COACHING PARA GESTORES DE TOPO

Aida Chamiça
Aida Chamiça é coach de gestores de topo. Acredita que o sucesso passa por ter uma “bússola”. Conheça o seu trabalho pautado por serviços premium, associados a um pensamento estratégico e a uma visão clara do que se pretende alcançar.

AIDA CHAMIÇA É UM NOME INCONTORNÁVEL QUANDO FALAMOS DE COACHING EXECUTIVO EM PORTUGAL. COMO CONSEGUIU ALCANÇAR ESTA  NOTORIEDADE?

Eu era executiva numa multinacional com standards de qualidade elevados, onde desenvolvi as minhas capacidades de gestão e liderança. Quando em 2003 fiz a minha primeira formação em coaching, acreditada pela ICF (International Coach Federation), identifiquei-me muito com esta atividade e com os padrões requeridos para ser um coach credenciado.
A ICF propõe uma carreira com três níveis de credenciação – coach acreditado (ACC), coach profissional (PCC) e master coach (MCC) – com requisitos de experiência e performance progressivamente mais avançados. Ainda hoje, dos 25 000 coaches credenciados pela ICF, apenas cerca de 10% obtiveram a credenciação MCC (na altura havia ainda menos). Em 2012, tornei-me coach MCC pela ICF. Neste último ano outros colegas obtiveram este nível de certificação, o que me enche de orgulho, a
mim e a todos os coaches credenciados pela ICF, penso eu.
A atitude proativa, experiência e conhecimentos que adquiri enquanto Senior Executive da Accenture levaram-me a definir, desde início, uma visão muito clara sobre a minha própria carreira. Contratei um programa de coaching executivo logo de início para me apoiar no raciocínio estratégico, definição da minha visão e plano a 5 anos para alcançar as minhas metas e nunca mais deixei de repetir o exercício, já lá vão 15 anos.

Creio que ter uma bússola que aponta o Norte foi e continua a ser crucial. A minha visão é clara e o meu plano de ação também. Encaro muito a sério o meu compromisso com
a excelência, o que me leva a manter-me muito atualizada. Reinvisto anualmente uma parte dos resultados financeiros da empresa na minha formação contínua, na  aprendizagem de novas técnicas e metodologias, com formadores conceituados. Procuro fazer esta atualizações em mercados mais maduros, como os EUA, Inglaterra e Espanha, para estar sempre a par do que há de mais inovador.
A curiosidade, a humildade e a excelência são três valores chave da minha empresa. A curiosidade leva-me a ter uma fome insaciável de aprender, a procurar sempre mais, e a ter muito prazer em fazer descobertas com impacto no meu trabalho. A humildade ajuda-me a não cair na armadilha do excesso de confiança. Há sempre mais para conhecer, para aprender e para evoluir e eu quero estar sempre a ativar e expandir o meu potencial. A excelência como objetivo significa para mim o contrário do provérbio “ganha fama e deita-te a dormir”. Trabalho com gestores de topo precisamente porque são os mais exigentes. Não têm tempo a perder.
Clientes premium exigem serviços premium e o meu compromisso é estar sempre à altura dos desafios que os clientes me trazem.

O QUE REPRESENTA PARA SI SER PRESIDENTE DA INTERNATIONAL COACH
FEDERATION EM PORTUGAL, UMA ORGANIZAÇÃO COM CERCA DE 32 000
MEMBROS COACHES, A NÍVEL MUNDIAL?

