Depois de vários anos a trabalhar no mercado imobiliário, Clarisse Cruz apaixonou-se pelo setor e decidiu fundar a sua própria firma, Villas Key, a qual lidera. A empresa focada na venda de propriedades em Portugal é um exemplo de sucesso no segmento imobiliário de luxo, graças à “filosofia” da sua equipa de “querer sempre dar o seu 100%”.
Com um grande interesse pelo setor imobiliário, Clarisse Cruz, em busca de um “novo desafio”, decidiu seguir em frente com o seu sonho, ao criar a sua própria empresa imobiliária, Villas Key, onde atualmente detém o cargo de CEO. Fundada há quase uma década, esta firma portuguesa sediada na região do Algarve tem como principal área deatuação a venda de propriedades em todo o país.
Clarisse é natural de Trancoso, na Guarda, onde passou os seus “primeiros anos de
vida”. Foi nessa “aldeia pequena”, revela, onde aprendeu a “importância da resiliência
e de lutar pelas nossas crenças, mesmo contra todas as expectativas convencionais”,
algo que acabaria por influenciá-la na sua vida adulta e na sua carreira.
Ainda jovem, deslocou-se para a Argentina com a sua mãe, Alice Fonseca, “na expectativa de uma vida melhor para ambas”, e aí começou o seu percurso profissional e também desenvolveu a sua perspetiva de que, “se pusermos 100% em tudo o que fazemos, obtemos o sucesso procurado”. Para além de ser o palco do início da sua carreira, este país latino-americano foi também onde Clarisse começou o seu percurso académico, tendo tirado a licenciatura em Administração e Negócios, no Instituto Universitario Escuela Argentina de Negocios (IUEAN), entre 1990 e 1996, como é referido no LinkedIn da consultora imobiliária.
Na Argentina, o “negócio da família” da empresária estava interligado ao setor imobiliário, sendo os seus familiares proprietários do grupo Lisboa, em Buenos Aires. Todavia, em 2002, Clarisse deixou a Argentina para trás e voltou para o seu país natal, dirigindo-se mais especificamente para o Algarve, destino escolhido para “iniciar uma nova vida em solo português”.
Já em Portugal, Clarisse começou a trabalhar na empresa imobiliária Garvetur, onde ficaria até 2014. Aí descobriu que a sua “paixão” passava pelas “atividades externas, angariação e venda direta de propriedades”. O seu primeiro negócio em Portugal consistiu numa venda a um casal português que procurava o seu primeiro apartamento. Clarisse conta que mostrou primeiramente a Carmelita e João “um apartamento de 3 quartos num prédio cor de salmão em Lagos”, que, mesmo depois de várias visitas a outros imobiliários na zona, foi o que acabaram por escolher. Esta foi uma “venda rápida”, refere, e impulsionou uma aproximação com estes clientes, revelando que “ainda hoje mantêm contacto” e que foram realizando “outros negócios ao longo dos anos”. “Foram momentos que ficaram gravados para sempre”, expressa a consultora imobiliária.
Assim, embora tenha tido um “envolvimento inicial no mercado imobiliário” enquanto estava na Argentina, foi no Algarve que a consultora imobiliária teve o “verdadeiro encantamento pela profissão”
“aqui, tive um contacto direto com os imóveis, acompanhando de perto o desenvolvimento dos projetos, observando os edifícios tomarem forma e [conheci] as preocupações dos diretores de obra, bem como os desafios relacionados às diversas entidades para obtenção das licenças de habitação”.
Entretanto, em 2009, a Garvetur honrou Clarisse com “prémios de consultora que vendeu [o maior] número de imóveis, consultora que fez mais lucro para a empresa e consultora que encaminhou mais clientes para financiamentos bancários”. Contudo, este sucesso foi acompanhado de “desafios na [sua] vida familiar”. Enquanto trabalhava, a empresária decidiu tirar a licenciatura em Solicitadoria, o que provou ser uma grande adversidade, especialmente em termos de horário. Durante os fins-de- semana, “atendia clientes interessados em casas no Algarve, tentava passar um tempo com os [seus] filhos” e, igualmente, tentava encontrar “espaço para preparar trabalhos universitários”. Estes momentos foram realmente “difíceis para toda a família”, expressa Clarisse; porém, contra todos os obstáculos, conseguiu concluir o curso “com sucesso”.
