A HOME STAGER QUE PROVA QUE VAMOS SEMPRE A TEMPO DE SERMOS FELIZES

Cristina Lampreia, Home Stager Certificada
Achou que terminaria a sua vida na área em que sempre exerceu: a bancária. O trabalho pagava as contas, mas os anos foram passando e o coração deixou de se sentir em casa. Um dia, Cristina Lampreia acordou e percebeu que, afinal, ainda há horizontes por explorar e felicidade por sentir. E encontrou tudo isso e muito mais no Home Staging.

Nascer, crescer, estudar, escolher uma profissão e levá-la até ao fim da vida. Ainda é esta a ideia que perdura na mente de muita gente, mas com certeza não na de Cristina Lampreia. Está noiva, tem três filhos e “mais dois do coração”: dois com 19 anos, um com 14 anos, um com 13 anos e outro com dois. Tem aquilo a que muitos apelidariam de “vida feita”. Ou talvez exista sempre alguma coisa por alcançar, uma meta por cruzar.

Cristina Lampreia diz ter entrado na escola com seis anos e ter saído com 30, tendo realizado os seus cursos todos de seguida. Licenciou-se em Gestão de Marketing, gestão bancária e realizou uma pós-graduação em Investigação Criminal e Ciências Forenses. A somar a isto, conta com mais 950 horas em cursos. Com 21 anos, iniciou a sua carreira na Banca, e lá ficou durante duas décadas. Após este período, sentiu que “algumas coisas deixaram de fazer sentido e outras passaram a fazer”. Com este sentimento no peito, acabou por tomar aquela que considera ter sido a decisão mais difícil da sua vida: despedir-se. Com 44 anos e filhos para cuidar, Cristina revela que, deixar de ter um “destino pensado” para a sua vida fez com estes fossem tempos muitos inseguros. “A única certeza que tinha”, conta, “é que precisava de ser feliz, e que tudo aquilo que construí, poderia construir nova- mente em outro lugar”.

Assim, os próximos passos que foi trilhando conduziram-na ao ramo imobiliário, como intermediária de crédito, e rapidamente se apaixonou pela área. Houve um dia em que Cristina Lampreia confessa ter prestado atenção às fotografias de um imóvel que estava a ser vendido, e ter pensado “que horror, como é que é possível se promover um imóvel desta maneira?”

Talvez tenha sido esse questionamento que tenha acendido uma luzinha dentro de si, que lhe dizia que podia existir algo a mais a ser explorado. Uma coisa levou à outra, Cristina descobriu o Home Staging, e passou a acreditar que “não faz qualquer sentido um imóvel ser posto no mercado sem Home Staging”. É igualmente da opinião de que “para tudo na vida e em qualquer tipo de relação, a comunicação é a maior e melhor ferramenta de sucesso, e é exatamente isso que o Home Staging faz, […] usa a comunicação no seu melhor e ajuda a interligar-se com os compradores, de forma acelerar as vendas e valorizar os imóveis”.

No entanto, não é de espantar que o processo de transição de áreas tenha sido atribulado. Além da questão dos filhos, Cristina acrescenta que “ter 44 anos, e desde os 21 ter um ordenado fixo ao dia 23, pagar 3% de segurança social, ter a saúde praticamente gratuita em hospitais e clínicas particulares, e de repente ficar sem nada” pode ser tudo menos considerado fácil. Mas mesmo com todas as adversidades encontradas, Cristina não se arrepende de se ter atirado de cabeça à vida, porque se sente “livre e feliz”.

Decidiu fundar a sua própria empresa, a Cristina Lampreia Home Stager, onde presta alguns serviços que considera essenciais neste setor. A sua marca possui uma área de formação, ajudando todos os consultores a desenvolver os seus negócios e perceber onde é que o Home Staging pode ser útil nos seus imóveis; estabelece parcerias com imobiliárias, onde são realizadas as respetivas formações; possui uma equipa de obras, serviço de decoração de interiores, serviço de mudanças e consultadoria. Além de tudo isto, há ainda o serviço de Home Staging, onde é feito de “tudo, desde a visita ao projeto, para imóveis vazios, mobilados e habitados, com foto reportagem e vídeo profissional”.

