Com um percurso académico e profissional diversificado, Rita Carvalho Marques tornou-se, em 2019, na Happiness Manager da empresa portuguesa Milestone Consulting, onde “ajuda as empresas e as pessoas a encontrarem harmonia e o equilíbrio necessário” para uma vida “mais feliz e genuína”.
Desde o design e joalharia até à comunicação e Marketing, são várias as áreas por onde Rita Carvalho Marques passou e são variados os cargos que deteve ao longo da sua ilustre carreira. A mais recente adição a esta lista corresponde ao cargo de Happiness Manager, na empresa portuguesa de Tecnologias de Informação (TIC) Milestone Consulting, em que tem como principal missão “ajudar as empresas e as pessoas a encontrarem harmonia e o equilíbrio necessário para viverem de forma mais feliz e genuína”.
Tendo nascido em Luanda, Angola, em 1973, a infância de Rita foi bastante “pautada pelas influências africanas e brasileiras”, daí afirmar que “nasceu e vive entre o samba e o fado”. Já a sua adolescência passou-se em Portugal, entre “o romantismo de Sintra e a agitação de Lisboa”.
Atualmente, a sua morada é “perto do mar, com a família que escolheu” e detém os cargos de responsável por Marketing e Comunicação e de Happiness Manager na Milestone Consulting. Mas como é que chegou a este ponto?
Antes de focar-se em comunicação e Marketing, Rita começou por explorar áreas bastante distintas destas. De acordo com o LinkedIn da gestora, de 1992 a 1996, tirou a licenciatura em Design Industrial pelo IADE (Faculdade de Design, Tecnologia e Comunicação, antigamente Instituto de Arte e Decoração) e, entre 1997 e 1998, completou uma Pós-Graduação em Joalharia e Ourivesaria através do Centro Português de Design, em colaboração com a Glasgow School of Art. Ambos os cursos continuam bem presentes na vida de Rita, visto que é designer de joalharia desde 1997.
Já, em 2007, Rita concluiu uma Pós-Graduação em Direção Comercial pelo ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa). A junção da “observação dos comportamentos humanos” e de “alguns apoios académicos” foi o que levou a manager a “caminhar até às áreas do Marketing”, em que “aprendeu a promover marcas, ideias, conceitos fora e dentro de portas”.
Tal como o seu percurso académico, a carreira de Rita é extremamente diversa, tendo passado por inúmeras organizações e detido variados cargos. Primeiramente, iniciou o seu percurso profissional como responsável pela gestão interna de projetos e clientes no grupo Young & Rubicam (atualmente VMLY&R), cargo que deteve entre 2000 e 2003.
A gestora afirma que esta empresa fê-la “trabalhar a organização e calendarização das ações internas” e aí obteve “disciplina e foco”, entendeu a “importância da existência de processos internos que simplificam a vida dos colaboradores” e desenvolveu “várias competências fundamentais para o [seu] atual trabalho”.
Já, de 2003 a 2009, Rita trabalhou como Diretora Comercial na Extralarge Comunicação, enquanto que, em 2011, deteve a mesma função na empresa Movicortes e, depois, em 2012, tornou-se Business Unit Manager New Media na Geslógica. Para a manager, foi graças a estas organizações que “desenvolveu a visão comercial tão importante no Marketing de uma empresa”: “a forma como queremos ser vistos”.
Rita “foi seguindo os caminhos que [lhe] foram disponibilizados”, revelando que “sempre pensou que teria de deixar alguma coisa neste mundo, mas não sabia o quê”, apenas que seria relacionado com pessoas. Assim, primeiramente, “começou por trabalhar toda a estética exterior através das suas escolhas académicas e profissionais” e depois, ao inserir-se no setor de Marketing e vendas, começou a “trabalhar a comunicação com as pessoas”. “Quando comecei a olhar para dentro comecei a trabalhar o meu desenvolvimento pessoal e percebi que com as ferramentas que aprendi poderia ajudar os outros e as organizações”, reitera a manager. Desta forma, todas as experiências profissionais anteriores deram a Rita “conhecimento, experiência, criatividade e muita curiosidade”, referindo a gestora que estas “melhoraram aquelas que são as [suas] atuais capacidades”.
Entretanto, 2012 foi o ano em que Rita entrou na empresa Milestone Consulting, onde se tornou responsável pelo Marketing e comunicação, e onde, posteriormente, em 2019, adquiriu também o cargo de Happiness Manager, ambas posições que mantém atualmente.
Criada em 2010 “pelas mãos de um grupo de amigos” que tinham como objetivo “prestar um serviço de excelência na implementação de sistemas de informação de gestão SAP”, a Milestone Consulting é uma empresa portuguesa focada em serviços de TIC, segundo o seu website.
Atualmente, o grupo é considerado um “parceiro tecnológico de referência nas mais diversas áreas de atividade, gestão e vida dos [seus] clientes”, isto é, outras empresas, que, “cada vez mais, contam com o know-how, experiência e conhecimento da Milestone para que, em cada dia, o futuro esteja mais próximo.”
Recentemente, a empresa tem recebido inúmeros títulos e prémios de renome, desde a distinção como a Empresa Mais Feliz de Portugal pela Happiness Works 2023 até ao reconhecimento como a quinta Melhor Empresa Para Trabalhar em Portugal (MEPT 2023), assim como o facto de ter atingido a terceira posição nos People’s Choice Awards na categoria de Melhor Programa de Bem-estar e ser reconhecida com a Melhor Estratégia de Saúde Mental e Emocional, nos Wellbeing Awards de 2023. Contudo, não é só a empresa que tem sido louvada: Rita já foi também reconhecida como a primeira Happiness Manager pela APG (Associação Portuguesa de Gestão das Pessoas).