Quando terminou a licenciatura em Solicitadoria, Clarisse decidiu que “seria altura
para um novo desafio”. Depois de estar 12 anos na Garvetur, a consultora imobiliária
seguiu em frente e criou a sua própria empresa, Villas Key, em 2014.
“dedicação contínua da filosofia de dar o [seu] melhor no trabalho e
nas relações interpessoais”
Constituída por “uma equipa de consultores com vasta experiência no mercado de mediação imobiliária”, a Villas Key tem como “foco de atuação” a “mediação de compra e venda de imóveis”, o “arrendamento de propriedades para férias e a longo prazo”, a “intermediação de crédito” e “a colaboração com parceiros credenciados que assistem os [seus] clientes” em variadas áreas, desde “projetos de arquitetura e construção” até à “avaliação de certificação energética” de casas, como é referido no website oficial da empresa.
“Prestar um serviço de excelência aos seus clientes”, pautado por uma “vasta experiência e inovação tecnológica” e pelo respeito da “discrição e integridade” deles, é definitivamente um dos maiores objetivos da Villas Key, de acordo com o seu website.
Ao longo dos anos, o grupo imobiliário chefiado por Clarisse Cruz tem atingido um “rápido sucesso” no setor, tendo conseguido concretizar missões que “imobiliárias que estão há mais de 40 anos no mercado não conseguiram” concretizar, refere a CEO. Isto deve-se ao facto de que a equipa, “em tudo aquilo que faz, quer sempre dar o [seu] 100% e conseguir os melhores resultados para todas as partes envolvidas”, segundo Clarisse. Assim, através desta “filosofia”, “os resultados são obtidos naturalmente, tendo a confiança dos [seus] clientes, parceiros, colaboradores”. Esta fidelização também é conseguida graças à abordagem da empresa de tentar com que “todos os [seus] clientes se tornem [seus] amigos”, dando a empresária um exemplo de um casal suíço, que adquiriu recentemente uma moradia de luxo, em Lagos. O par apreciou tanto a ação do grupo que “se estabeleceu uma relação de amizade e uma parceria entre a Suíça e Portugal”, que, atualmente, “está a dar frutos”, refere.
São várias as parcerias que a Villas Key possui, tanto a nível nacional como internacional. Reconhecida por todo o mundo, a firma portuguesa investe “desde o seu início” no mercado internacional, participando “ativamente em diversas feiras imobiliárias”, que incluem “eventos na Noruega, França, Alemanha e Espanha”, sem nunca “negligenciar as feiras nacionais”, afirma a consultora imobiliária. Na ótica de Clarisse, a empresa crê que as parcerias são “essenciais e extremamente gratificantes” porque, “ao compartilhar”, consegue “crescer em conjunto com os [seus] parceiros”.
Devido ao seu sucesso, a Villas Key tem recebido inúmeros prémios e títulos de renome. A nível internacional, por exemplo, a firma imobiliária foi honrada este ano com o Prémio Destaque Real Estate, num evento realizado pela KS, em Zurique, que contou com a participação da TV Globo. Já, em Portugal, a imobiliária foi honrada pela Scoring, empresa de serviços em gestão estratégica e financeira, ao ser distinguida como uma das Top 5% Melhores Pequenas e Médias Empresas de Portugal. Ainda a nível nacional, a Villas Key foi também finalista do prémio “Inovação na Mediação”, iniciativa fomentada pela SIC Notícias e pelo Jornal Expresso, em colaboração com o Espaço Casa. A CEO admite que a própria participação foi “extremamente enriquecedora”, visto ter proporcionado “valiosos contactos e experiências para projetos futuros”.
