Doutor Finanças ajuda a saber quando vale a pena amortizar o Crédito Habitação.
O Doutor Finanças, empresa especializada em finanças pessoais e familiares, explica como funciona a amortização do nosso Crédito Habitação e mostra como podemos identificar se vale a pena optarmos por esta solução.
“Numa altura em que as taxas de juro no crédito habitação estão elevadas e em que produtos de poupanças, como os depósitos, estão a pagar juros baixos, amortizar o crédito habitação pode ser uma boa decisão”, salienta Rui Bairrada, CEO do Doutor Finanças.
A resposta à pergunta vale a pena amortizar o crédito habitação nem sempre é direta. Depende de vários fatores. Antes de decidirmos o que fazer, devemos responder às seguintes perguntas:
- Se usarmos a poupança que temos, vamos ficar descapitalizados?
- Vamos precisar desse dinheiro para enfrentar algum imprevisto?
- Temos outros créditos com taxas de juro elevadas?
Se respondermos de forma afirmativa às duas primeiras perguntas, significa que as poupanças que temos podem ter um papel vital no equilíbrio do nosso orçamento. Devemos garantir que não ficamos descapitalizados e que temos sempre um pé-de-meia para enfrentar imprevistos. Se temos outros créditos com taxas de juro elevadas, nomeadamente cartões de crédito ou créditos pessoais com taxas de juro de dois dígitos, devemos começar por saldar essas dívidas.
Depois de responder a estas questões, devemos avaliar o potencial retorno desta decisão. Para sabermos qual o “retorno” deste investimento, teremos de usar o valor que vamos poupar no espaço de um ano e multiplicar pelo número de anos que ainda faltam para concluir o contrato.
A seguir, temos de dividir esse valor pelo montante amortizado e calcular o valor percentual. O resultado obtido deve, então, ser dividido pelo número de anos que ainda faltam para concluir o empréstimo e saberemos qual o “retorno” financeiro da amortização.
Se usarmos como exemplo um crédito de 100 mil euros, com um spread de 1,2% e 240 prestações por liquidar (20 anos), corresponde atualmente a uma prestação de cerca de 630 euros. Amortizar este empréstimo em 10 mil euros implica uma redução da prestação de cerca de 64 euros por mês. Isto significa uma poupança de 768 euros no ano.
Para calcular o “retorno” desde amortização, multiplicamos os 768 euros por 20 anos, o que dá 15.360 euros. Na prática, ao longo dos 20 anos vamos pagar menos este valor ao banco. Depois, dividimos este montante pelos 10 mil euros que amortizámos, e calculamos a percentagem. Neste caso, o resultado é 53,6%, o que, dividido pelo número de anos do contrato (20), representa 2,7% por ano.
Se pensarmos na amortização como se fosse um investimento, a “rentabilidade” deste “investimento” é de 2,7% ao ano. Se tivermos o dinheiro parado no banco ou num produto com uma rentabilidade inferior, optar pela amortização pode ser mesmo a melhor decisão.
Além de reduzir os encargos mensais imediatos, amortizar o crédito permite diminuir o custo total do empréstimo, gerando, dessa forma, poupanças futuras adicionais e, eventualmente, terminar o contrato antes do prazo inicialmente estipulado.
Quando decidimos amortizar uma parte significativa do crédito podemos optar por dois caminhos: manter o prazo inicial do contrato, reduzindo assim a prestação mensal; ou reduzir o prazo do empréstimo, mantendo a prestação do crédito, mas antecipando o final do contrato. Qualquer destas opções gera poupanças, sendo que quanto mais depressa liquidarmos as nossas dívidas, menos vamos pagar ao banco.