O ESTILO DE GESTÃO E O TIPO DE LIDERANÇA EXERCIDOS MARCAM A DIFERENÇA

Helena Águeda
Helena Águeda é Diretora Comercial da Prosegur desde o ano de 2010 e realça a importância crucial de se trabalhar o quociente emocional, para a otimização dos resultados da equipa e, por conseguinte, da empresa.

O GRUPO PROSEGUR CONTA JÁ COM 40 ANOS DE EXPERIÊNCIA NO MERCADO. QUE EXEMPLOS DE PRÁTICA DE IGUALDADE DE GÉNERO PODE PARTILHAR CONNOSCO?

A Prosegur procura encontrar os melhores profissionais para o desempenho das diversas funções. Investimos na formação das equipas, e tentámos reter e fidelizar os talentos, proporcionando-lhes um ambiente de trabalho de confiança. Os colaboradores são escolhidos pelas suas capacidades e nenhum colaborador é discriminado pelo seu género. O reflexo desta filosofia é ter equipas mistas e multidisciplinares, ter em lugares de Direção ou Intermédios, algumas mulheres em destaque. Independentemente, de ser mulher ou homem, o importante são as competências que demonstram e que tornam o colaborador apto para o desempenho da função. Numa área comercial, orientada para resultados, é fácil medir e avaliar desempenhos.

A TRABALHAR NUMA EMPRESA DOMINADA PELO GÉNERO MASCULINO, COMO É SER LÍDER NESTE SETOR? CONTE-NOS SE EXISTIRAM E QUAIS AS BARREIRAS QUE TEVE DE QUEBRAR PARA ALCANÇAR A SUA POSIÇÃO ATUAL.

A minha experiência profissional sempre foi marcada por empresas mais dominadas pelo género masculino. Iniciei a minha carreira como comercial em 1990. Na época, eramos 22 comerciais na Zona Norte e apenas havia uma mulher: eu tive a clara noção de que me foram exigidas muito mais demonstrações de competência para me afirmar e que existia muito menos tolerância aos meus erros.
Em 1999 abracei um novo projeto. Recordo-me que o país estava dividido em 3 áreas e que apenas o Norte era gerido por uma mulher: quando pedia alguma ajuda a um colega, a resposta habitual era “não sei”. Percebi que para alguns homens é difícil ver uma mulher num cargo idêntico e que tenha sucesso. Desde 2010, estou na Prosegur, tendo entrado já na função que ocupo. Hoje agradeço a todas as chefias exigentes que tive no caminho, pois foi graças a essa exigência que aprendi e cresci profissionalmente e como pessoa.

CONSIDERA QUE EXISTE UM MERCADO DE TRABALHO PARA AMBOS OS GÉNEROS OU QUE HÁ SETORES QUE PODEM BENEFICIAR DE UMA LIDERANÇA MAIORITARIAMENTE MASCULINA / FEMININA?

Mais do que ser homem ou mulher, o importante é o estilo de gestão e liderança exercidos. Ter uma comunicação transparente, clara e assertiva, uma preocupação genuína pelo outro, um comportamento humano. Ser empático e ter intuição ajuda a criar as relações. Temos de ter a capacidade de gerir as nossas emoções para gerirmos as dos outros. Atualmente, tão ou mais importante do que o QI (Quociente de Inteligência) é o QE (Quociente Emocional). Cada vez mais, é importante trabalhar, as competências inerentes à inteligência emocional.

EVOLUÍMOS PARA UM CRESCENTE NÚMERO DE MULHERES NA LIDERANÇA DAS EMPRESAS. QUAIS OS MAIORES BENEFÍCIOS DESTA MUDANÇA, NO SEU PONTO DE VISTA?

Hoje a palavra mudança faz parte das organizações. Tudo acontece a uma velocidade elevada e é efémero. As empresas têm de ter uma capacidade de adaptação constante e reinventarem-se. Para o fazerem, tem de ter equipas de profissionais competentes e diversificadas. A diversidade cria equilíbrio e o equilíbrio gera resultados.

NESTE DIA INTERNACIONAL DA MULHER, QUE MENSAGEM PODE DEIXAR PARA AS NOSSAS LEITORAS? PARTILHE O LEMA QUE APLICA À SUA VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL CONNOSCO!

O mais importante é fazermos o que gostamos, o que nos faz sentir realizadas, sermos autênticas e perseguirmos aquilo em que acreditamos. Não há impossíveis e sim podemos ser e fazer tudo aquilo em que acreditámos;  basta querermos! Feliz dia da Mulher.