São vários os clientes que batem à porta da Cristina Lampreia Home Stager. A proprietária confidencia que a sua empresa não possui “nenhum perfil em específico”, mas que nota uma grande afluência de “consultores que se querem destacar no mercado”, que acabam por encarar o Home Staging como um ótimo aliado ao seu negócio. Esta ferramenta de marketing pode valorizar bastante o imóvel, dependendo do valor do mesmo. Cristina Lampreia exemplifica: “num imóvel de 400 000 euros, se investir 5% (ou seja, 20 000 euros), este pode ser vendido por 530 000 euros, o que acaba por representar 12% de aumento de valor”.

Cristina defende que os clientes “não compram um imóvel, primeiro que tudo […] compram a ideia de ter uma casa” e, por isso, o Home Staging contribui para o sucesso do ramo imobiliário. Além da valorização, é importante destacar que os imóveis encenados apresentam um aspeto mais cuidado e arranjado, o que transmite uma imagem mais profissional e asseada. Isso faz com que uma casa com Home Staging demore “78% menos tempo no mercado”.

A Home Stager defende que “cada caso é um caso, não há nada igual”, mas que a primeira visita é fundamental, seja qual for o imóvel que tem em mãos. É o sítio “onde entramos […] com os olhos de comprador, e é aqui que registamos tudo o que sentimos quando entramos nesta casa”, desde o cheiro, aos pequenos pormenores do funciona- mento da luz, da água, os estores, etc. “A ideia é que quando esta casa receber os seus potenciais compradores eles se sintam na sua casa”, afirma Cristina.

Em contrapartida, as necessidades dos proprietários não são as necessidades dos compradores, e o Home Staging compreende esses requisitos e atua. O papel desta prática é desenvolver o “cenário ideal para qualquer cliente”. A Home Stager sublinha que ainda existem muitos imóveis vazios no mercado, só que “sem mobília, é difícil ter a noção de espaço”, pois “apenas 10% da população tem capacidade de visualizar algo que não vê”.

Mas mesmo estando esta prática de marketing revestida por tantos atributos, Cristina julga que “o mercado português ainda está a anos-luz de alguns países onde o Home Staging já é parte integrante na venda de um imóvel”.

Para a Home Stager, o seu combustível, aquilo que mais a motiva, tanto neste setor como na sua vida particular, escolha, são as pessoas. Diz ser “uma pessoa de pessoas”, e que só lhe faz sentido “as suas motivações, os seus sonhos, as suas preocupações, os seus problemas, conseguir resolver tudo isto e ver a felicidade nos seus rostos, impactar a vida” dos outros. No fundo, sempre foi o que tentou fazer quando trabalhava no Banco, e nesta área consegue continuar a fazê-lo de outra forma, através da ajuda que proporciona a proprietários, investidores, consultores imobiliários, brokers, alojamento local, entre outros.

Cristina já conhece o mercado como a palma da sua mão. Ao longo de todos estes anos, conseguiu desenvolver um currículo extenso. Revela que, para si, o segredo para chegar longe centra-se na “organização, blocos de tempo, agenda, delegar” e “parceiros de trabalho”. Considera ainda fundamental “existir um parceiro em casa, aquela pessoa que nos apoia e com quem podemos contar para tudo, o nosso pilar”. Para si, “são as palavras-chave para ser possível ser mulher e ter sucesso profissional, nesta sociedade que ainda não conhece assim tão bem a igualdade de géneros”.

Abandonar o trabalho de uma vida foi, indubitavelmente, o pico mais complexo da sua carreira, mas confessa que o seu maior desafio foi, e sempre será, as pessoas. São elas “que me fizeram chegar onde cheguei”, conta. Quando se refere a pessoa, diz falar sobre a paixão pelas mesmas, “o querer estar lá, conhecê-las, saber como chegar até elas, perceber como motivá-las, como retirar delas potencialidades que nem elas sabem que tinham, e ver tudo isto a nascer e a crescer”.

Para Cristina Lampreia, “uma líder perfeita não existe […], porque quando achamos que somos perfeitos, não precisamos aprender mais, já atingimos a perfeição”. Então, na sua ótica, “há sim, um líder, porque para ser um líder já tem de ter todas as boas e fundamentais características”, como “saber trabalhar, saber ensinar, saber delegar para poder estar em várias frentes, ter interesse pelas pessoas, e pelo seu bem estar”, uma vez que está comprovado que as pessoas felizes trabalham mais e são mais produtivas. Por isso, Cristina resume uma boa liderança a “simplesmente ser humano” e tenta aplicar a sua própria ideologia todos os dias.