60% das pessoas com enxaqueca grave faltam em média uma semana ao trabalho. Ocorre maioritariamente entre os 25 e 45 anos de idade. Entre 5 e 25% das mulheres são afetadas por esta doença e a sua duração pode ir até 72 horas.
A osteopatia é uma medicina complementar manual e holística. O seu objetivo em consideração todos os outros elementos adjacentes, esqueléticos, viscerais, vasculares, nervosos e membranosos.
A enxaqueca engloba-se nas cefaleias primárias e não apresenta uma causa definitiva. Caracteriza-se por uma dor de intensidade moderada/forte, normalmente incapacitante, unilateral ou bilateral e pulsátil. Pode ser acompanhada de enjoos, vómitos, de hipersensibilidade à luz e movimento. Quem sofre desta doença tende a isolar-se em quartos escuros e sem barulho.
Estima-se que a enxaqueca se relaciona com alterações cerebrais e influências genéticas, que podem ser desencadeadas por fatores intrínsecos ou extrínsecos. Cada episódio pode ter uma fase que antecede a enxaqueca podendo ser poucas horas ou até mesmo um dia inteiro antes da dor, podendo apresentar sintomas como irritabilidade, fadiga, apetite fora do normal ou enjoo, flashes de luz, hipersensibilidade sensorial e dormências. No entanto, é também possível que a enxaqueca apareça sem aviso prévio.
A osteopatia baseia o estudo da enxaqueca quanto a mobilidade das estruturas, ósseas e/ou de tecidos moles, e as relações entre elas. A alteração das articulações entre os vários ossos do crânio, em fechamento ou alargamento, pode comprometer o sistema vascular ou nervoso, levando ao aparecimento da dor, podendo ter 1001 causas. Casos de maior stress, postura no trabalho, jejum, sono prolongado, fatores hormonais, fadiga, traumas cranianos, alimentação desadequada, exposição a ruídos altos, odores fortes, temperaturas elevadas e outras patologias podem estar na origem de uma enxaqueca.
As artérias mais relevantes na osteopatia são a artéria meníngea média e artéria temporal superficial. Direciona-se também sobre o tratamento do osso temporal, de forma a diminuir as alterações que são impostas sobre o nervo trigémio.
A osteopatia craniana tem uma grande relevância sobre os tratamentos das enxaquecas, pois utiliza um conjunto de técnicas de bombeio, manipulações, funcionais e musculares, de forma a quebrar o ciclo de dor que possa estar a originar a dor pulsátil. Cada caso é um caso e o tratamento nunca é igual de pessoa para pessoa.
Como a biomecânica do crânio funciona como várias engrenagens, o tratamento craniano nunca é direcionado apenas a uma estrutura, mas a um conjunto.
Como prevenir com a osteopatia?
- Correção de postura;
- Alongamentos;
- Massagem terapêutica;
- Terapia sacrocraniana;
- Eliminar bloqueios estruturais.
Como recuperar de uma enxaqueca?
- Aprenda a identificar – há sintomas que o denunciam;
- Não deixe agravar – não atrase o tratamento;
- Chá de ervas – cansaço, nervosismo, ansiedade, stress…
- Banho quente – exercício extremo, contrações musculares, stress…
- Massagens – contração muscular, euforia, stress, contraturas…
- Evitar fatores que provocam a dor – luz, odor, ruído…
- Correção de postura – osteopatia, alongamentos, exercício físico correto…
A alimentação saudável com a identificação dos alimentos causadores da enxaqueca são fundamentais para prevenir ou inibir uma enxaqueca. Estudos indicam que indivíduos com níveis altos de glicose no sangue são propícios à doença.
Os constituintes dos alimentos podem afetar as fases do processo de Enxaqueca influenciando a libertação de serotonina e de noradrenalina, causando vasoconstrição ou vasodilatação, ou por estimulação direta dos gânglios do nervo trigémeo, do tronco cerebral e das vias neuronais do córtex.
Estima-se que 26,9% dos ataques de Enxaqueca são causados por sensibilidade a alimentos, 57,3% por omissão de refeições e 37,8% por ingestão de bebidas alcoólicas. Componentes alimentares são frequentemente propostos como fatores desencadeantes de cefaleia, particularmente em crianças e adolescentes com Enxaqueca.
As estratégias nutricionais mais efetivas para o tratamento da enxaqueca baseiam-se na identificação dos componentes alimentares causadores da mesma. O efeito desses alimentos varia de acordo com a sensibilidade de cada indivíduo. Assim, para identificar e considerar um alimento responsável pela enxaqueca deve-se levar em consideração os seguintes critérios, de acordo com a Associação Britânica de Estudo da Cefaleia:
- A enxaqueca inicia-se após 6 horas do consumo;
- O efeito ocorre repetidamente;
- A exclusão do alimento na dieta leva à melhora.
Os principais alimentos e substâncias desencadeadores mais referenciados na literatura científica são: açúcar refinado (e doces em geral), álcool (principalmente o vinho tinto devido aos taninos), cafeína, nitritos (como toucinho fumado, presunto, salsicha e outras carnes processadas), citrinos, refrigerantes, alimentos fermentados ou alimentos envelhecidos (como queijos curados, fígado de galinha, algumas leguminosas e soja), chocolate e cacau, nozes e manteiga de amendoim.
A identificação do alimento pode ser fácil para alguns indivíduos e o alimento deve ser excluído por algumas semanas. Nos casos em que possam estar envolvidos vários alimentos, com a ajuda de um nutricionista deve-se repensar a alimentação e reintrodução de maneira cuidadosa para que não haja desequilíbrio alimentar, tendo em consideração a temperatura dos alimentos e a hipoglicemia.
Como minimizar o sintoma? Evitar o jejum prolongado, ingerir regularmente alimentos ricos em ácidos gordos ómega-3, os anti-inflamatórios (salmão e atum frescos, sardinhas, cavala), alimentar-se de forma equilibrada (macro e micronutrientes), e incluir fontes de selénio, magnésio e vitamina B2.
Para evitar ou até mesmo melhorar significativamente a ocorrência de crises, deverá ter-se em consideração não só a alteração dos hábitos alimentares, mas também adotar um estilo de vida saudável e equilibrado levando à redução do estado de ansiedade e stress.