MARTA PONTES: “NAS VÁRIAS FUNÇÕES DE LIDERANÇA QUE EXERCI, OPTO SEMPRE POR UMA ATITUDE COLABORATIVA.”

Marta Pontes, Vereadora na Câmara Municipal de Matosinhos
Marta Pontes estudou na Universidade do Porto e na Porto Business School. Uma criança que, desde cedo, se revelou tímida e observadora, fez da empatia e capacidade de trabalho em equipa aliadas naquela que hoje é a sua profissão. Atualmente, é vereadora da Câmara Municipal de Matosinhos.

Poder-se-á pensar que para ser empreendedora basta ter uma ideia. No entanto, ainda que todos os grandes projetos comecem com uma boa ideia, é preciso bastante mais do que isso. Segundo Marta Pontes, é essencial “passar da ideia à ação”, ou seja, “fazer acontecer, pelo que é fundamental saber planear e coordenar um projeto.”

Para além da “coragem” e “humildade” inerentes a uma empreendedora, é muito importante ter a capacidade de manter os pés assentes na terra. “O desafio é manter o equilíbrio entre a criatividade, capacidade de sonhar e o planeamento rigoroso que a concretização implica.”

Como diria um amigo de Marta, “há que pensar em grande e saber andar rápido, dando pequenos passos.” Pequenos ou grandes, a verdade é que, numa caminhada que começou recentemente, Marta Pontes é, hoje, vereadora da Câmara de Matosinhos. Como se diz na gíria, “santos da casa não fazem milagres”, no entanto, para além de todas as suas qualidades enquanto profissional, Marta tem a seu favor o facto de “conhecer muito bem o território.”

De acordo com o que a própria menciona, “para além de ser natural de Matosinhos, já [trabalhou] em várias instituições do concelho e como [gosta] de conversar, [ouve] muitas pessoas de diferentes quadrantes da comunidade.”

Numa nova etapa profissional que já se revela desafiante, a vereadora da Câmara de Matosinhos refere que o seu grande objetivo passa por “equilibrar a resposta aos problemas existentes e manter a capacidade de contribuir para a construção do futuro, mantendo disponibilidade e sensibilidade para que esse equilíbrio seja útil” para todos os munícipes.

Marte Pontes sempre foi “uma criança bastante tímida e muito observadora”, pelo que, segundo a própria, não seria de prever que se tornasse naquilo que “as pessoas identificam como líder.” Ainda que refira que essas características se mantiveram ao longo da vida, Marta sempre teve a capacidade de “desenvolver a empatia e o respeito necessário para liderar projetos e equipas”, ainda que os skills de um líder se vão “aprimorando.”

Quando se fala em liderança, pensa-se normalmente em questões de trabalho. No entanto, é possível ser-se líder em muitos outros contextos. Em casa, inclusive. Segundo Marta Pontes, algo que a própria partilha com muitas das mães em Portugal é “essa tarefa difícil de conciliar a vida profissional com a vida familiar.” O que, por si só, nunca seria fácil, mais complicado fica quando as crianças são pequenas.

“As minhas filhas têm 1 e 3 anos, o que torna a equação ainda mais complexa! Eu tenho a sorte de ter uma retaguarda familiar e como sou bastante organizada, consigo planear com antecedência.” Numa constante batalha contra o tempo, Marta encontrou em algumas apps umas “ótimas aliadas”, sempre com o compromisso pessoal de “estar focada na tarefa ou momento, quer seja profissional ou pessoal.”

Da mesma forma que todo o “mestre” foi, em tempos, “aprendiz”, Marta também tem as suas referências, no que toca a modelos de liderança. Através daquilo que é a sua experiência pessoal, destaca Luísa Salgueiro. “Liderou-me em várias funções. Foi minha vereadora entre 2005 a 2009. (…) É das líderes que melhor conheço e um exemplo para mim de dedicação, determinação, otimismo e perspicácia.” Para além disso, destaca também como referência Elvira Fortunato, como “uma mulher que se distingue nacional e internacionalmente pelo trabalho pioneiro e inovador e por desenvolver ativamente várias medidas de promoção da igualdade de género.”

Marta Pontes foi aluna na Universidade do Porto e na Porto Business School (PBS). Segundo a vereadora da Câmara de Matosinhos, “a [sua] formação académica permitiu, para além de adquirir novos conhecimentos, consolidar perspetivas sobre a própria maneira de ser e de estar perante os outros e o mundo.” Num mundo que se encontra em constante metamorfose, Marta destaca a PBS como a instituição que mais ferramentas de “descodificação desta realidade” e capacidade de adotar “novas abordagens” lhe deu.

Ainda que, cada vez mais, a sociedade esteja mais consciencializada sobre a importância da igualdade de género, Marta refere que “é com demasiada frequência que (…) a maioria são homens.” Mesmo estando, por norma, em inferioridade numérica, a vereadora da câmara matosinhense admite que “o escrutínio é maior para as mulheres do que para os homens”, o que não implica necessariamente que a pressão para fazer um bom trabalho seja maior.

Todos os líderes têm as suas particularidades. Uns adotam uma postura mais distante, outros optam por uma abordagem mais próxima e empática. A liderança de Marta enquadra-se melhor no segundo grupo. “Nas várias funções de liderança que exerci, opto sempre por uma atitude colaborativa. É para mim imprescindível acreditar nos projetos e estabelecer uma relação empática e de respeito com as equipas.”

É nesse espírito, em que a amizade e a responsabilidade coincidem, que Marta e toda a sua equipa trabalham diariamente com o intuito de promover e apoiar atividades nas áreas do desenvolvimento económico, dinamizar o turismo, defender o consumidor e zelar pela proteção civil.

Na área do desenvolvimento económico, apesar do forte impacto provocado pela pandemia e pela incerteza do que está para vir, fruto da guerra na Ucrânia, a câmara de Matosinhos tem “instrumentos de financiamento disponíveis para as empresas, quer no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), quer no novo quadro comunitário Portugal 2030.”

Apesar da preponderância de Matosinhos naquilo que é a transição digital e climática, assim como na passagem para a indústria 4.0, Marta Pontes gosta de pensar no crescimento económico “pelo seu lado humano, pela criação de oportunidades de emprego digno, pela preservação do emprego e pela sustentação de toda a comunidade.”

No que toca ao turismo, Matosinhos, fruto da sua condição natural e de todo o comércio local associado, ressentiu as dificuldades provocadas pela pandemia, pelo que houve um particular cuidado na “proteção das empresas e do emprego, criando respostas imediatas em 2020 que foram uma referência nacional.”