Cláudia Marques é terapeuta. Dedica-se a acompanhar pessoas a conectarem- se com o seu potencial, a manifestarem a sua própria liderança, um trabalho que acredita, passa por integrar, em vez de separar. Considera o exercício da atenção, um tema central na saúde e bem-estar, citando o trabalho de Daniel Goleman “A Atenção é um músculo mental, é preciso exercitá-lo.”
Desde cedo que sente ter uma sensibilidade e consciência diferente dos demais, que acabava por silenciar pela estranheza que causava, não imaginando que seria essa mesma sensibilidade o caminho para a realização. Licenciou-se em Psicologia na Universidade de Lisboa e considera ter adquirido, aí, ferramentas essenciais e in dispensáveis para o exercício profissional de hoje em dia, como algumas bases, capacidade crítica, uma estrutura e também a componente prática, adquirida no IPO de Lisboa. Continuavam, contudo, perguntas por responder. Seguiram-se novas experiências aliadas a novos conhecimentos e, por consequência, uma nova visão. “Como diz o antigo ditado chinês, o mestre só aparece quando o discípulo está pronto. E tão simples quanto, se queremos mudanças é necessário integrar em vez de separar, todas as partes são importantes, de que forma a mente, as emoções e o corpo se influenciam mutuamente, podendo utilizar intencionalmente essa influência em prol da nossa saúde e bem-estar”, revela.
Toda a formação em que tem investido ao longo dos anos tem contribuído para o seu trabalho. Formação e experiências em diferentes áreas, conhecer diferentes países e lidar com diferentes profissionais são alguns dos aspetos que conferem abertura e visão. “Estes “novos movimentos” na vida, mais expandidos e intencionais, levam-me a crescer não apenas conceptualmente mas de uma forma integral. De referir que o dia a dia, com os seus pequenos desafios, são também eles excelentes professores”, confessa. O seu último emprego foi numa área muito mais técnica, concreta, matemática. Não direta ou propriamente relacionada com a terapia e a psicologia. Como Mulher de vários ofícios, acredita que trabalhar no banco foi uma grande escola, onde a oportunidade do “saber” está escondida a cada esquina, certa de que “Mais do que o que fazemos é como o fazemos. E assistir de perto o quanto o dinheiro é considerado poder na sociedade e o quanto isso move as pessoas no dia a dia, mas também assisti que o dinheiro é algo muito efémero e que o verdadeiro poder está em cada um, sendo o dinheiro uma consequência e não a causa. Estes acontecimentos despertaram-me para a importância de fazermos o nosso trabalho de saber lidar com as emoções, um trabalho fundamental.”
Por entre a partilha de memórias, conta: “Partilho um pequeno episódio de quando ainda trabalhava no Banco para ilustrar a minha visão da vida. Uma manhã fui fazer um exame médico que durava horas, circunstância que me causou um desconforto e um sentimento de culpa enorme porque não estava a atender. Recordo-me perfeitamente, no momento de pausa que tive de fazer durante o exame, passei pelo jardim da Gulbenkian, sentei-me e descalcei-me. Naquele momento, libertei-me desse sentimento e permiti-me sentir o prazer daquele momento, o que foi alquímico. Outras conclusões podem ser referidas, mas a que pretendo destacar, é este princípio que tenho presente na vida: “Nenhum problema pode ser resolvido pelo mesmo nível de consciência que o criou” Einstein. É importante pararmos a “roda do rato”, olhar para a roda sem nos identificarmos e saber fazer as perguntas certas: “O que é para aprender com esta situação? O que está nas minhas mãos que poderei mudar?”
Mas como temos de atravessar tempestades para alcançarmos a bonança, e como todas as áreas os desafios são uma realidade eminente e esta não é exceção. Na terapia, Cláudia Marques debate-se diariamente com o facto da maioria das pessoas estar desconectada das suas emoções e do que precisa para se sentir equilibrada e realizada. “O mais difícil tem sido mostrar como as emoções são o único caminho possível para o crescimento pessoal, reconhecê-las e integrá-las na nossa vida e na nossa essência”, reconhece.
Sonhadora mas com os pés assentes na terra, admite vários cenários para se imaginar em alguns anos e assume querer chegar longe. Remete até para o lado poético do pensar no futuro, dizendo: “Há uma frase de que gosto acerca de liderança: “Liderança é sobre tornar os outros melhores em resultado da sua presença e garantir que o impacto dura na sua ausência” Harvard. O expoente máximo do meu trabalho é a materialização de uma estrutura simples, sólida e sustentável, que quem a experiencie saia com a sensação de acolhimento, expansão e integração; algo a que possam recorrer para desenvolver processos de autoconhecimento e cura interior. Que a minha experiência possa ser o início do caminho para outros.”
Sobre o tema “Terapia: a importância na transição de vida da Mulher”– sendo este o mês de aniversário da revista “Liderança no Feminino” – deixa algumas palavras de apreço e liderança: “ Parabéns à revista “Liderança no Feminino” pelo seu novo ciclo e pela causa que representa, a Liderança Feminina em Portugal. Relativamente ao tema, “Terapia: a importância na transição de vida da Mulher”, o suporte ao longo da vida é importante, saber que temos amigos, família a quem podemos recorrer. Nos momentos de transição continua a ser muito importante esse suporte mas são momentos que exigem de nós uma nova perspetiva, maturidade, um nível diferente de respostas, que os grupos de referência não conseguem proporcionar. Nesses casos o apoio profissional faz diferença, alguém que escuta e dá suporte, que entrega uma perspetiva mais alargada e ferramentas para criar uma nova segurança e sentir-se mais preparada. Também faz parte da nossa responsabilidade, não esperar que os momentos cheguem e fazer por iniciativa, um trabalho de conexão com as emoções, de autoconhecimento, isso também é Liderança.
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