A líder por amor apaixonada por pessoas

Do primeiro emprego “a sério”, num balcão de uma loja do cidadão, até à fundação da própria empresa, Filipa Oliveira atravessou 15 anos em funções de liderança na gestão de áreas de recursos humanos, desenvolvimento de negócios e gestão de operações. Apaixonada, desde cedo, pelo desenvolvimento humano e desperta para a necessidade de reformar as formas de trabalho, durante a pandemia da COVID-19, acumulou os cargos de consultora e formadora, experiências que só alavancaram o desejo de construir a própria empresa – a Skill Conquest.

Durante cerca de três anos, até janeiro de 2023, Filipa acumulou várias funções de liderança na Direção da Lifeplus, uma empresa de referência na prestação de serviços de saúde. Foi responsável pela gestão das áreas de Recrutamento e Seleção, Formação, Contratação Pública, Qualidade e Segurança de Informação. Adicionalmente, atuava como consultora, facilitadora e auditora (esta última numa vertente de avaliação de sistemas de gestão), funções novas que a obrigaram a estudar mais pois, como reitera, “não fazia sentido liderar áreas da qual não tinha conhecimento suficiente”.

Nos últimos três anos, dois deles em pandemia, desenvolveu trabalhos de consultoria que foram surgindo muito devido à COVID-19. Como refere, “naquele momento havia quase uma necessidade primária de conexão por parte de pessoas e empresas. Nunca tinha sido tão importante aliar a performance ao bem-estar e ao engagement dos colaboradores”, o que, de certa forma, alimentou a sua vontade de contribuir e estar em contacto com as pessoas.

Filipa aceitou a função com agrado, e alguma surpresa, sobretudo pela grande adesão
das empresas à ideia de capacitar as pessoas, naquele momento “desconhecido para todos” e onde “promover a empatia, humanidade e humildade na liderança era crucial, independentemente do projeto a implementar”, esclarece.

Como não é estranha a desafios, e desde há muito tempo era incentivada a criar a própria empresa, aliou o cansaço do ritmo, entre tantas funções, à vontade e “deu o salto”, como explica. Ainda que apreensiva pelo cenário de conflito na Europa e pela crise financeira, hoje percebe que tomou a decisão certa.

Mas este foi só o desafio mais recente, e aquele que a líder considera O DESAFIO, porque no início de 2023 abandonou o conforto de um lugar na direção para criar o próprio negócio “sem investidores, nem financiamento, só com força de trabalho e parcerias!”

A Skill Conquest foi pensada ao pormenor e à imagem da sua fundadora. Apoiada na sua experiência profissional, Filipa ambiciona ajudar pessoas em diferentes dimensões – junto das organizações, com o aumento da produtividade coletiva e o bem-estar, e a nível individual através de formações, mentorias e coaching.

A liderança implica acompanhar as necessidades de desenvolvimento e a gestão empática e humanizada das pessoas; o contrário só leva a “equipas menos produtivas e a perda dos colaboradores”, explica.

Por outro lado, a experiência diz-lhe que “grande parte dos problemas das organizações advém de estilos de liderança que não funcionam” e, como tal, a comunicação, a inteligência emocional e a liderança pessoal são aspetos fundamentais do próprio desenvolvimento que precisam de ser trabalhados pessoalmente.

Para Filipa, o alinhamento profissional passa pelo autoconhecimento, por uma comunicação correta com os outros e connosco próprios e pela procura de um propósito; por isso, quando criou a empresa, não prescindiu de uma área dedicada a quem quisesse investir a título pessoal no próprio desenvolvimento.

Por trabalhar frequentemente os temas da liderança, comunicação influente, empatia e inteligência emocional em grupo, as novas ideias, que desenvolve nas formações, alimentam os processos de coaching e consultoria.

Na área corporativa, para além do apoio na comunicação organizacional, no processo de liderança e no team bulding. Filipa atua em nichos específicos como são os Sistemas de Gestão e Qualidade, a Segurança de Informação e a optimização de processos.

Conta que sempre gostou de “ajudar e contribuir positivamente” e tem como propósito desenvolver o máximo potencial das pessoas e empresas. Então, os serviços que presta não são só “uma questão de transformar pessoas em excelentes profissionais”, mas também “uma questão de ajudar profissionais a tornarem-se melhores pessoas”, remata.

E o seu percurso, para lá de desafiante, centrou-se sempre no respeito pela individualidade e na preocupação de “calçar os sapatos dos outros”. Desde o primeiro emprego, numa loja de cidadão, que o futuro de Filipa passava pela conexão com as pessoas, pela comunicação — tanto é que desistiu do atendimento ao cliente para procurar algo que a conectasse mais ao outro.

Ainda que, no momento, fosse complicado trabalhar na área dos recursos humanos porque não havia grande investimento por parte das empresas e, como tal, havia poucas vagas no mercado. Filipa percebeu que o ponto diferenciador passava pelo ensino superior, uma vez que ser promovida internamente a deixava numa posição bastante limitada.

