranger um número mais restrito de estudantes identificados/as como pertencentes a grupos de maior risco (estudantes do primeiro ano, deslocados e/ou em desvantagem socioeconómica, profissionais de atendimento direto, investigadores, etc.); Nível 3: Atividades específicas a nível da saúde mental e do insucesso escolar – Pela sua natureza, serão resposta para uma percentagem menor de estudantes, pessoal docente e não docente e comunidade. Saliento o Programa Let’s SPIC About pretende ser um momento onde vamos abordar temas relevantes e emergentes relacionados com a saúde mental e o bem-estar. Conta com a participação de psicólogos, outros especialistas na área da saúde, educação, tecnologia, trabalho etc. e pessoas da sociedade, tais como jovens, gestores, pessoas com doença crónica, atletas entre outros. Em conjunto, numa conversa informal, partilhar conhecimento, experiências, perspetivas e soluções para a gestão de diferentes desafios da atualidade.

Coordenadora do Laboratório Português de Ambientes de Trabalho Saudáveis (LABPATS)

O Laboratório Português de Ambientes de Trabalho Saudáveis tem como objetivo o estudo aprofundado, sistemático e ecológico da saúde e bem-estar dos profissionais e das organizações e a colaboração na promoção e proteção da saúde e dos riscos em contexto laboral. Caracterizamos a situação nacional ao nível das necessidades de intervenção e da fundamentação, design/estruturação, avaliação e inovação de programas de intervenção e políticas com impacto na saúde e bem-estar, desenvolvimento saudável e sustentável dos profissionais e das organizações em constante ligação à sociedade, numa lógica ancorada no triple bottom line (Profit, People, Planet).

Podem ser identificados os seguintes objetivos específicos:
 Caracterizar as necessidades ao nível da promoção da saúde e proteção da doença, dos riscos psicossociais no trabalho dos profissionais e das organizações em Portugal relacionando com o desempenho.
 Avaliar as respostas e respetiva adequabilidade às necessidades;
 Identificar e disseminar boas práticas;
 Propor medidas adequadas às entidades competentes;
 Identificar e propor áreas / temas relevantes e emergentes para investigação e
desenvolvimento
 Estudar aprofundadamente a relação entre bem-estar e produtividade numa
perspetiva estratégica
 Divulgar dados em relatório anual
 Formação e consultoria na área dos ambientes de trabalho saudáveis.
 Dar pareceres sobre assuntos relevantes na área dos ambientes de trabalho
saudáveis.

Todo o trabalho é desenvolvido através de Redes Nacionais e Internacionais. O LABPATS integra diversos parceiros nacionais: entidades governamentais e não- governamentais, ordens profissionais, sociedades científicas e da sociedade civil relevantes, Universidades e Centros de Investigação. O LABPATS conta com um Internacional Group Advisor com representantes da OCDE (Organisation for Economic Co-operation and Development) e WHO (European Office for Prevention and Control of Noncommunicable Diseases (NCD Office), e investigadores de relevância internacional. Este grupo de parceiros acompanhar e dá pareceres sobre a estratégia e produtos contruídos pelo LABPATS e participam nos momentos de disseminação, conferências e publicações.

Em 2024 fomos apresentar na Assembleia da República à Comissão de Saúde o trabalho desenvolvido pelo LABPATS, com foco no trabalho que realizamos com as organizações de saúde do SNS. Em maio, todos os anos, realizamos o Congresso Internacional de Ecossistemas de Ambientes de Aprendizagem e Trabalho Saudáveis no qual apresentamos e discutimos as implicações praticas e para as políticas publicas dos resultados obtidos no ano anterior.

Presidente de Aventura Social Associação, IPSS

A Aventura Social – Associação (ASA) é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) que tem por objeto a promoção de saúde, educação para a saúde, prevenção da doença, investigação, formação, intervenção comunitária, trabalho de parceria e em rede, elaboração de programas de promoção de competências pessoais e sociais, de estimulação/reabilitação cognitiva, entre outros, supervisão, consultoria, entre outros. A associação pretende fazer chegar os seus serviços ao maior número de pessoas possível, abrangendo vários contextos, principalmente os mais desfavorecidos. Assim, conta com a colaboração/cooperação das instituições parceiras (agrupamentos de escolas, centros de dia, lares, juntas de freguesia, etc.), podendo desenvolver a sua intervenção nos espaços das instituições parceiras ou ao domicílio (no caso de utentes com mobilidade reduzida). A Aventura Social – Associação é composta por uma equipa multidisciplinar, com profissionais que desenvolvem o seu trabalho há vários anos e em áreas distintas, o que permite que o apoio prestado seja realizado com a garantia de qualidade e profissionalismo, indo ao encontro das reais necessidades dos indivíduos que usufruem dos serviços da associação. Saliento o projeto Be The Change desenvolvido com apoio da Câmara Municipal de Lisboa que teve como objetivo promover competências, projetos de vida e capacidade de participação ativa de jovens em desvantagem social, económica e com insucesso escolar, contribuindo para a sua formação e integração no mercado de trabalho.

