- Quais são as características indispensáveis a uma boa marketeer?
Penso que uma boa marketeer deve obviamente ser criativa, gostar de entender o consumidor e as suas necessidades, mas deve também ter uma grande capacidade de adaptação. Gostar de comunicar e trabalhar em equipa são também fundamentais. Estas características irão ajudar a encontrar as soluções necessárias num mundo e mercado em constante evolução.
2. O que é que precisa de mudar para que uma mulher em posição de destaque deixe de ser notícia?
A evolução nos últimos anos é notória, mas por outro lado, o facto de estar a responder a esta questão mostra que ainda há um caminho a percorrer. A desigualdade salarial ainda existe. A dificuldade em conciliar a carreira com a vida pessoal é também algo mais real para as mulheres, assim como a falta de oportunidades na liderança. E a verdade é que em muitas empresas ainda é necessário criar programas ou sistemas de quotas para que as mulheres ocupem cargos de liderança, o que significa que ainda não é algo que acontece de forma natural. Enquanto assim for, mulheres em posições de destaque vão continuar a ser notícia. Devemos olhar para o lado positivo, que é servirem de inspiração a outras mulheres.
3. Diriam que um homem, para chegar onde vocês se encontram hoje, teria de fazer os mesmos sacrifícios?
Eventualmente não, mas penso que alguns obstáculos que encontrei foram de alguma forma impostos por mim, por querer fazer e ser muitas coisas ao mesmo tempo. Ser mãe e profissional, e sem dúvida que podemos ser ambas, exige termos a capacidade de aceitar que nem sempre é possível fazer tudo bem. Penso que os homens não se colocam esta pressão.
Pessoalmente, na empresa onde trabalho, nunca senti que o facto de ser mulher me tivesse prejudicado ou dificultado progredir na minha função. Foram-me dadas oportunidades como resultado do meu trabalho e capacidades e penso que é nisso que nos devemos focar.
4. Numa sociedade onde os homens ocupam a maior parte dos cargos de destaque, uma mulher líder sente mais pressão em fazer um bom trabalho?
Eventualmente sim, pois pode existir o receio de, se falhar, isso ser atribuído ao facto de ser mulher. Mas o objetivo deve ser fazer um bom trabalho, não por se ser mulher, mas por se ser uma boa profissional.
Felizmente, talvez por trabalhar numa empresa sueca, com uma cultura um pouco diferente, não sinto que esta pressão exista. Desde que aqui trabalho, há 16 anos, o cargo de CEO já foi ocupado por homens e mulheres, que é o caso neste momento, e o foco sempre foi nos resultados que queremos alcançar enquanto empresa.
5. Que conselho dariam a uma mulher em início de carreira, com o desejo de alcançar uma posição de destaque na área do marketing?
Dir-lhe-ia para aproveitar as dificuldades que venha a encontrar para as tornar em oportunidades. Para acreditar nas suas capacidades e as colocar ao serviço da sua paixão pelo marketing, neste caso, mas aplica-se a todos os nossos objetivos.