Desde o primeiro contacto com as cartas do Tarot que, Carla Duarte, percebeu que a psicologia tinha um papel muito forte no mundo esotérico. Em cada consulta, a taróloga ajuda a entender o que nos rodeia e porquê, fazendo tomar consciência das opções existentes numa determinada circunstância. Contribuir para a felicidade e leveza da vida das pessoas faz parte do trabalho diário de Carla. Fique a conhecer um pouco do seu trabalho e os desejos para 2020.
QUANDO É QUE SURGE O PRIMEIRO CONTACTO COM AS CARTAS DE TAROT?
O primeiro contacto com as cartas do Tarot surge em 1994, com 21 anos. Curiosamente com uma atitude cética. Não acreditava que as cartas nos pudessem dar informações sobre vidas. Sempre fui uma pessoa prática, mental e pouco “esotérica”. Até que um baralho me veio “por acaso”, parar às mãos e os meus primeiros lançamentos foram mesmo, com o intuito de desmistificar o Tarot. Depressa percebi que algo realmente acontecia, quando colocava uma pergunta, para a qual eu sabia a resposta e as cartas respondiam acertadamente. Algo que ultrapassava tudo aquilo que eu sabia ou em que
acreditava. A fé e a confiança em “algo” maior do que eu foi uma experiência nova, mas gratificante para mim. E ao mesmo tempo muito estranha. Os primeiros contactos foram mais de surpresa e algum receio, perante uma arte que desconhecia e que se revelava diferente de tudo o que eu poderia ter imaginado. Um estudo constante que nunca mais abandonei.
O QUE A FASCINOU E CONTINUA A FASCINAR NO ESTUDO DO TAROT?
Inicialmente, o que me fascinou foi todo o mistério que envolve o tema Tarot. Ninguém sabe de onde veio, e no fundo ninguém sabe muito bem como funciona, apenas sabemos que, quando bem trabalhado, não falha. Logo percebi que ali, também estava contida uma outra minha grande paixão. A psicologia. Os 22 arcanos maiores são arquétipos da psicologia, que sempre me fascinou. O fascínio manteve-se ao perceber que esta é, ou deve ser, uma área onde o estudo é constante e de temas tão vastos e interligados como a energia, a autoestima, o autoconhecimento, a meditação, a segurança e confiança em si e nos outros, a capacidade de simplificar a vida e entendê-la melhor. Cedo percebi que era uma área complicada de se trabalhar, nesta sociedade em que vivemos. Há 20 anos, o Tarot era visto de uma forma diferente do que é agora, quem lançava cartas era chamada de Bruxa ou pior, e eu sempre o vi mais como uma ferramenta da psicologia, que pode ajudar pessoas. Penso que esse sempre foi o meu maior fascínio. O de tentar, com o meu trabalho, mudar a consciência que se tem desta arte. O que me continua a fascinar, é poder ajudar a fazer pessoas mais felizes, vivendo a sua vida de forma mais leve, pelo menos, as que se cruzam comigo. O que me fascina é perceber que quando se trabalha com profissionalismo e rigor, seja em que profissão for, mas nesta principalmente, o descrédito inicial é substituído por gratidão. O que me fascina é sentir essa gratidão das pessoas que me procuram e sentir gratidão para com elas.
DE QUE FORMA O TAROT NOS AJUDA A PERCORRER/ENCONTRAR O MELHOR
CAMINHO?
Ora, existem várias formas de trabalhar o Tarot. A minha forma é exatamente a de o utilizar como um orientador. Na nossa vida, todos os dias, somos deparados com escolhas, umas vezes de caminho, outras vezes de atitude. Numa consulta, ao analisarmos um tema, por exemplo, profissional podemos colocar questões específicas sobre dois caminhos diferentes a seguir. “O que é mais provável de acontecer se for pelo caminho A” e “O que é mais provável de acontecer se for pelo caminho B”. As cartas vão dar-nos as probabilidades dos dois e dessa forma, com mais informação, podemos decidir com segurança aquilo que será mais favorável para nós. Também entendendo melhor o que realmente se passa à nossa volta e porquê, temos mais ferramentas para poder decidir que escolhas queremos fazer na nossa vida. O Tarot não deve dizer-lhe o que “tem” de fazer, mas sim dar-lhe consciência das opções que tem, numa situação ou problema, para que possa fazer a sua escolha com mais segurança e tranquilidade.
EM QUE CONSISTE A CONSULTA DO ANO?
