Cristina Silva trabalhou na Cofidis Portugal durante 20 anos. Deu tudo de si e quando sentiu que já não poderia voar mais alto saiu em busca de felicidade e realização profissional. Criou a sua própria prosperidade ao abrir um negócio de família no setor imobiliário – a CS Imóveis.
A realização pessoal e a felicidade passam muitas vezes pela satisfação e pelo prazer com que desempenhamos o nosso trabalho. A profissão assume eventualmente um grande papel no bem estar emocional. Após 20 anos na Cofidis Portugal, Cristina Silva sentiu que já tinha cumprido a sua missão com excelência. Esteve treze anos a desenvolver funções em todas as áreas operacionais, na área de contacto com o cliente, e, nos últimos sete, fez parte da criação de uma nova direção, responsável por implementar metodologias, regras e procedimentos, transversalmente, na organização.
Apesar de ter sido uma experiência gratificante numa empresa onde cresceu, não só a nível profissional como pessoal, e ultrapassou grandes desafios, sentiu que o seu caminho tinha chegado ao fim. “Pressenti que, a partir daquele momento, nem eu, nem a empresa, teríamos a ganhar com a minha presença”, recorda. Decidiu sair fora da sua zona de conforto e da empresa que foi a sua casa durante duas décadas, abandonando uma carreira, uma situação financeiramente confortável e a sua estabilidade. “Sempre arrisquei muito pouco, mas não era feliz e queria voltar a sê-lo. E, só isso, foi o empurrão de que precisava para decidir arriscar”, recorda.
Atraída pela comunicação e relações humanas, viu no setor imobiliário uma oportunidade de carreira. Para esta nova empresária, trata-se de uma área que assenta na confiança e nas relações interpessoais com aqueles que procuram a mediação imobiliária para “investir ou realizar alguns dos seus sonhos”. No início de 2017, decidiu, então, com a sua família, criar um negócio. Começaram a atividade no setor imobiliário através da integração numa rede de franchising nacional. Após dois anos no mercado, Cristina decidiu novamente arriscar e dar continuidade ao negócio com uma marca própria. “Éramos autónomos, mas não independentes”, esclarece. Queria a liberdade de poder decidir o futuro e a evolução do negócio e assim o fez: em 2019 criou a CS imóveis, mantendo a mesma equipa, carteira de clientes e parceiros. A aposta parece ter sido inspirada: nos últimos anos, vários rankings internacionais colocam Portugal como um dos melhores destinos para investir em imóveis, por ser cada vez mais seguro e rentável. Mesmo sendo detentora de uma microempresa, Cristina revela que sente interesse por parte de investidores estrangeiros.
Com o surgimento do COVID-19, todos os setores económicos foram afetados e o imobiliário não foi exceção. A CS Imóveis aproveitou a altura para se focar nas necessidades internas e em novas oportunidades – obtiveram autorização do Banco de Portugal para exercer atividades como Intermediários de Crédito à Habitação, integraram novos colaboradores e estão a preparar a evolução da empresa para assumir novos passos mais arrojados. “Hoje estamos mais fortalecidos”, afirma a empresária. Contudo, a pandemia não alterou só o mercado, como também mudou os clientes. A casa assumiu um papel primordial durante a pandemia, especialmente durante o confinamento. Passou a funcionar como escritório, escola e até ginásio. Cristina admite que este período alterou, e vai continuar a alterar, as escolhas das pessoas no que toca à aquisição de habitação permanente. “Há, de facto, uma tendência para escolher apartamentos com espaço exterior, moradias e localizações fora do ambiente citadino”, especifica.
Olhando para trás, não se arrepende da sua tomada de decisão quando decidiu mudar de carreira. Afinal, o que importa é a felicidade. “Há que ser fiel aos nossos valores e, mesmo que à nossa volta nem todos compreendam, devemos decidir dizendo, apenas, a nossa verdade”.