I HOME YOU TRANSFORMA ESPAÇOS COM AMOR

Dina Pacheco, Arquiteta e Home Stager Certificada
É uma ideia ainda prematura, mas que nasce do amor de Dina Pacheco pela design de interiores, bem como do seu profissionalismo. Adentrou no mercado de trabalho como arquiteta, e, entretanto, a área do Home Staging cruzou a sua vida, tornando-a numa Home Stager e, acima de tudo, numa líder.

 

Fernando Pessoa disse: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. E Dina Pacheco assim o fez. O amor pela área do design veio muito antes de saber o que o termo significa. Já nos tempos de infância, Dina via a mãe comprar revistas, como a “el mueble” e a “Art&Decoration”, o que, para aquela menina criativa, era o suficiente para a sua imaginação de criança “divagar sobre aquelas cores, materiais e texturas”.

Dina foi crescendo e o sonho cresceu junto com ela. Durante o ensino secundário, surgiu a paixão por equipamentos de interior, que a levou a frequentar o curso superior de Design no IADE, na capital. Entretanto, a vida encaminhou-a para uma outra paixão – a Arquitetura. Licenciou-se na Universidade Lusófona de Lisboa, onde acabou por entrar em contacto com alguns gabinetes de arquitetos.

Ao longo de duas décadas, Dina Pacheco dedicou-se à conceção e análise de projetos de arquitetura, no âmbito do licenciamento de obras particulares. Contudo, chegou um momento em que sentiu a “necessidade de regressar à paixão pelo interior”, complementando a sua profissão com um projeto que a “permitisse pôr a mão na massa”.

Foi graças a esse desejo que descobriu o curso de Home Staging, da APHS (Associação Portuguesa de Home Stagers), onde se certificou como Home Stager. Com as bases necessárias para se lançar a mais uma aventura, Dina sonhou e a obra nasceu. O projeto intitula-se “I Home You – Transforma interiores para si!”, e tem como principal missão transformar o território, o edificado e o espaço interior. Como pode ser visto nas suas redes sociais, Dina diz ter descoberto que “ser feliz é dar ouvidos ao nosso coração” e que foi a partir dessa ideia que encontrou o conceito do projeto. Seguindo essa linha de pensamento, não é de espantar que o logotipo seja um coração aberto, de forma a apelar aos outros que “abram o coração a esta oportunidade”.

“I Home You” é recente e está a dar os primeiros passos. Dina Pacheco afirma que a especialização em Home Staging lhe conferiu “todas as ferramentas e segurança para preparar qualquer imóvel e em qualquer estado de conservação”. Para a Home Stager, “cada casa é uma casa e representa um desafio diferente”. Assim sendo, o seu trabalho passa um processo. Há “o fator avaliação e análise do espaço, como a forma, a distribuição de compartimentos, a luz natural, a orientação solar”.

Estes aspetos são fundamentais e ditam o passo seguinte, “ou seja, a escolha da localização do mobiliário e dos objetos, das texturas e cores a usar”. Um detalhe curioso é que a preparação da instalação tem de ser executada no menor tempo possível: apenas em um dia. Dina Pacheco considera relevante realçar que a arquitetura, o design e o Home Staging têm significados, conceitos e aplicações totalmente diferentes. Acredita que, embora o conhecimento e a formação sejam pilares essenciais para o desenvolvimento de qualquer uma dessas áreas, também “a experiência que se adquire ao longo da carreira, as sinergias que se criam com outras empresas e pessoas […] são essenciais para liderar um projeto, uma equipa, uma obra ou uma instalação de Home Staging.”

Esta transição de áreas profissionais foi, para Dina, “um processo que nasceu de dentro para fora”. Conta que, a dada altura da sua profissão como arquiteta, sentiu a necessidade de lidar com algo imediato, “mais diretamente ligado às emoções e às pessoas, rápido e intuitivo”. Era do seu interesse trabalhar com menos normas legais e regulamentares, menos critérios técnicos, licenciamentos e toda essa variedade de situações que, a seu ver, desgastam a profissão. Nesse sentido, acredita que “o Home Staging veio acrescentar uma lufada de ar fresco”, na medida em que permite idealizar um espaço para um público geral (uma vez que não existe um cliente em concreto); e desprender das amarras burocráticas de que tanto se queria ver livre. A Home Stager acrescenta ainda que, a conjugação destes três fatores libertou-a para das asas à imaginação. Mas não esquece que, neste setor, o que mais a motiva “é, sem dúvida, a potencialidade da transformação, o efeito “UAU” do cliente”.

