A salicórnia é uma planta que possui a propriedade de se desenvolver em ambientes com elevada salinidade (planta halófita). Assim, cresce naturalmente em zonas costeiras, lagos, pântanos e rias.
Durante muitos anos foi conhecida como a praga das salinas, sendo considerada uma erva daninha, mas reapareceu como um produto gourmet, principalmente utilizado em saladas, sopas e pratos de peixe. Por ter um aspecto semelhante aos espargos, também é designada “espargo do mar”.
Pode ser utilizada em diversos cozinhados, dando-lhes um sabor salgado, o que tira o lugar do sal. Nutricionalmente é rica em vitaminas como A, B e C e ainda em minerais como cálcio, ferro. O “sal verde” que resulta da sua desidratação e trituração, é um pó salgado, que tem um teor de cloreto de sódio muito inferior ao que habitualmente se usa na cozinha.
O sódio é um mineral essencial ao organismo, sim, mas não esqueçamos que 5 g por pessoa é a quantidade máxima diária recomendada pela Organização Mundial de Saúde. Não esqueçamos ainda que a ingestão excessiva de sal pode resultar em pressão arterial alta, AVC, insuficiência cardíaca, retenção de líquidos, pedras nos rins, entre tantos outros efeitos indesejados.
Um artigo recente do JN dizia que, se “para já a utilização de salicórnia está praticamente confinada à cozinha gourmet, o objetivo é que, no futuro, qualquer dona de casa possa usar esta planta para temperar a comida”. Quem a usa diz que se adapta mais facilmente ao peixe do que à carne, mas nada como experimentar.
Na UTAD, decorre a investigação que estuda a produção de salicórnia in vitro, com o objectivo de a tornar mais acessível e permitir a sua produção em maior escala durante todo o ano.
Ana Bravo
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