A consulta da Roda do Ano difere muito da consulta de Orientação.Numa consulta de Orientação são colocadas muitas perguntas específicas, sobre um ou mais temas, e são feitos muitos lançamentos para responder a cada uma das questões colocadas. Na Roda do Ano, que normalmente é feita em dezembro são lançadas 12 cartas, que correspondem aos 12 meses seguintes, sem colocarmos nenhuma pergunta. As cartas vão dar-nos a informação mais importante de cada mês, para podermos preparar-nos em
conformidade para o que o ano nos reserva. Se por exemplo souber, que em junho está mais sujeita a conflitos emocionais, devido a cansaço e sistema nervoso alterado, pode, nos meses anteriores descansar mais, aprender a relaxar e assim evitar o cansaço demasiado que teria em junho. E pode também evitar esses conflitos ou minimizá-los se conseguir identificar mal-entendidos, a que não estaria atenta se não tivesse a informação que a Roda lhe pode dar. Este lançamento também a avisa dos melhores meses para avançar, por exemplo, num novo projeto, e as alturas em que deve esperar. Indica claramente em que meses lhe vão surgir boas oportunidades e nesses meses deve estar atenta a novidades. Normalmente quem faz a consulta da Roda do Ano, repete, pois é uma excelente ferramenta que pode ir consultando para que o ano lhe corra melhor. O que está marcado para si, acontecerá à mesma, pode é lidar com isso de forma mais positiva e proativa, no sentido de melhorar a sua vida.
MAS ASSIM O TAROT CRIA DEPENDÊNCIA NAS PESSOAS?
Não. A forma como eu trabalho é exatamente para que a pessoa tenha realmente mais consciência do seu poder, da sua vida e responsabilidade nela. Para que possa aprender a tomar as suas decisões, cada vez mais, de forma independente e segura. Numa consulta, a orientação que faço não é só dizer o que se passa ou dar probabilidades, mas também e muitas vezes, de aconselhar de forma prática, exercícios específicos para determinada pessoa, dependendo do problema. Esta é uma profissão que me obrigou e obriga a aprender sobre muitas outras áreas, para poder realmente ajudar. Não aconselho a consultarem cada vez que tiverem um problema ou uma dúvida, deixo sempre ao critério de cada um. Mas tento, acima de tudo, orientar de forma a que aquela
determinada pessoa, possa aprender a usar a sua capacidade, muitas vezes minimizada ou traumatizada pela vida, para que consiga ir ultrapassando as suas dificuldades internas e cada vez mais se tornar forte, feliz e livre.
QUAL O GÉNERO DE PESSOAS QUE A CONSULTA?
Todo o tipo de pessoas, de todas as classes sociais, graus académicos, homens e mulheres. Os homens normalmente são mais práticos em relação às suas questões, que se prendem muito com dúvidas profissionais ou amorosas. Mas são concretos nas perguntas e claros nas suas dúvidas. As mulheres são em maioria, e, as suas questões
são mais a nível emocional, não só com o companheiro, mas também com os filhos, pais e amizades. Também com dúvidas e inseguranças de si mesmas, muitas depressões, traumas mal resolvidos do passado, saúde. O trabalho é uma área muito abordada, embora cada vez mais os problemas financeiros e de investimento estejam muito presentes nos dias de hoje. Quem me consulta, normalmente vem à procura da última resposta. Quando nada mais ajudou, quando a fé acabou, em última instância vêm à procura da magia das cartas e o que eu gosto, é quando lhes mostro que afinal, a magia está dentro de nós, é só saber procurar.
QUAIS OS DESEJOS PARA 2020?
Essa é uma pergunta que me faz pensar um pouco antes de responder…Tenho os desejos para a Humanidade, para o meu país, para as pessoas que me rodeiam. O que desejo para os meus amigos, para a minha família, em especial para os meus filhos, e os desejos para mim própria. Talvez me foque mais nos desejos para os meus filhos, os meus irmãos e para a minha família. Espero que continuem o seu percurso da forma como o têm feito até agora. Que pensem pela sua cabeça e que persigam os seus sonhos, sem desistir. Que cresçam, cada vez mais belos, mais fortes, mais felizes e mais livres. São estas as bases do Amor. Para mim, desejo o Justo. Aprendi há muito tempo, que tudo o que recebemos da vida, é o resultado das nossas ações, de uma forma ou de outra, das nossas escolhas, mesmo que inconscientes. Tento viver com essa consciência,
que me traz paz e tranquilidade nas minhas opções e desejo continuar a viver dessa forma.