ESEGUR: ONDE INCLUSÃO E EQUIDADE SÃO PRINCÍPIOS CHAVE

Maria da Glória Morão Lopes, Presidente Executiva da ESEGUR
A Revista Liderança no Feminino foi conversar com a Presidente Executiva da
ESEGUR, uma empresa de referência no mercado. Maria da Glória fala-nos das
práticas instituídas que estão na génese da empresa.

COMECE POR CONTAR-NOS A EVOLUÇÃO PATENTE EM QUESTÕES COMO A IGUALDADE DE OPORTUNIDADES E DE GÉNERO DENTRO DA ESEGUR, QUE NESTE MÊS DE MARÇO COMPLETA 25 ANOS DE ATIVIDADE.

A igualdade de oportunidades tem sido uma dinâmica sempre presente na gestão dos recursos humanos da ESEGUR e, no que toca ao género, não tem sido exceção. Definitivamente sempre foi uma não questão na ESEGUR.
Desde a génese da empresa que sempre nos comprometemos em trabalhar de forma
correta e ética. Esta postura sempre existiu, e cada vez mais, de forma permanente e, fundamentalmente, na relação com os nossos colaboradores e colaboradoras. Valorizar homens ou mulheres, independentemente da função que terão de ocupar, fez sempre parte da filosofia da ESEGUR. Prova disso mesmo é a nossa adesão ao Fórum das Organizações para a Igualdade de Género (Fórum iGen), onde defendemos a igualdade e, simultaneamente, partilhamos com outras empresas as nossas Boas Práticas nesse âmbito.

NO ANO DE 2013 A ESEGUR ADERIU AO GLOBAL COMPACT NETWORK PORTUGAL QUE, ENTRE OUTRAS PREOCUPAÇÕES, ASSUMIU UM PAPEL DE DEFESA NA ÁREA DOS DIREITOS HUMANOS E NAS PRÁTICAS LABORAIS. NESTE SENTIDO, CRÊ QUE ESTE PACTO GLOBAL DAS NAÇÕES UNIDAS PROMOVEU, POR
EXEMPLO, A IGUALDADE DE GÉNERO DENTRO DA EMPRESA? CONSIDERA QUE ESSE PODERÁ TER SIDO UM IMPULSIONADOR PARA HOJE VERIFICARMOS QUE NOS CORPOS DE GESTÃO DA EMPRESA SE ENCONTRE UMA MAIORIA FEMININA NA LIDERANÇA?

A nossa adesão ao Global Compact teve que ver, principalmente, com a necessidade de afirmação da nossa atuação no que toca ao respeito pelos Direitos Humanos,  principalmente, no campo das práticas laborais. Não creio, de todo, que terá sido fundamental para que os Corpos Sociais da ESEGUR hoje apresentem uma maioria feminina pois, como já referi, o sentido de equidade está presente na génese da empresa.

A ESEGUR É UMA REFERÊNCIA NO MERCADO NACIONAL DA ÁREA DA SEGURANÇA PRIVADA E ATUA, COMO SE PODE VERIFICAR, NAS MAIS DIVERSAS FRENTES, SEJA NA ÁREA DA TECNOLOGIA OU DO VOLUNTARIADO. CONSIDERA QUE O SEU CRESCIMENTO E REPUTAÇÃO BENEFICIAM DE UMA LIDERANÇA
MAIORITARIAMENTE FEMININA?

No mercado muito competitivo da Segurança privada, a ESEGUR, que celebra este ano
25 anos de existência, sempre beneficiou de uma política de não descriminação de género. Obviamente que o facto de desde há longos anos contar com liderança feminina contribuiu decisivamente para a consolidação dessas práticas.

APESAR DE ESTARMOS A EVOLUIR MUITO NO QUE RESPEITA À PRESENÇA DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO EXISTEM ÁREAS, COMO A DA SEGURANÇA, QUE CONTINUAM A DESCREDIBILIZAR E DESACREDITAR O
PAPEL, CONTRIBUTO E COMPETÊNCIAS DA MULHER. COMO CONTRARIA A ESEGUR ESTE ESTIGMA? O NÚMERO DE MULHERES NAS EQUIPAS DE SEGURANÇA AUMENTA? QUAIS OS OBSTÁCULOS QUE UMA MULHER NESTA
ÁREA PODE ENCONTRAR?

