A plataforma wehelpukraine.org foi lançada 2 dias após o início dos conflitos, com a ajuda de programadores e empresas de tecnologia portuguesas com o intuito de ajudar os ucranianos que continuam no país a lutar contra a invasão russa ou que estão a fugir do país.
Este projeto pretende funcionar como uma ferramenta tecnológica agregadora e ser o “ponto de encontro de quem precisa de ajuda e de quem quer disponibilizar alojamento, medicamentos e ofertas de trabalho” para as vítimas da guerra na Ucrânia.
Esta plataforma faz a ligação entre quem precisa de ajuda e quem quer ajudar (independentemente de se tratarem de empresas, organizações, associações ou pessoas individuais). Esta ajuda será gerida a partir da plataforma portuguesa, mas o seu impacto é global, tendo até a data registado mais de 6000 ofertas de ajuda em diferentes países no mundo.
Até ao início desta semana a plataforma já registou mais de 450 pedidos de camas, e es- pera-se que este número cresça cada vez mais, ajudando mais famílias ucranianas. Nesta plataforma, a população ucraniana que necessite poderá registar-se para encontrar alojamento, apoio financeiro, jurídico e psicológico, logística de transportes, aulas de língua local e até ofertas de emprego.
Além desta vertente de contacto via plataforma, está também disponível assistência para atendimento por telefone em português, ucra- niano e inglês, e-mail, mensagens instantâneas e videoconferência.
Os contactos para os quais se pode ligar estão disponíveis na plataforma, que tem tradução em 4 línguas: ucraniano, inglês, português e russo.
O projeto arrancou no sábado e já tem mais de duas centenas voluntários e organizações a desenvolver e gerir a plataforma: desde programadores, designers, especialistas em marketing, tradutores, entre outros profissionais, todos com o objetivo comum de levar ajuda de forma mais eficiente a quem dela precisa.
O povo português desdobrou-se em vários projetos solidários nas últimas semanas, em iniciativas como o apoio gratuito dado pela Ordem dos Notários a nível de documentos de viagem, a ajuda disponibilizada por vários psicólogos e advogados. O objetivo da wehelpukraine.org também é incluir e centralizar várias iniciativas solidárias de diversas organizações de forma a agregar valor a estas através da facilitação de informação e contactos que liguem com as suas necessidades, para acelerar a resposta no terreno.
O Presidente da República congratulou o projeto e o esforço solidário dos portugueses que já se juntaram ao #wehelpUkraine.
“Os portugueses são assim, sensibilizam-se por uma causa. Mobilizam esforços, competências e vontades e lançam imediatamente um projeto solidário que é nacional e global” – disse o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, apoiando desde o início esta plataforma.
A iniciativa arrancou com um desafio de Hugo de Sousa, no Linkedin “Vamos construir uma plataforma online para hospedar famílias ucranianas. (…) Quem alinha?”. Disponibilizou-se para trabalhar 48h sem parar para lançar a iniciativa e convidou quem quisesse a juntar-se a ele. Assim nasceu a Taskforce que colocou a plataforma de pé em tempo recorde, nesta que é uma resposta do mundo livre às atrocidades de uma guerra sem sentido nem razão e também uma afirmação civilizacional.
Além do esforço dos voluntários, também empresas como a OutSystems, a Talkdesk e a Teleperformance se juntaram ao movimento. Em 24 horas, o wehelpukraine.org mobilizou mais de 100 pessoas na criação da plataforma on-line que une a oferta solidária às necessidades do povo ucraniano.
Juntam-se agora também municípios como a Câmara Municipal da Guarda e a Câmara Municipal do Barreiro à nossa plataforma, havendo uma sinergia concreta de partilha de dados sobre os números de pedidos de ajuda em tempo real pela plataforma, para que todas as estruturas se consigam organizar e ajudar da forma mais efetiva possível todas as pessoas vindas da Ucrânia. “Não podemos ficar confortavelmente nas nossas casas, a atualizar a nossa fotografia do Facebook com uma bandeira da Ucrânia, enquanto há pessoas a morrer. Acolherei com alegria uma família ucraniana na minha terra natal, Portugal.” – Hugo de Sousa refere não ter ligações afetivas à Ucrânia, mas a empatia fê-lo acreditar que com os seus conhecimentos em Inovação e tecnologia, uma rede de contactos interessante teria capacidades para unir esforços de forma a criar impacto.
Num momento de crise como aquele em que vive a população na Ucrânia, a plataforma WEHELPUKRAINE visa ser o ponto de encontro de plataformas, organizações de resposta em terreno, de pessoas que querem ajudar individualmente ou de empresas, garantindo uma centralização de ofertas de ajuda que permitirá cruzar estes dados com todos os pedidos de ajuda e assim fazer a ligação de forma rápida e segura.