Consultora

Como consultora desenvolvo trabalho de avaliação, planeamento e apoio à implementação de programas e projetos, ao nível organizacional e municipal. Saliento um exemplo do Projeto desenvolvido pelo CASMI no qual sou consultora científica, denominado “Diagnóstico de saúde mental de crianças, adolescentes e jovens do município de Vale de Cambra” que pretende contribuir para o conhecimento científico na promoção da saúde mental infantojuvenil, fornecendo informações valiosas a stakeholders e contribuir para a definição de políticas de saúde pública, de educação e sociais, realizado pelo CASMI. O projeto Europeu Health4EUKids da Direção-Geral da Saúde nos municípios de Alter do Chão e Portalegre com o objetivo de promover saúde e bem-estar nas crianças, jovens e comunidade numa perspetiva ecológica envolvendo todos os setores área da saúde, educação, social e laboral. Saliento ainda a formação realizada na Presidência de Conselho de Ministros no âmbito do Coaching de Lideranças, com o objetivo de capacitar as lideranças para gerir eficazmente as mudanças organizacionais, promovendo uma cultura de inovação, resiliência e liderança transformacional.

Vice-presidente da Associação Portuguesa de Psicogerontologia

A contribuição para o combate ao idadismo, promoção de qualidade de vida e participação ativa da população idosa. Por um lado, através do prémio anual Envelhecimento Ativo Dra. Maria Raquel Ribeiro que reconhece pessoas com 80 ou mais anos de idade que mantenham atividades de relevo na sociedade. Por outro, através da investigação temos aprofundado o conhecimento sobre a literacia e e-literacia em saúde da população ao longo da vida, a sua relação com a saúde biopsicossocial e ambiental. Organizamos anualmente o Encontro de Psicogerontologia onde aprofundamos com os parceiros sociais, investigadores e decisores políticos as prioridades e temas emergentes na área do envelhecimento.

Professora universitária e supervisora

Acompanho estudantes durante toda a sua formação de psicologia que implica cerca de no mínimo 6 anos: 3 anos de licenciatura, 2 anos em mestrado e 1 ano em estágio profissional, alguns estudantes seguem para3/4 anos de doutoramento. É um gosto e um orgulho imenso acompanhar estes estudantes, assistir ao seu desenvolvimento como profissionais e pessoas e muitos tenho a sorte de continuar a trabalhar com eles durante os anos seguintes.

Psicóloga clínica na Clínica CENC em Lisboa

Mantenho a minha prática clínica um dia por semana, a experiência profissional, académica e de investigação tem o seu reflexo no apoio às pessoas que procuram melhorar, conhecerem-se melhor, gerir melhor os desafios pessoais, familiares, laborais e outros acontecimentos de vida. A psicoterapia não faz desaparecer os problemas nem as dificuldades na infância, ajuda a compreender, aceitar, integrar, gerir e viver mais consciente de si, com maior bem-estar e capacidade de reconhecer as forças e fragilidades.

Por fim tenho tentado fortalecer o papel fundamental da psicologia e dos psicólogos na definição de Políticas Públicas em especial na área da saúde, trabalho e educação, seguem alguns exemplos desse caminho:

 Consultora no Ministério do Trabalho, Solidariedade Social – Membro da Comissão para a elaboração do Livro Verde do Futuro da Segurança e Saúde do Trabalho (Despacho n.º 7549/2023, de 20 de julho) ; Membro consultor da Secretaria-Geral do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) para a avaliação no âmbito do Gabinete de Apoio Psicossocial (GAP).

 Membro da Comissão de Ética para a Investigação Clínica /INFARMED /Ministério da Saúde

 Autora do Manual de Boas Práticas na Promoção de Ambientes de Trabalho Saudáveis / Programa Nacional de Saúde Ocupacional/Direção-Geral da Saúde

 Autora de Policy brief sobre Literacia em Saúde ao Longo do Ciclo de Vida com a Direção-Geral de Saúde

 Colaboração no “Observatório de Saúde Psicológica e Bem-estar” criado pela Direção- Geral de Estatísticas da Educação e Ciência.

 Colaboração com a Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, Direção- Geral da Educação na definição de programas e políticas para a promoção da saúde dos jovens.

 Membro do Conselho Consultivo do FÓRUM SAÚDE XXI para a construção de “Action Paper” “Sistema de Saúde para o Século XXI”

 Consultora CES – Conselho Económico Social – audição pelo Conselho Económico e Social, no seio da Comissão Especializada Permanente de Política Económica e Social (CEPES), para o Grupo de Trabalho plurianual sobre o crescimento económico em Portugal para elaborar um Parecer de Iniciativa sobre A produtividade e a Qualidade do Emprego em Portugal.

Com a minha equipa temos feito um trabalho consistente, dedicado e resiliente que consideramos ser um importante contributo para a compreensão e melhoria da saúde global das pessoas, organizações e sociedade. Continuamos juntos nesse caminho em 2025