No que toca ao Home Staging, são vários os serviços que presta. Trata da Consultadoria, “nomeadamente na avaliação das necessidades, da potencial valorização consoante o investimento”; do projeto e/ou instalação do Home Staging “in loco”, ou para qualquer lugar do mundo, através de um relatório pormenorizado; e do Photo Staging. Este último consiste no projeto e na sessão fotográfica acompanhada pelo Home Stager, onde Dina admite que acarreta uma grande importância, na medida em que “as perspetivas e os ângulos que a fotografia deve captar são determinantes para o seu objetivo final”. A ambição é que o cliente olhe e pense: “eu quero viver nesta casa”. Confessa que detém parcerias com outras empresas que complementam o seu serviço (como a nível da limpeza e das pinturas) e de que o Home Staging pode ser “implementado em imóveis mobilados e usados, vazios e novos, em alojamento local e em apartamentos modelo”.

Na opinião de Dina Pacheco, esta ferramenta de marketing “é o grande aliado dos agentes imobiliários”, já que potencializa as vendas. Sublinha ainda que:

“a grande maioria das pessoas não tem capacidade de visualizar um espaço vazio e materializar esse mesmo espaço”.

Todos os imóveis saem a ganhar com a aplicação do Home Staging, pois todos são valorizados. A Home Stager explica que “existe uma relação entre a valorização e o investimento efetuado e esse montante tem que ser avaliado caso a caso”. No entanto, assegura que uma coisa é certa: “o Home Staging não é um gasto, mas sim um investimento.” Podem ser demonstrados três tipos de investimentos: baixo (de 1 a 3%), cuja valorização pode variar entre 7 a 10%; médio (5 a 7%), com uma valorização de 15 a 25%; e altos (8 a 15%), onde a valorização oscila entre 30 a 60%. Estes números podem ter um significado mais comercial, mas o proprietário que vende a sua casa apenas uma vez, também sai beneficiado ao investir no Home Staging. O investimento é significativa- mente mais baixo e totalmente “absorvido” no valor de venda, tendo como resultado a rapidez da mesma, sem necessidade de baixar o valor.

Quem procura o Home Staging, segundo Dina, é alguém “que sabe o que quer”. Além disso, garante que:

“proprietários/clientes estão mais atentos e exigentes que nunca”.

No Algarve, onde está localizada, encontra-se a maior comunidade de estrangeiros a residir no país. A Home Stager declara que, o cliente estrangeiro, grande parte das vezes, compra a sua casa por fotografia/video-tour, pelo que o Home Staging assume-se como um elemento-chave:

“para impactar no cliente a emoção que o impulsiona a comprar”.

Esta prática não se limita apenas a vender mais quantidade e mais rápido, preocupa-se igualmente com o “brio profissional” e em “acrescentar qualidade” e “rigor, para proporcionar maior conforto”. “Uma casa tem de ter harmonia, luz, conforto e limpeza impecável com uso adequado de cores e materiais”, revela Dina.

Dina Pacheco afirma que “Portugal ainda tem discriminação de género no seu ADN, na sua cultura”. No entanto, acredita que durante o seu percurso profissional nunca se sentiu diretamente discriminada como mulher. Ainda assim, e sendo ela mãe de duas meninas, tem plena consciência de que “é mais exigido à mulher que após o trabalho seja ela a ir buscar os filhos à escola, a preparar e a gerir toda a rotina doméstica e familiar”. Acrescenta ainda que “na mulher, é visto como normal”, e, em contrapartida, “ao homem isso não é exigido e quando o faz é como se fosse uma super capacidade”. Dina, que já conta com um currículo longo, reconhece que o maior desafio da sua carreira é conciliar as duas áreas que habitam dentro de si. “Ou seja, eu arquiteta e eu Home Stager somos a mesma pessoa, mas com atuações totalmente diferentes. Cada coisa em seu lugar.

Pode parecer simples, mas no dia-a-dia e na prática, representa um grande desafio”, diz a própria. No seu entender, uma líder “perfeita” seria alguém “com capacidade de inspirar os outros, trabalhando com amor e de coração aberto”. Embora seja impossível atingir a definição de perfeição, Dina entrega-se de corpo e alma no que faz.