O percurso para a gestão de felicidade foi “muito natural”, revela a gestora, tendo “aprofundado o [seu] conhecimento em áreas mais comportamentais”, o que fê-la entender “como podemos ajudar as pessoas através do seu desenvolvimento pessoal e fazer com que as mesmas se sintam mais felizes na escolha profissional que fizeram”. Nos dias de hoje, como gestora de comunicação e Marketing e como Happiness Manager, Rita “trabalha a cultura, a imagem e a comunidade interna”, tendo de alinhá-las “com as ofertas da empresa”, algo que considera ser um “grande projeto”. Visto que a sua missão consiste em “ajudar as empresas e as pessoas a encontrarem a sua harmonia e o equilíbrio necessário” para proporcionar-lhes uma vivência “mais feliz e realizada”, a manager destaca a existência de “três grandes virtudes fundamentais na nossa vida”: a “paciência (para lidar com as diferenças)”, a “prudência (na comunicação, interpretação e perceção da realidade aos nossos olhos)” e, finalmente, a “persistência (para não desistir dos nossos objetivos)”.
Na ótica da gestora, “nós aprendemos no decorrer do nosso caminho, mas também quando ajudamos os outros”, considerando esta ajuda no “crescimento e autoconhecimento” das pessoas “muito gratificante”: “Criar uma cultura de felicidade, humanismo, amizade e colaboração na empresa também enche-me o coração”.
Para se concretizar este objetivo, Rita refere que a liderança deve ser “mais voltada para uma consciência social colaborativa e genuína”. Desta forma, “cada líder deve olhar para si” e “trabalhar as suas vulnerabilidades e virtudes”, assim como “utilizar a melhor forma e mais genuína para falar com as pessoas que lidera”, pois a “auto-responsabilização é fundamental para o crescimento do ser humano e para cada líder”.
Portanto, sendo que “olhar para o público interno e perceber como podemos chegar de forma global, […] a cada um não é simples”, afirma, é necessário “criar e desenvolver iniciativas que ajudem a dotar as pessoas de ferramentas que simplificam a sua vida dentro e fora da empresa”. Igualmente, “conhecer o mercado e o público externo para divulgar da melhor forma o que fazemos, transmitindo segurança e confiança aos nossos stakeholders”, e “conhecer muito bem a empresa e estar muito alinhado com a administração” são outros aspetos fundamentais para o desempenho na área de gestão de felicidade.
Embora, de todas as funções que desempenhou ao longo dos anos, o cargo de Happiness Manager seja “o mais desafiante e com mais responsabilidade”, a gestora admite estar “feliz” com esta posição e com todo o seu caminho profissional, visto que seguiu o seu “propósito de vida”: “Fazer o que nos faz feliz alinhando o nosso propósito pessoal com o profissional é, sem dúvida, uma dádiva que agradeço todos os dias. A vida foi dando sinais do que devia fazer. Entrelaçando caminhos e mostrando-me como tudo está ligado”. Para além disso, Rita sente-se “verdadeiramente realizada” nos seus cargos atuais, por saber que “o que faz pode melhorar a vida do outro”. “Não vivemos num mundo sozinhos. Se todos fizermos a nossa parte, iremos construir um mundo mais humano e mais justo”, expressa a manager da Milestone Consulting.
Como mulher, Rita admite que nunca se sentiu “questionada” pelo seu género, ao contrário de várias mulheres, revelando que foi sempre “vista como um ser humano com defeitos e virtudes como muitas outras pessoas”, em todas as organizações e empresas onde trabalhou.
Para a gestora, ser mulher é verdadeiramente “uma responsabilidade muito grande” e o sexo feminino possui “uma grande missão neste mundo”, que é “honrar a nossa linhagem, a nossa ancestralidade”. Contudo, admite que cada indivíduo apresenta “um papel importante e diferente” no mundo atual e, por isso, “temos que aceitarmo-nos a nós, em primeiro lugar, para depois aceitarmos os outros”. “Todos somos importantes, todos somos diferentes e temos papéis diferentes a desempenhar neste mundo, apenas temos de descobrir qual é e cumprir com o mesmo”, reitera.
Assim, a manager admite ser “importante que possamos viver alinhados com a nossa essência, voltando a reconhecer o nosso real valor e poder”, pois, desta forma, “traremos ao mundo uma Nova Humanidade, mais equilibrada, compassiva, unida e em harmonia com a Natureza.”
Atualmente num cargo de topo na Milestone Consulting, Rita demonstra-se como um exemplo de liderança; porém não se considera uma “líder perfeita”. Isto porque acredita que “a perfeição não existe”, algo pelo qual “procuramos desesperadamente”, ao invés de “aceitar a nossa imperfeição humana”. Desta forma, a manager é defensora de uma “liderança imperfeita”, a qual considera ser “o melhor caminho para um futuro mais positivo e para um mundo mais equilibrado”. Contudo, Rita Carvalho Marques admite que, para uma líder “comunicar [melhor] e inspirar o seu grupo” e, assim, ser exemplar, deve trabalhar em inúmeras competências, desde o enfoque no “autoconhecimento” e na “inteligência emocional” e o desenvolvimento da “autenticidade, coragem e empatia” e de “uma escuta ativa”, promovendo o “feedback”, até ao encorajamento da “criatividade e [do] pensamento crítico” e a comunicação “com transparência”.