Erika Volpe: “A receita foi e é trabalhar com foco, determinação e, principalmente, com paixão.”

Erika Volpe é fundadora da cadeia de restaurantes árabe, Harab’s. Num negócio que começou em 2020, em pleno pico da pandemia de covid-19, a empreendedora abriu o nono espaço da marca, em abril de 2022.

Num país em que, por natureza, o prato típico é a gastronomia diversificada, Erika Volpe é fundadora da Harab’s, uma marca que, tal como o próprio nome indica, procura oferecer a “verdadeira experiência gastronómica árabe”, ainda que a princípio o restaurante tenho sido aberto com o foco na “comunidade brasileira que vive em Portugal, uma vez que a especialidade da casa são as esfirras, muito comuns no Brasil.”.

Hoje em dia, a Harab’s tem 9 lojas abertas por todo o país. Embora a cadeia de restaurantes fundada por Erika seja, agora, um sucesso, a verdade é que, durante o caminho, existiram, como não poderia deixar de ser, algumas “dificuldades”, que, com o tempo, vêm a ser superadas.

“Uma das maiores dificuldades, foi, sem dúvida, conseguir apresentar e conquistar o paladar e o coração dos portugueses que estão a gostar do nosso produto pela qualidade e excelência. Hoje, em média, os nossos consumidores já não são mais 90% brasileiros e sim são 60% brasileiros e 40% portugueses, o que nos traz uma grande satisfação e felicidade, pois verificamos que estamos no caminho certo.” – refere Erika.

Como em qualquer negócio, independentemente do setor de atividade em questão, a Harab’s tem concorrência direta. No entanto, apesar de reconhecer isso, Erika Volpe não vê na competição de mercado algo “mau”. Antes pelo contrário, acredita que ao existirem marcas a venderem produtos semelhantes, isso estimula, sim, a um crescimento, onde o foco é sempre colocado em “melhorar o que for necessário”.

“Quanto à concorrência, o nosso elemento diferenciador é a excelência e a qualidade, tanto do produto, como do nosso atendimento.” – acrescenta.

Ainda que todos os setores de atividade, à sua maneira, sejam desafiantes, é popular a perceção de que a área da restauração é, por si só, bastante exigente, até pelos horários que geralmente se praticam. Apesar da fundadora da Harab’s adorar o trabalho que faz, confessa estar “sempre aberta a inovações e em busca de novos investimentos”.

“Não basta apenas ter boas ideias e uma visão, é fundamental que as mesmas sejam colocadas em prática.

Para além disso, o empreendimento gera valores, ajuda a vida de outras pessoas e o principal foco é cumprir estes objetivos, entre outros, por isso estamos sempre em movimento e em busca de novos negócios.” – esclarece Erika.

Apesar de cada vez mais vivermos à luz de uma realidade bastante próxima daquilo que era a “antiga normalidade”, antes da covid-19, a verdade é que a pandemia causou grandes danos em diversos setores, nos quais a restauração se inclui. Mesmo assim, e numa época pouco aconselhável para a abertura de novos negócios, foi a 13 de outubro de 2020 que Erika decidiu abrir o primeiro espaço da Harab’s. Passados menos de dois anos, em abril de 2022, Erika Volpe abre o nono restaurante, num projeto onde a receita é, essencialmente, o trabalho.

“A receita foi e é trabalhar com foco, determinação e, principalmente, com paixão. Só assim conseguimos desenvolver produtos de qualidade, juntamente com a nossa equipa de colaboradores, num ambiente leve e descontraído.” – explica.

Para além de ser uma Mulher extremamente bem-sucedida na área dos negócios, Erika Volpe é um exemplo de liderança no feminino. E por falar em liderança, a fundadora da Harab’s não se acredita que a mesma possa ser imaculada, até porque “o ser humano não é perfeito”, pelo que é importante ter em mente que “estamos aqui sempre para aprender”. Ainda assim, a empreendedora acredita que uma boa líder prima sempre, em primeiro lugar, pelo seu lado humano.

“Para ser uma líder de qualidade, devemos fazer a nossa equipa sentir-se segura e envolvida. A forma como os colaboradores são tratados e geridos no dia a dia é a base fundamental do bem-estar e desenvolvimento. Temos que ter confiança em nós mesmos e nas nossas decisões, dar feedbacks e saber recompensar um bom trabalho. Saber ouvir e receber conselhos também é muito importante. E, finalmente, mas não menos relevante, ser um exemplo de excelência para a equipa, pois gerimos pessoas, criamos valores, procuramos soluções, encorajamos pessoas e, mais do que isso, ajudamos a desenvolver outros líderes.” – aponta.

Ainda que continue a existir algum estigma em relação a certos tipos de trabalho, “cargos só para homens” é um conceito no qual Erika já não se revê, à luz de uma sociedade moderna, onde já se começam a ver, por exemplo, “mulheres como Presidente da República”, ou “mulheres motoristas de camiões”.

Pelo contrário, Erika apela à “coragem, determinação e persistência” das Mulheres, para que, assim, se contribua para uma mudança que apenas peca por tardia. É certo que “os passos ainda são lentos”, no entanto, para Erika Volpe, estaremos perante um futuro próximo, em que a “consciencialização quanto à igualdade na sociedade laboral” imperará.