O trabalho de Susana Silva incide na gestão de pessoas. Em entrevista à revista Liderança no Feminino explica-nos como o El Corte Inglés está a viver, junto dos seus colabores, esta crise pandémica, provocada pelo novo coronavírus COVID-19.
A direção do El Corte Inglés tem estado, desde o início desta crise, a adaptar sistemática e permanentemente, os processos de trabalho e as pessoas às necessidades ditadas pela evolução da pandemia, de acordo com as determinações das autoridades e as recomendações dos especialistas em saúde, tanto para proteger os seus colaboradores como os seus clientes.
Susana Silva, Diretora de Recursos Humanos (RH), afirma que através da comunicação interna da empresa, têm informado os seus colaboradores das medidas e das alterações necessárias. A equipa de RH está, por sua vez, em permanente contacto com os colaboradores, procurando esclarecer coletiva e individualmente, as muitas dúvidas sobre o que devem fazer, de acordo com as novas regras e leis ditadas na sequência do estado de emergência.
A EMPRESA ADAPTA-SE ÀS SUAS PESSOAS
Quando os primeiros casos apareceram em Portugal, o El Corte Inglés decidiu elaborar um Plano de Contingência, onde consagrou procedimentos para cada circunstância possível de prever, incluindo a de existirem suspeitas de contágio entre os colaboradores.
O seu Plano de Contingência conta com um serviço médico dentro das instalações da empresa que, conjuntamente com a equipa de Segurança e Higiene no Trabalho, tem prestado apoio aos colaboradores e tem implementado todas as medidas previstas no respetivo Plano, bem como outras, que, entretanto, foram adotando.
Susana reforça que, para além de seguir as recomendações da Direção Geral de Saúde, a empresa foi adaptando as suas pessoas a cada medida que tem vindo a ser implementada, sempre a pensar no bem-estar de cada um e na segurança de todos. Logo que o Plano de Contingência foi ativado, as colaboradoras que se encontram grávidas e as pessoas consideradas de risco ficaram em casa. Susana informa ainda que existe um controlo exaustivo de todos os casos suspeitos, bem como, a planificação de quarentenas alternadas nas equipas, o que, a par com a redução do horário de funcionamento e do fecho de uma grande parte da superfície comercial, permite à empresa garantir que as equipas não se cruzam, e que é possível continuar a ter mais pos- sibilidades de responder à sua missão de prover os bens alimentares e outros de primeira necessidade junto da comunidade.
Contudo, a Diretora de Recursos Humanos, refere que têm a consciência de que esta é uma circunstância muito dinâmica e que, a cada dia que passa, serão impelidos a tomar novas medidas.
RESPONSABILIDADE SOCIAL E ENTIDADE EMPREGADORA INCLUSIVA
Susana confessa que gostaria que fossem os stakeholders da empresa, ou seja, os grupos de interesse, e não a própria empresa a aferir da responsabilidade social corporativa. Na área que lhe diz diretamente respeito, o pessoal, diz-se muito orgulhosa, justificando que foram a primeira empresa privada a receber o Selo de Entidade Empregadora Inclusiva, fruto da política de contratação, formação e condições laborais, e de acesso a pessoas portadoras de deficiência. Também os grandes investimentos em formação e os compromissos de igualdade, transparência, ética e solidariedade são exemplos da responsabilidade com que, todos os dias, procuram gerir as pessoas.
Nas demais áreas, seja na relação com fornecedores, seja na relação com os clientes, com a comunidade e com o ambiente, também afirma encontrarem-se empenhados em agir, de forma responsável, e que têm um plano anual de ações concretas de responsabilidade assumida pela empresa. Neste caso, Susana refere-se ao código de ética com que asseguram a relação com os fornecedores, dos compromissos que assumem e cumprem com os clientes, do esforço de apoio à sociedade, seja no âmbito social, seja no âmbito cultural e, finalmente, no esforço e no investimento que fazem no tratamento de resíduos e nas alterações introduzidas para reduzir o consumo de plástico, o consumo de energia e no apoio a atividades social e ambientalmente sustentáveis.
A CRISE DESENCADEOU UMA ONDA DE SOLIDARIEDADE
Como é de conhecimento público, o El Corte Inglés está com as suas lojas encerradas, só funcionando os supermercados e parafarmácias. Contudo, são várias as equipas a trabalhar remotamente em casa. Este foi o impacto direto da crise provocada pelo COVID-19 e por este momento de pandemia na empresa. Por outro lado, esta crise desencadeou uma onda de solidariedade entre todos os colaboradores que se voluntariaram para ajudar nas áreas que se mantêm ao serviço da população.
CADA UMA DAS SUAS PESSOAS É MUITO VALIOSA
Susana partilha que todos vivem estas últimas semanas com algum receio e preocupação, em primeiro lugar, com a saúde das pessoas e também com o que aí vem. Mas diz ter reparado que nestes momentos de crise, as pessoas revelam o melhor delas, unindo-se e mostrando que juntos vão superar esta fase menos boa.
Da parte da empresa, Susana garante que tudo será feito para proteger os postos de trabalho, as pessoas do El Corte Inglés, que sempre foram consideradas o ativo mais importante da empresa. São elas que garantem a principal diferenciação no mercado, que é a qualidade e a excelência do serviço e do atendimento. Cada um dos seus colaboradores é muito valioso e a empresa investiu muito na sua formação. Por isso, também tudo fará para continuar a apoiar as suas pessoas, garantindo que continuarão juntos até esta situação passar e trabalhando para que assim continue no futuro.