Os jovens e a nova liderança: como as empresas podem preparar-se para o futuro
No Dia Internacional da Juventude, Filipa Jardim da Silva defende que as organizações têm de adotar modelos de liderança mais inovadores, conscientes e alinhados com as expectativas das novas gerações.
Hoje celebra-se o Dia Internacional da Juventude, e com ele impõe-se uma reflexão urgente: a Geração Z está a redefinir o conceito de liderança. Para muitos jovens, os cargos de chefia tradicionais deixaram de ser um objetivo aspiracional. Representam, frequentemente, mais stress do que realização, mais burocracia do que impacto, e menos autonomia do que consideram essencial para fazer a diferença.
Para Filipa Jardim da Silva, psicóloga clínica especializada em desenvolvimento organizacional, esta mudança representa uma oportunidade para as empresas repensarem a forma como formam líderes e estruturam equipas:
“A liderança de hoje tem de ser mais consciente, colaborativa e adaptada ao propósito individual e coletivo. Não se trata apenas de gerir tarefas, mas de inspirar pessoas, criar ambientes criativos e promover resiliência organizacional”, defende.
A especialista ajuda empresas a formar líderes mais inovadores e conscientes, a construir equipas coesas e a desenvolver culturas organizacionais mais criativas e resilientes. Segundo Filipa Jardim da Silva, desafio atual não é apenas atrair a Geração Z, mas também reter o seu talento num ambiente onde se sintam valorizados e motivados.
Estratégias para liderar a Geração Z:
- Dar autonomia real para que possam tomar decisões e gerir projetos de forma independente;
- Promover flexibilidade através de modelos híbridos e horários adaptáveis;
- Alinhar funções e projetos com propósito e valores pessoais;
- Oferecer progressão não hierárquica, baseada em competências e impacto;
- Fomentar colaboração horizontal e equipas multidisciplinares;
- Investir em desenvolvimento contínuo, com formação, mentoring e aprendizagem prática.
O mais recente estudo da consultora Robert Walters (1) confirma esta tendência: apenas 30% da Geração Z admite que poderá assumir funções de chefia intermédia no futuro, enquanto 15% rejeita completamente essa hipótese. Para 55% dos jovens, estes cargos são demasiado stressantes e oferecem pouco retorno.
“As empresas que souberem adaptar os seus modelos de liderança às novas expectativas serão mais competitivas e resilientes. A questão não é se estas mudanças vão acontecer, mas quando”, conclui Filipa Jardim da Silva.