A ESEGUR, desde logo, nos seus processos de recrutamento não manifesta qualquer evidência de preferência de homens ou de mulheres seja no transporte de valores, seja no tratamento de valores, seja na segurança. Constata-se que a área do transporte de valores é ainda uma atividade muito masculina, não o nego, mas não por nossa  preferência, antes talvez, julgo eu, pela exigência física que a profissão acarreta ou pelos pré-conceitos formados que existem igualmente ainda noutras profissões.
Para mim seria uma alegria poder ter mulheres no transporte de valores, tal como temos no tratamento ou na vigilância; ainda não chegámos lá, mas estou certa que caminhamos nesse sentido. Por outro lado, na área da Vigilância felizmente, temos já uma boa percentagem de mulheres a par da percentagem de homens e, neste âmbito, permita-me frisar, que sempre assim foi na ESEGUR. A vigilância no feminino não é uma novidade para nós.

RELATIVAMENTE AOS CARGOS DE CHEFIA, CONSIDERA-SE QUE A MULHER NUM MUNDO MAIORITARIAMENTE DE HOMENS VIVE AS SUAS DIFICULDADES. COMO PODE MOSTRAR-NOS QUE UMA MULHER TAMBÉM PODE SER RESPONSÁVEL PELA SEGURANÇA PRIVADA, QUER DE EMPRESAS, QUER A NÍVEL PARTICULAR?

Considero que ainda há muito caminho a percorrer, designadamente, na promoção de uma cultura de partilha de tarefas familiares entre o casal e a conciliação entre trabalho e vida pessoal e familiar, continua a necessitar de ser limada. É aliás nesse sentido que temos trabalhado na ESEGUR. A título pessoal confesso que neste campo não encontrei as dificuldades de que tanto se fala, ou melhor, talvez as tenha percebido, em determinados momentos, mas nunca se revelaram um entrave na execução do meu
trabalho enquanto mulher e profissional em todos os cargos que ocupei até hoje. Tenho
para mim que quando uma pessoa, seja ela homem ou mulher, é profissional no trabalho
que desempenha irá, com certeza, atingir os seus objetivos e alcançar o que pretende e isto não se aplica apenas a nível profissional, a nível pessoal também. Posso dizer-lhe que a minha carreira profissional nunca afetou a minha vida pessoal e vice-versa.

QUE AÇÕES E/OU EVENTOS A ESEGUR PROMOVE NO SENTIDO DE SENSIBILIZAR AS SUAS EQUIPAS PARA UM TRABALHO IGUALITÁRIO NA QUESTÃO DO GÉNERO? E COMO AGE, NA PRÁTICA, NA APRESENTAÇÃO DE SOLUÇÕES A CLIENTES, QUE PASSEM POR UMA EQUIPA COM ELEMENTOS DO GÉNERO FEMININO, POR EXEMPLO?

Primeiramente, como já havia descrito, a ESEGUR forma as suas equipas, sejam elas Operacionais ou de Direção, sem qualquer base de descriminação e isso começa, justamente, no recrutamento. Acreditamos que é a base para incutir nas pessoas o sentido de inclusão e equidade. Depois, em termos práticos, todas as ações, entre elas, a comunicação interna, as estratégias de gestão dos princípios da igualdade e da não discriminação entre homens e mulheres no mundo laboral, a promoção de
forma sistemática de contratação de homens e mulheres para áreas onde estejam sub-re-
presentados/as, são práticas instituídas na empresa.

ENQUANTO PRESIDENTE EXECUTIVA DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA ESEGUR QUE BATALHAS TEVE DE DESBRAVAR NO ÂMBITO DO SEU CRESCIMENTO PROFISSIONAL ATÉ CHEGAR AO CARGO EM QUESTÃO? CONSIDERA QUE HOJE EXISTE MAIS ABERTURA PARA MULHERES EM PROFISSÕES ONDE É MENOS HABITUAL A PRESENÇA FEMININA?

