Conheça a incrível história de Florence Nightingale, que deu origem ao Dia Internacional da Enfermagem

Florence Nightingale

Hoje, dia 12 de maio, celebra-se o Dia Internacional da Enfermagem, criado pelo Conselho Internacional dos Enfermeiros, com intuito de homenagear aquela que é a fundadora da enfermagem moderna, Florence Nightingale.

Florence nasceu em 1820, precisamente, há 202 anos, na cidade de Florença. Viveu os primeiros anos da sua vida em Inglaterra, país de origem dos pais, onde teve uma educação bastante rigorosa. Desde pequena que fazia visitas aos doentes com a mãe, o que acabou por se revelar determinante naquela que vinha a ser a área onde Nightingale acabaria por fazer história, muito contra a vontade da família.

Concluiu o curso, na Alemanha, no espaço de três meses (sim, leu bem!) e, com base naquilo que foram as múltiplas experiências que foi recolhendo da enfermagem por toda a Europa, publicou estudos comparativos, ainda que o seu desejo maior fosse fundar uma nova escola de enfermagem, mais evoluída.

Quando a Guerra chegou, em 1853, na Crimeia, Florence foi convidada para se deslocar até Scurati, para ajudar os soldados ingleses, curando-os das mazelas provocadas pelas batalhas. Naquilo que seria um cenário catastrófico, a menina que, outrora, gostava de visitar doentes com a mãe, viu uma oportunidade única para demonstrar que, de facto, a enfermagem profissionalizada, da forma que a via, tinha muito valor, assumindo assim um caráter de indispensabilidade.

Poucas camas. Poucas condições sanitárias. Tratamento indevido dos pacientes. Foi este cenário que Florence viu, ao chegar. Mesmo assim, e com um trabalho admirável, acabou por conseguir transformar inúmeros hospitais de campanha em refúgios para os soldados, que passavam, assim, a ter condições dignas para se esconderem da Guerra.

Não só permitiu que se escondessem, como criou espaços onde os mesmos poderiam, apesar das circunstâncias, obter um pouco de lazer. Durante a noite, as enfermeiras revezavam-se para nunca deixar nenhum combatente sem vigia, o que fez de Florence uma espécie de “anjo da guarda” dos soldados, o que levou a que fosse imortalizada como “A Dama da Lâmpada”.

O papel de Nightingale fez com que a taxa de mortalidade diminuísse de 42.2% para 2.2%. Tendo ficado reconhecida pela sua capacidade de curar os mais doentes, regressou a solo londrino em julho de 1856, quatro meses depois de ter sido feita a Declaração de Paz. Nesse regresso a casa, o país não lhe ficou indiferente, pelo que Rainha Victória de Inglaterra a condecorou com a Cruz Vermelha Real.

Apesar de todo o merecido reconhecimento, Florence Nightingale apenas cumpriu o seu grande sonho no dia 9 de julho de 1860, quando fundou a sua Escola de Enfermagem. Uma escola baseada nos princípios inovadores que têm vindo a transformar o mundo da enfermagem até aos dias de hoje, tal como o conhecemos. Florence foi responsável por definir o ensino teórico e esquematizado necessário, para os estudantes de Enfermagem, que, à data do fim da Primeira Grande Guerra, já se subdividiam pelas mais de mil escolas que, entretanto, foram criadas.

Nightingale, o “anjo da guarda” descoberto na Guerra, concebeu a ação da Enfermagem, tendo favorecido o processo de cura com base na utilização de ar puro, luz e calor, limpeza, higiene, repouso e dieta.

Ainda que hoje pareça intuitivo, foram avanços assinaláveis no mundo da enfermagem, que nunca mais foi a mesma desde a chegada de Florence, que, mais tarde, em 1907, acabaria por se tornar na Primeira Mulher a receber a Ordem de Mérito, pela Rainha de Inglaterra.