PATRÍCIA DE CASTRO GONÇALVES, UM EXEMPLO DE SUCESSO NO FEMININO
Entre Portugal e Angola, assim é a vida de Patrícia de Castro Gonçalves reconhecida pelas mais distintas entidades. Parar não é opção e pretende continuar a trilhar o seu caminho com base nos conhecimentos e experiências que somou.
O AMBIENTE É O TEMA QUE A ENVOLVE NAS MAIS DIVERSAS FRENTES. SER ENGENHEIRA DO AMBIENTE NÃO ERA, ATÉ HÁ BEM POUCO TEMPO, UMA DAS PROFISSÕES MAIS PROCURADAS PELO GÉNERO FEMININO.
A sua formação académica foi na Universidade de Aveiro, que, na altura, ainda era uma Universidade recente, em comparação com outras em Portugal. Este facto facilitou a sua integração. O 1.º ano era comum aos vários cursos, o que também lhe permitiu fazer vários contatos, novos amigos e assim ultrapassar os desafios normais de quem sai pela primeira vez da casa dos pais. Engenharia do Ambiente não estava na moda, no entanto, quando entrou na Universidade, começava-se a falar que seria um curso com futuro. Não foi a sua primeira opção, contudo, assim que começou a estudar as disciplinas da área, ganhou motivação e hoje é feliz por ter seguido este caminho. Em 2001, entrou como estagiária no Grupo Monte. O Grupo Monte era constituído por várias empresas e ingressou numa de consultadoria ambiental. A empresa era muito jovem e estava na fase de arranque, pelo que foi interessante colaborar no desenvolvimento da estratégia, angariação de clientes e desenvolver uma equipa capaz de dar resposta aos desafios que nos eram colocados. O negócio foi evoluindo e Patrícia foi progredindo na carreira profissional. Em 2007 passou a Diretora Técnica-Comercial da empresa e, em 2008, foi convidada a integrar o Conselho de Administração. Entretanto, fruto de reorganizações no Grupo, em 2009, passou a fazer parte da Administração das empresas da área de Ambiente. Atualmente, integra a Comissão Executiva do Grupo e é responsável pela área de Negócio de Ambiente.
Quando entrou tratava-se de um grupo empresarial formado por colaboradores do sexo masculino e o fato de ter ajudado a criar uma área de negócio de raiz foi entusiasmante. Em pouco tempo, passou a contribuir com uma forte presença feminina nos projetos do Grupo. Nos vários projetos que tem participado, tem essencialmente lidado com interlocutores masculinos, no entanto isso permitiu-lhe ganhar mais à vontade e autoconfiança para expressar opiniões.
ATUALMENTE ESTÁ NA LINHA DA FRENTE DO GRUPO MONTE, UM CONJUNTO DE EMPRESAS CUJO CENTRO DA CRIAÇÃO DE VALOR ESTÁ VOLTADO PARA O COLABORADOR E NÃO PARA O ACIONISTA
“Estar em cargos de gestão é desafiante e exige muito foco. Estou rodeada por uma equipa fantástica, o que também nos permite crescer mais e fazer coisas espetaculares! O mundo empresarial é muito exigente e obriga-nos a estar atentos e em constante evolução. Não existem rotinas e é bom chegar ao final do dia e concluirmos que o dia foi produtivo, conseguimos avançar com os temas em curso e evoluir rumo aos objetivos que definimos. A forma de gerir as pessoas é o que faz a diferença. Há uma participação real dos colaboradores na estratégia da empresa”, afirma Patrícia Gonçalves.
Apesar do Grupo Empresarial ser maioritariamente constituído por homens, teve a sorte de trabalhar em empresas do Grupo onde lhe foi dada a oportunidade de progredir. As bases para poder crescer profissionalmente foi o facto de ser empenhada e desenvolver as suas atividades de forma profissional. A partir de determinada altura o seu trabalho começou a ser visto como importante e a acrescentar valor.
“Para chegar até aqui tive que estudar muito, preparar-me bem para as reuniões, fiz muito investimento pessoal em formação pós-laboral (atividade que mantenho), “saber estar” e não me sentir inferior aos homens! Um fator também importante para o nosso desenvolvimento é termos um espírito aventureiro, procurar constantemente novas oportunidades e fazermos parte da solução para os desafios que todos os dias surgem. Gosto de novos desafios, o contato com várias realidades, sectores, países e culturas diferentes. Atualmente a minha atividade profissional divide-se muito entre Portugal e Angola. Trabalho com excelentes profissionais nos dois países e tenho muitos e bons amigos. Fascina-me ter a noção que para além da vida profissional, na qual coloco à disposição as minhas competências, existe uma outra vertente humana e de profunda amizade que nos acompanha ao longo da vida. É reconfortante e bom saber que somos reconhecidos como profissionais e como pessoas, e em alguns casos sermos tratados quase como família.