A ICF tem um papel muito importante, enquanto líder mundial na credenciação independente de coaches (a ICF não vende cursos de formação de coaching) e enquanto entidade de acreditação de cursos de formação base e contínua em coaching. O corpo de 11 competências-chave de coaching e o código de ética da ICF são um referencial seguido mesmo por coaches que, não sendo membros desta Federação, fizeram formação acreditada.
A evolução do coaching em Portugal tem sido muito estimulante, com um mercado progressivamente mais consciente dos benefícios do coaching, havendo cada vez mais profissionais com uma formação sólida e um trabalho de elevada qualidade. Há também muitos curiosos que acham que têm jeito e conseguem vender os seus serviços a clientes menos informados sobre referenciais de compra. Um dos desafios que a ICF Portugal assume, consiste em contribuir de forma relevante para
a literacia dos clientes e potenciais clientes relativamente ao conceito de coaching (que não deve ser confundido com aconselhamento, consultoria, mentoria ou terapia), às situações em que o coaching é indicado (ativação de potencial para superar obstáculos, vencer desafios, alcançar metas, clarificar a visão, entre outras) à disponibilização de informação de suporte à decisão de contratar programas de coaching (o que distingue os coaches membros da ICF, o que significam as credenciais ACC, PCC e MCC, que outros critérios são relevantes quando se contrata coaching) e ainda no apoio aos membros da
comunidade profissional e aos potenciais novos membros que querem seguir esta carreira).

PUBLICOU HÁ UM ANO O LIVRO BREAK HEAVEN – UM LIVRO PARA EXECUTIVOS QUE QUEREM ASCENDER AO SEU PRÓXIMO NÍVEL. QUE BALANÇO FAZ?

O livro teve já três reimpressões depois do seu lançamento em setembro de 2017. Tenho tido muito bom feedback. O projeto era ambicioso: escrever um livro de leitura dinâmica e transformacional. Incluo o livro nos meus programas de coaching, como alavanca de reflexão. A ideia é o cliente ter já uma parte do caminho feito e maximizar os resultados alcançados em coaching. Foi uma boa aposta, que acrescentou valor e funciona
como acelerador da transformação desejada. Como partilho técnicas e modelos de suporte à reflexão, os leitores são estimulados a aumentar o seu autoconhecimento, a clarificar o que querem, o que os tem limitado e a criar uma growth mindset, isto é, uma atitude de abertura a oportunidades que os deixa muito alerta para detetar recursos e ajustar a sua mentalidade a um mundo de possibilidades que só pode ser detetado quando se adota uma atitude exploratória, sem julgamento e sem crenças limitadoras, que fecham todas as portas sem saber o que há para além delas.

SENDO LÍDER DE MERCADO NO SEGMENTO DE GESTÃO DE TOPO E SENDO MULHER, É UM CLARO EXEMPLO DE LIDERANÇA NO FEMININO. COMO DESCREVERIA O SEU ESTILO DE LIDERANÇA?

Gosto de pensar que a minha ambição e compromisso com a excelência são um referencial que estimula outros players a não se deixarem ficar pelo facilitismo que uma profissão não regulada permite e percorram o caminho mais sólido de receberem formação profissional acreditada pela ICF e a consciência de que a ausência de regulamentação da profissão não pode ser desculpa para níveis de serviço amadores, que resvalam para o aconselhamento fácil, que não servem os interesses dos clientes deste serviço e contrariam os princípios e definição do próprio coaching.
Vejo como uma vantagem haver cada vez mais coaches com elevado compromisso com a qualidade, a trabalharem de forma séria e muito profissional. Ganhamos todos com esta evolução. Nós e os clientes.Há mercado que chegue para todos e a abundância de escolhas torna os clientes mais conscientes do que podem esperar do coaching e mais exigentes nas suas decisões de compra, o que eleva cada vez mais os standards de qualidade e limpa o mercado de pessoas sem preparação, e que utilizam indevidamente a designação coaching para os serviços que prestam. Sou exigente comigo e com os coaches que contrato e, complementarmente, incorporo a suavidade do feminino no trato. Creio que tenho um estilo de liderança exigente e empático.

O QUE RECOMENDARIA A OUTRAS MULHERES QUE ASPIRAM A SER LÍDERES
DE SUCESSO?

Recomendaria o que considero que foi chave para mim: um programa de coaching executivo que as apoie na definição de uma visão clara do futuro que desejam criar e na definição de um plano de ação que as leve a concretizar essa visão. Com uma bússola clara há maior clareza no pensamento estratégico e nas ações que se tomam; com o potencial ativado e expandido, os recursos são mobilizados e alinhados para a
concretização, reduzindo a dispersão e energia desperdiçada.