Catarina trabalha na LPM há 23 anos e há 11 que é diretora-geral, sucedendo ao seu mentor e fundador da agência. No ano que a LPM celebra 35 anos, conta-nos como foi o seu percurso até ao topo e como a agência continua a inovar, mesmo durante a pandemia.
Catarina estava tão decidida a seguir o curso de Relações Públicas e Publicidade que se dedicou a estudar num ano a matemática que não tinha tido durante o secundário inteiro. O esforço compensou e conseguiu uma das poucas vagas no Instituto Superior de Novas Profissões. Quando entrou na licenciatura, sonhava ser uma diretora numa grande multinacional de publicidade. Apesar de ter poucos exemplos em Portugal de mulheres nesses cargos, admirava o seu trabalho. Na altura, o curso era lecionado apenas à noite e Catarina trabalhava em part-time, o que exigia uma grande dedicação e muito método para alcançar bons resultados. Quando se licenciou, surgiu a oportunidade para estagiar numa agência de publicidade em Londres, mas devido à grande crise de 1992, que afetou de forma intensa o Reino Unido, decidiu que não era a melhor altura para arriscar já que tinha de suportar todos os custos.
Após trabalhar um ano numa Agência de Comunicação, decidiu tirar uma pós-graduação em Comunicação Empresarial em horário pós-laboral. Passou ainda pelo departamento de marketing de um jornal até ser convidada, pela segunda vez, para ir para a LPM, onde trabalhou nos últimos 23 anos e onde é, atualmente, Diretora Geral.
Começou por ser coordenadora de um projeto da Comissão Europeia e rapidamente foi promovida a Team Director and Clients Director. Durante os 12 anos que ocupou esse cargo teve como mentor Luís Paixão Martins, o fundador da LPM. “O Luís “formatou-me” à cultura da LPM. Aprendi muitas lições – nem sempre foi fácil- desde o pensamento estratégico, à forma como lidar com determinadas situações e pessoas; à rapidez e eficiência na entrega de resultados. Mas, diria que as maiores lições foram o rigor e a determinação”, conta Catarina. Na LPM, são ensinados a contradizer o ditado “ Depressa e bem não há quem”, e isso foi algo que aprendeu com Luís ao longo dos anos.
Em 2010, foi escolhida para ser Diretora- Geral, sucedendo o seu mentor. A pressão era enorme. “Substituir” o Luís Paixão Martins é impossível! Logo, decidi, desde a primeira hora, que teria de ser eu mesma, seguindo as pegadas do Luís. Claro que fui sendo preparada para o cargo ao longo de anos… não foi uma decisão repentina. Foi um grande desafio que agarrei com muita força e entusiasmo”, revela.
Há 11 anos que ocupa o cargo e faz um balanço positivo da última década – são um grupo de comunicação que continua a liderar o mercado das agências de Comunicação, tem “ in house” todas as competências e disciplinas de Relações Públicas e, acima de tudo, têm “ grandes equipas, excelentes profissionais e clientes de alto perfil”, enumera a Diretora. “Somamos, multiplicamos e exponenciamos soluções e resultados.” Um dos maiores desafios do cargo foi incentivar e educar na cultura LPM. “ Somos uma verdadeira escola de comunicação. A nossa cultura é de rigor, foco, profissionalismo e de entrega de excelência. E estamos sempre a inovar.” Mesmo em 2020, em plena pandemia, a LPM investiu e desenvolveu novas ofertas, novos produtos de comunicação, que levaram a experiências únicas e de vanguarda para os seus clientes e trouxeram ótimos resultados. Desde a criação de um estúdio virtual, nos escritórios em Lisboa, a novas plataformas e suportes de comunicação como press rooms virtuais interativas, webinars, podcasts, visitas virtuais interativas para museus e até o desenvolvimento de uma plataforma de congressos virtuais imersivos on demand com áreas de exposição e interatividade. “Trabalhámos juntos mais do nunca. E, mais uma vez, ficou provado que somos o maior centro de competências de Public Relations em Portugal”, afirma a Diretora.
Quando começou a sua carreira, Catarina relembra que existia um grande estigma e preconceito nas empresas – “havia a ideia de que os homens representavam melhor as empresas, que eram mais respeitados, mais afirmativos.“ Atualmente, e com várias mulheres em cargos de topo, nas mais diferentes áreas, acredita já termos evoluído além disso. Catarina Vasconcelos tem duas filhas, a sua “prioridade na vida”, e não foi fácil conciliar a sua carreira profissional com a vida familiar. “Fui educada para ser uma mulher trabalhadora e independente e são também esses os valores que passo às minhas filhas.”
A consultoria de comunicação é muito exigente e requer imenso trabalho. “Passamos de um assunto para outro constantemente. Temos de estudar inúmeros dossiês, sobre inúmeras áreas de atividade, temos crises para gerir de forma rápida e eficaz.
Lidamos com muitas pessoas com feitios muito diferentes”, explica. Catarina confessa que a idade ajuda a gerir tudo com mais calma e ponderação, tornando mais fácil relativizar os assuntos. “Tive também a sorte de ter muito apoio da minha mãe e da senhora que trabalha comigo há mais de 25 anos e que é uma verdadeira “segunda-mãe” das minhas filhas. “
Encontrar o equilíbrio saudável entre a vida familiar e profissional pode nem sempre ser fácil mas é essencial, pois para Catarina só com vida fora do trabalho se consegue ser uma pessoa interessante.
Apesar de ser uma área bastante exigente, o pensamento estratégico e a gestão de crises atraíram-na e mantiveram-na interessada nos últimos 20 anos. “Sentimos que estamos a jogar xadrez e, muitas vezes, batalha naval, porque não sabemos a reação que virá do outro lado. E eu gosto mesmo desse desafio intelectual. Enfim, é exigente, mas muito estimulante.”
Em 2021, a LPM celebra 35 anos. Para Catarina, são 35 vezes a começar de novo –”a LPM inova nas Public Relations. Trabalhamos sempre para a excelência e continuamos a ser o maior centro de competências de Public Relations em Portugal.” E é nas Relações Públicas que acredita estar o futuro da comunicação, por ser uma atividade multidisciplinar que ” trabalha a reputação num xadrez muito complexo que engloba marcas, personalidades e instituições”, conclui.