
No mundo dinâmico da gestão em saúde e no setor público, a liderança eficiente é crucial para o progresso e inovação. A nossa protagonista, Filipa Machado Vaz, uma mulher de visão, acredita que a verdadeira liderança vai além da profissão e se manifesta na forma como nos relacionamos com os outros em cada interação diária. “A liderança concretiza-se na relação, não na profissão. A forma como lidero vem da forma como me relaciono no dia a dia,” afirma.
Asua trajetória é marcada por uma série de experiências enriquecedoras e desafiantes. Desempenhou funções em várias consultoras internacionais, onde se destacou ao desenvolver propostas estratégicas para entidades públicas e privadas, coordenando projetos transformadores na otimização de processos hospitalares e implementação de soluções digitais na saúde. Com a criação de um Hub de Inteligência Artificial em Saúde e o desenvolvimento de guidelines para a digitalização do setor da saúde em Portugal, Filipa abriu novas fronteiras e trouxe inovação ao setor.
A sua experiência como gestora hospitalar, tanto em hospitais públicos quanto privados, moldou suas competências em gestão eficiente dos recursos e na implementação de projetos de elevada qualidade.
“Os hospitais são, sem dúvida, um dos contextos mais desafiantes para qualquer gestor”
Durante a pandemia de COVID-19, integrou a equipa de gestão do Hospital de Cascais e do Hospital de Campanha do Porto, onde demonstrou resiliência e liderança excecional num contexto único e desafiador. “Integrar a equipa de gestão durante a pandemia foi um grande desafio, num contexto único e muito desafiante. Que não se esquece,” relembra. Além da sua função como manager em saúde e sector público, Filipa é Professora convidada na Nova School of Business and Economics (Nova SBE), onde leciona Liderança e Work Project. Para Filipa, a liderança não começa no trabalho, mas na forma como enfrentamos desafios diários, seja ao entrar no mar para surfar, num jogo de padel, ou nas interações com alunos, colegas e amigos. “A liderança vive-se no dia a dia, pela forma como nos relacionamos com os outros, em cada interação,” explica.
Nas suas aulas, evita conceitos rígidos de liderança. Citando o Professor Miguel Pina e Cunha, com quem leciona na Novasbe, acredita que a liderança deve ser adaptada a cada situação e desafio. Flexibilidade e capacidade de adaptação são fundamentais, sobretudo em contextos de grande pressão e stress. Relembrando o neuro-cirurgião Rui Vaz, com quem já trabalhou, acredita que a liderança é como uma coluna vertebral: a mais resistente é a mais flexível. “Se for rígida, quebra,” afirma. Essa filosofia é essencial para enfrentar os desafios do setor da saúde e do setor público, onde a resiliência e a capacidade de adaptação são cruciais.
Sobre equilibrar a vida profissional e pessoal, Filipa compartilha a máxima “Faz o que gostas e nunca terás que trabalhar um dia na tua vida.” Para Filipa Machado Vaz, o equilíbrio exige planeamento estratégico, gestão eficiente do tempo e a difícil arte de delegar. Mesmo sob pressão, acredita que tudo é possível.
No contexto do Dia Internacional da Mulher, deixa uma mensagem inspiradora: “Não há lideranças femininas ou masculinas. Há liderança.”
Para Filipa Machado Vaz, essa diferenciação não é benéfica para o desenvolvimento de competências e progressão profissional. “As mulheres não precisam de ser mais protegidas, só precisam de ser tão valorizadas quanto os homens. As mulheres são, por essência, igualmente fortes, determinadas e resilientes,” afirma.
O caminho para a progressão na carreira pode ser exigente, mas a resiliência, excelência profissional e capacidade de inovação são determinantes para ultrapassar desafios e fazer a diferença. Filipa Machado Vaz encoraja as mulheres a desafiarem limites, investirem na sua formação, construírem redes de apoio e não deixarem que barreiras estruturais impeçam a sua progressão. “Tudo é possível! Empoderemos homens e mulheres a aspirarem a uma carreira de impacto na gestão. Portugal bem precisa,”conclui.