1- Quais são as características indispensáveis a uma boa marketeer?
Penso que há que haver um bom mix de skills técnicos e de soft skills, ou seja é importante saber da “poda”, entender targets, diferentes canais e como abordar cada um deles de forma diversificada e eficaz, para que as nossas ações tenham os resultados pretendidos, mas é de igual forma importante ser-se um bom storyteller e conseguirmos criar impacto do trabalho que estamos a fazer nas pessoas. Como indica Philip Kotler “A natureza do Marketing não é servir o cliente. É avançar, cercar e vencer a concorrência.” E isto só é possível quando conseguimos um equilíbrio destas características e através também de um bom pedaço de resiliência.
2- O que é que precisa de mudar para que uma mulher em posição de destaque deixe de ser notícia?
Penso que isso é uma mudança de mentalidade na sociedade em geral, para a qual continuamos a evoluir mas em que ainda temos muito que trabalhar. Seria ótimo que uma mulher num cargo importante já não fosse notícia, isso queria dizer que já estava tão enraizado na sociedade, que ninguém ligaria, seria apenas o normal percurso de carreira. Mas a verdade é que, por não ser a norma, continuamos a ter de chamar a atenção para esses factos, de forma a que mais meninas pequenas vejam que é possível sonharem alto e atingirem qualquer patamar que queiram, na área em que escolham trabalhar.
3- Diriam que um homem, para chegar onde vocês se encontram hoje, teria de fazer os mesmos sacrifícios?
Diria que há desafios que são diferentes entre homens e mulheres, mas também há sacrifícios iguais para ambos os sexos. O percurso de cada pessoa, seja ela mulher ou homem é feito de altos e baixos, nunca ninguém tem as portas todas abertas ou fechadas, mas acho que é a forma como cada um “ataca” a sua carreira que pode fazer a diferença, com as escolhas que vai fazendo nas oportunidades que vão surgindo (ou que a pessoa faça surgir). Sempre vi o copo “meio cheio” e, por isso, quero crer que os sacrifícios são partilhados, ainda que em áreas diferentes da vida de cada um.
4- Numa sociedade onde os homens ocupam a maior parte dos cargos de destaque, uma mulher líder sente mais pressão em fazer um bom trabalho?
Para mim, a pressão de “fazer bem feito” é algo que senti desde sempre, mas não pela sociedade, mas por mim mesma, por achar que só evoluímos numa área se apresentarmos um bom trabalho, algo que se destaque e que tenha impacto na área em que trabalhamos. Não acho que isso se prenda por existirem mais ou menos homens a ocupar cargos de liderança, mas sim, pelo gosto por apresentar um trabalho que crie reação nas pessoas, que as envolva e que as mantenha atentas.
5- Que conselho dariam a uma mulher em início de carreira, com o desejo de alcançar uma posição de destaque na área do marketing?
Algumas dicas que, para mim, foram importantes: Atenção ao detalhe, sempre. A importância de estar a par do que se vai fazendo e que funciona em diferentes áreas, a diversificação do trabalho que faz no início, para se saber quais os seus reais pontos fortes e fracos e assim poder trabalhar de forma mais eficaz em ambos. E descobrir o que a move, e apostar nessa área, agarrando as oportunidades que lhe permitam evoluir e que lhe mostrem mais “mundo”.