O meu crescimento profissional foi um longo percurso, como poderão imaginar, com uma
aprendizagem constante, com alguns limites à prova, não o nego, mas sempre com a convicção de que dava o meu melhor em tudo o que fazia. Parece-me que hoje em dia, felizmente, a realidade começa a ultrapassar a evolução das mentalidades e, por isso, já começamos a encontrar cada vez mais mulheres em cargos que, antigamente, seriam tradicionalmente de homens.

TENDO TODO UM PERCURSO LIGADO TAMBÉM À INOVAÇÃO, O QUE PODE PARTILHAR CONNOSCO SOBRE OS PRÓXIMOS DESAFIOS NESTE ÂMBITO, A QUE A ESEGUR SE PROPÕE MARCAR PRESENÇA NO FUTURO?

A ESEGUR, como empresa de referência, naturalmente acompanha as novas tecnologias. A área do transporte de valores é continuamente renovada com as mais recentes tecnologias com vista à sua otimização e simplificação de procedimentos. A componente Vigilância Humana e a tecnologia são parte integrante das soluções de segurança que a ESEGUR oferece aos seus clientes.

NUM UNIVERSO PREDOMINANTE DAS PROFISSÕES VISTAS EXCLUSIVAMENTE PARA HOMENS, AS MULHERES MARCAM HOJE PELA DIFERENÇA. QUAIS CONSIDERA SER AS CARACTERÍSTICAS QUE SE EVIDENCIAM NUMA EMPRESA DESTE UNIVERSO QUE ABRE AS SUAS PORTAS PARA RECEBER MULHERES
NAS SUAS EQUIPAS, ASSIM COMO, NA SUA GESTÃO?

As mulheres, como seres diferentes dos homens, apresentam uma série de características, nomeadamente, a nível de gestão, que as aproximam mas diferenciam dos homens. Está provado e é indiscutível. A capacidade de agir em múltiplas direções, a maior predisposição para a mudança, a tendência à cooperação e a sua gestão com um predomínio emocional são algumas delas. Não querendo, obviamente, com isto,  descredibilizar a liderança masculina. São seres diferentes e, por isso, ambos se complementam.

QUEREMOS ACREDITAR QUE NÃO HÁ PROFISSÕES DE HOMENS NEM PROFISSÕES DE MULHERES. ACREDITA QUE ISSO É POSSÍVEL NA NOSSA SOCIEDADE?

Claro que sim! A competência ou a aptidão nada têm a ver com o género, mas isso é uma opinião minha e não, infelizmente, ainda, da sociedade em que vivemos. A visão de que há profissões que são predominantemente masculinas ou femininas está enraizada de uma forma muito profunda na sociedade, como saberão, e serão precisos alguns anos
para que essa mentalidade mude, no entanto, grandes passos têm sido dados.

COM BASE NA SUA EXPERIÊNCIA E NA CONSTRUÇÃO DA SUA CARREIRA PROFISSIONAL, TENDO EM CONTA A POSIÇÃO EM QUE HOJE SE ENCONTRA PROFISSIONALMENTE, QUE MENSAGEM PODE DEIXAR PARA QUEM ESTÁ A INICIAR UMA CARREIRA NUMA ÁREA AINDA POUCO EXPLORADA PELAS MULHERES? QUE CONSELHOS, DE MULHER PARA MULHER, PODE DEIXAR ÀS NOSSAS LEITORAS?

Eu diria que, apesar de tudo, a posição da mulher no mundo do trabalho e na sua conciliação com a vida pessoal é hoje muito mais percebida e concretizada do que era há algumas décadas, que foi quando eu iniciei a minha atividade profissional. A mulher apresenta características obviamente diferentes que complementa decisivamente a atuação dos seus pares masculinos, valorizando definitivamente a discussão e influenciando a decisão.Acredito que hoje em dia ninguém se questionará quando uma mulher quiser abraçar projetos profissionais que no passado eram tradicionalmente ligados ao género masculino, como é o caso da Segurança Privada. Há que ser persistente, convicta, dinâmica e determinada.