Na conjuntura atual, os avanços tecnológicos têm influenciado inúmeras áreas e o setor imobiliário não fica atrás. Segundo Clarisse, a inovação tecnológica “transformou significativamente as práticas” imobiliárias e passou a deter um papel fundamental neste setor, permitindo que os consumidores, que “estejam em continentes distintos”, possam ter “acesso aos [seus] imóveis”. “A capacidade de oferecer acesso remoto a imóveis amplia as possibilidades e proporciona uma experiência mais flexível e adaptada às necessidades dos clientes num mundo cada vez mais conectado digitalmente”, reitera a CEO da Villas Key.
Desde sempre que este grupo aposta na inovação tecnológica, percecionando-a como o “futuro do sucesso empresarial”, afirma a empresária. Assim, nos últimos anos, a firma tem utilizado mais ferramentas de inteligência artificial, tais como o ChatGPT, que geram “a expectativa de que, se a soubermos regular, adaptar e gerir, tem tudo para ser uma mais-valia”, constituindo, desta forma, “um mecanismo distintivo” da Villas Key. Para além disto, a empresa apresenta muitas outras características diferenciadoras, desde o “estratégico posicionamento físico no mercado imobiliário” e o “conhecimento profundo do mercado local com estudos de mercado constantes” até ao “marketing criativo e eficiente”, entre outras.
Estando a sua firma inserida no segmento de luxo, onde a “exigência torna-se mais elevada”, Clarisse refere que há inúmeros critérios para que uma empresa imobiliária tenha sucesso neste específico mercado, como “trabalhar com extrema precisão e profissionalismo”, “cultivar um conhecimento abrangente, estar atualizado” e prestar atenção à imagem que se transmite, uma vez que “reflete diretamente na confiança que o cliente deposita em nós”.
Acima de tudo, a CEO da Villas Key destaca a “preparação”, que considera ser a “chave” para ser-se bem-sucedido no setor imobiliário de luxo, e a “arte de ouvir”, que é “tão valiosa quanto a habilidade de falar”, visto que a “compreensão profunda das expectativas do cliente é o alicerce para o sucesso nas transações imobiliárias de alto padrão”.
Como mulher no setor imobiliário, Clarisse afirma que “contempla o mundo com uma perspetiva única e multifacetada”, pautada pela “criatividade, disciplina e espírito empreendedor”, assim como apresenta a “habilidade de ouvir, interpretar e manter sempre à mão o espírito colaborativo em benefício do cliente”. Na ótica da CEO da Villas Key, para ser líder, é imprescindível “guiar as equipas de trabalho, elevando-as a patamares superiores em termos de desenvolvimento e desempenho”. Deste modo, o objetivo deve ser sempre a transformação dessas equipas em “verdadeiras catalisadoras de sucesso”, que devem ser “motivadas para que permaneçam no mercado como entidades sólidas e felizes”. No contexto de líderes do género feminino, Clarisse aconselha às mulheres para que “pensem em grande, cultivem a empatia, sejam comunicativas e estabeleçam metas significativas que proporcionem profunda satisfação pessoal”. Para além disso, a empresária acredita que devem “esforçar-se incansavelmente para alcançarem [os seus] objetivos”, “valorizar cada conquista” e também “criar oportunidades contínuas para o crescimento”. Baseando-se numa afirmação de Khalil Gibran, a consultora imobiliária realça que é importante “trabalhar com amor”: “o amor pelo que fazem é a essência que permeia cada esforço, transformando o trabalho numa expressão autêntica de paixão e dedicação”.
São vários os planos da CEO para o futuro da Villas Key, desde a manutenção da ”excelência de qualidade no serviço aos [seus] clientes” até ao prosseguimento da expansão da empresa “tanto no setor de vendas como no setor de arrendamentos” e também a continuação do aumento do “número de parcerias internacionais”, de maneira a “promover Portugal pelo [mundo] inteiro” para dar a conhecer o “melhor que temos para oferecer”.
De um ponto de vista mais pessoal, a empresária espera que os seus dois filhos dêem continuidade ao seu legado, desenvolvendo e modernizando a empresa com a mesma força e empenho que têm vindo a demonstrar nos últimos anos, preservando assim a Villas Key para a posteridade.