Filipa é licenciada em Sociologia e Planeamento pelo ISCTE, uma opção perfeita, de acordo com a líder, porque quer a área da sociologia quer a área do planeamento lhe ofereciam várias oportunidades, ou na área dos recursos humanos, ou na gestão de projetos, “onde também estaria em contacto com a gestão de pessoas”.

Deu os primeiros passos na liderança de equipas, ao mesmo tempo que estudava à noite.

Com o tempo, Filipa foi aceitando vários desafios – uns mais relacionados com os recursos humanos, outros relacionados com a gestão do negócio, gestão de qualidade e da segurança de informação que, apesar de serem áreas muito diferentes das áreas de RH, tornaram o caminho mais interessante.

“Os desafios sempre foram muitos e nunca nada veio em pequeno”

E, com este pensamento, Filipa arriscou novamente. Desta vez, pela vertente da gestão da qualidade, produtividade, eficiência e tecnologia, completando mais um desafio proposto pela ambição desta líder.

Como refere: “Curiosamente, as áreas da qualidade e segurança de informação revelaram ser áreas onde era importante aportar skills de liderança, comunicação e de trabalho em equipa devido ao cariz transversal a toda a organização. Os skills que trazia comigo acabaram por proporcionar a simbiose perfeita no sentido capacitar também estas áreas mais técnicas com power skills importantes.”

Ainda que se aventurasse fora das áreas que melhor conhecia, a vontade de contribuir mais, ter mais abrangência e conhecimento de todas as vertentes da gestão organizacional falava mais alto e, até quando se lançou na abertura de uma startup, somava as oportunidades de aprendizagem e empoderamento desempenhando funções na área comercial, contratação pública, acompanhamento de clientes, recrutamento, formação, definição de procedimentos e fluxos de trabalho e elaboração de conteúdos digitais.

Não acredita em coincidências e, pelo percurso de Filipa, é percetível que todas as vitórias são fruto da conciliação do estudo, do trabalho e da vida pessoal.

Acredita que a vida lhe foi dando sinais, desde cedo, de que escolhia a opção correta quando ajudava a potenciar as pessoas e por isso diz que o “coaching acabou por ser a escolha natural.”

Mas, a certificação internacional não chegou sem muito trabalho e nem sem autoconhecimento, “essencial enquanto pessoa e enquanto mulher”, como confirma.

Já a programação neurolinguística (PNL) surgiu com a necessidade de agregar valor a temas como a liderança, o desenvolvimento emocional, a comunicação interpessoal, o trabalho em equipa e a gestão de conflitos, alguns casos em que são empregues, hoje, os vários serviços que oferece através da Skill Conquest.

Tipicamente as suas formações, mentorias, sessões de coaching e projetos de consultoria são customizados e elaborados à medida de cada cliente mas, pelo impacto e adesão ao tema, decidiu criar dois programas que, disponibiliza tanto nas empresas como em mentorias de grupo para clientes particulares.

No caso, os programas “Comunicar para Liderar” e “Comunicar para Transformar” aplicam técnicas que Filipa aprendeu nestas formações e cursos e que, respetivamente, trabalham a liderança “de dentro para fora” e o desenvolvimento pessoal e competências de comunicação dos colaboradores.

Filipa confessa planear, num futuro próximo, formatos mais leves – como workshops e masterclasses – direcionado a pessoas, a título individual, que queiram desenvolver áreas e temas específicos.

Depois de muitos anos de experiência em funções de liderança, Filipa percebe que grande parte dos problemas das organizações passam pelo comando desajustado e instabilidade emocional. Ainda que se fale, cada vez mais, de amor na gestão, para esta líder:

“muitos não compreendem ainda o verdadeiro significado do amor aliado à gestão das organizações.”

Uma liderança baseada na orientação, no empoderamento e na escuta ativa, que não julga ou maltrata, que procura ser um agente facilitador, em comunicar, valorizar e capacitar, ao mesmo tempo que ajuda a sua equipa a alcançar metas, cria engagement, tem um sentido de missão e usa os seus conhecimentos para ajudar.

Na opinião de Filipa, liderar requer uma certa predisposição à vulnerabilidade, a “mergulhar nas profundezas das emoções”, a compreender o outro e a nós próprios. No caso, deseja que os líderes contribuam para o fim das lideranças obsoletas e castradoras que limitam a criatividade e a inovação.

Os resultados são importantes, pois são um barómetro, mas não é só sobre resultados. Quem lidera precisa de o fazer com empatia e humanidade e, para isso, é necessário haver dedicação e envolvimento, características essas que Filipa diz serem intrínsecas ao género feminino e, também por isso, acredita que “as mulheres são peritas a liderar com amor”.

Programa Comunicar para Liderar:https://skillconquest.pt/mentoria-comunicar-para-liderar/