A atriz conta com uma carreira de 18 anos e com mais de duas dezenas de projetos no currículo. Desde novelas e séries a anúncios publicitários, Ana Marta fez de tudo. Mais recentemente, foi uma das estrelas do filme e série Bem Bom, sobre a icónica banda portuguesa, as Doce e entrou na série O clube, disponível na Opto.
Ana Marta Ferreira tinha apenas 9 anos quando se estreou como figurante especial na famosa série juvenil Morangos com Açúcar. Desde então a sua carreira de atriz nunca mais parou: fez muitas outras séries juvenis marcantes como o Clube das Chaves, Floribella e Rebelde Way. Mesmo trabalhando desde cedo, não sente que tenha perdido a sua infância ou adolescência. Aliás, quando descobriu esta paixão sentiu-se como um peixe dentro de água.
Nunca fez nenhum curso de teatro, nem andou no conservatório. Tudo o que aprendeu foi com as pessoas com quem trabalhou, com o meio onde cresceu. Enquanto adulta, já participou em várias telenovelas, como Laços de Sangue, Sol de Inverno e a Única Mulher. Entrou esporadicamente em filmes e realizou trabalhos em áudio para spots publicitários de rádio e televisão, dobragens de áudio e voz-off de anúncios e filmes de várias produtoras.
Aos 27 anos continua a demonstrar a sua versatilidade enquanto atriz. Recentemente participou no filme Bem Bom e na série televisiva homónima sobre as Doce, interpretando Laura Diogo. O filme retrata mais a vida profissional da banda e a série explora mais a fundo a vida pessoal de cada uma das integrantes. Tem uma forte componente musical, baseada em factos e depoimentos reais, acompanhando todo o percurso da banda desde o seu início em 1979 até ao fim da formação inicial. Esta história é contada pelos olhos das quatro protagonistas, as cantoras das Doce, mas também inclui aqueles que lhes são mais próximos: amigos, cúmplices, namorados, amantes, bem como opositores. Segundo um comunicado da RTP, a série mostra como as quatro “mosqueteiras” (assim se apresentaram vestidas no Festival da Canção que venceram em 1882) conseguiram deixar um legado que sobreviveu às vozes conservadoras do seu tempo. “As DOCE sobreviveram a todos os críticos e deixaram a sua marca numa geração e num país”, remata o comunicado.
Antes da série e do filme, Ana Marta não tinha grande relação com as Doce. Como muitos, conhecia as músicas mais populares, como o “Amanhã de Manhã” e o “Bem Bom”, mas nem conhecia bem a cara delas. Este esquecimento e o quase apagar o nome da história é, nos olhos da atriz, um grande sofrimento para a banda. “Ainda bem que a Patrícia teve esta ideia, de dar voz, de dar força outra vez, a estas mulheres, porque elas merecem mesmo”, afirma.
Interpretar pessoas que ainda estão vivas foi um enorme desafio para a atriz. Na preparação da personagem, encontrou-se com Laura Diogo, que vive em São Francisco desde que a banda terminou. Laura teve de voltar a Portugal e proporcionou assim o contacto. Este encontro deu-se depois de uma preparação de um mês, por isso quando se sentaram frente a frente, partilhavam a mesma postura e a mesma forma de falar. “Ouvir as histórias da boca dela foi a cereja em cima do bolo”, conta.
O filme, que parecia amaldiçoado, por ter visto o seu lançamento adiado duas vezes por causa da pandemia, foi um sucesso nos cinemas. Para Ana Marta ferreira, é um filme muito especial. De repente, todas as pessoas podem conhecer a história das Doce – uma banda icónica, mas que pouco conhecem realmente. Para além disso, é muito fácil de se ver – “tem músicas, tem animação, não há muitas partes “mortas”. Acho que as pessoas no geral estão com vontade de ver coisas mais leves!”
Existe também um documentário de making-of “Bem Bom – Realidade e Ficção” que mostra a preparação que fizeram para encarnar as Doce, com grande foco para as coreografias e para a dinâmica em palco.
Entretanto, Ana Marta já passou para outros projetos: interpretou Jacinta na novela da SIC “A serra”, personagem que abraçou com garra e mais recentemente, deu vida a Rita para a terceira temporada de “O clube”, que arrancou na Opto. A série é baseada nas vivências reais das acompanhantes de luxo que frequentavam o Elefante Branco. Rita é uma mulher casada, com um filho e que passa por algumas dificuldades. O marido não trabalha e ela acaba por ter de arranjar uma solução – entrar no mundo da prostituição e acompanhamento de luxo.
Foram duas personagens diferentes, interpretadas num curto espaço de tempo. Para Ana Marta, “a variedade de personagens é muito importante para o crescimento enquanto atriz”. Por isso mesmo, aceitou o desafio de interpretar Rita, a personagem bastante ousada. “Gostei imenso de sair da minha zona de conforto, foi um grande desafio tanto profissional como pessoal”, revela a atriz.
O seu filho de 5 anos, Vasco, contracenou consigo na série, fazendo a sua primeira presença em tele- visão. “O Vasquinho participou porque a Patrícia Sequeira perguntou se era possível, visto que era uma criança de 5 anos e para haver realidade no vínculo entre mãe e filho”, relata. No início, a atriz ficou um pouco reticente, mas acabou por aceitar. Quanto ao seu futuro na área, essa será uma escolha que deixará apenas para Vasco. Independentemente da sua vontade, irá apoiá-lo e protegê-lo ao máximo. “É um meio que as vezes é muito exigente e para as crianças também o é”, confessa. “Mas foi um orgulho gigante!”
Enquanto mãe, o seu objetivo é passar os melhores exemplos para o seu filho ser o melhor cidadão possível. Equilibra assim o papel de mãe com todos os papéis que interpreta na vida profissional. Com uma carreira sólida de 18 anos, já possui uma matu- ridade na área. “Estou numa fase em que sei o que quero realmente fazer e o melhor que quero dar vou aplicar todos os meus conhecimentos nestes projetos atuais, confirmando que sou capaz”, realça.