Estudou linguística, quis ser jornalista, mas a realidade da profissão levou-a a optar por outras áreas. As funções de gestão que foi ocupando ao longo da carreira consagraram o lugar de liderança, enquanto Chief Management Officer, na PHC Software. À gestão soma, também, a presidência da Fundação PHC, uma organização sem fins lucrativos focada na promoção da equidade digital.
A aceleração da mudança que se sente, não só, mas também, no setor da tecnologia obrigam a um grande investimento profissional e pessoalmente. No caso de Rute, o investimento na própria evolução é contínuo e, mesmo que acompanhado pela maternidade, sentir o suporte da empresa nas opiniões e ações facilita os seus desafios pessoais.
“Felizmente tenho a sorte de trabalhar numa empresa onde não sinto discriminação e que facilita ser mulher”
Este é, aliás, um processo sobre o qual Rute tem muitas opiniões e experiência confirmada. Acredita que existem “formas mais justas de avaliar pessoas”, mais direcionadas para a qualidade do trabalho, que não a observação direta e sem aplicar alguma forma de pressão e asfixia emocional nesse cálculo. Acompanhada por estas preocupações, a flexibilidade (seja de horários, de locais de trabalho, de métodos) é “uma grande tendência para o futuro”, confessa Rute, ainda que dependa de empresa para empresa, seja pela natureza do negócio, seja pela cultura aplicada.
Parte deste processo, que Rute emprega à cultura da empresa, desdobra-se na definição de “políticas efetivas de inclusão e equidade”. “Não basta dizer nas redes sociais que somos inclusivos, é preciso que as pessoas o sintam”
Mais importante que as discussões ineficazes e títulos e números sobre a inclusão, que tantos negócios gostam de publicitar, é possível e imperativo aplicar processos e culturas que promovam a segurança psicológica e a inclusão, acrescenta a líder.
Assim, atenta à pessoalidade dentro do espaço empresarial e com o desígnio nacional, Rute tornou-se, naturalmente, a melhor opção para a presidência da Fundação PHC, uma organização sem fins lucrativos fundada pela PHC Software, dedicada à promoção da equidade digital.
Rute ambiciona aproximar Portugal do que considera ser a sociedade do futuro, colmatando as clivagens sociais através de meios mais sustentáveis e direcionados para a literacia digital.
Centrado na tecnologia (como não podia deixar de ser), o projeto pioneiro da fundação chama-se “Programar do Zero” e pretende expandir a literacia digital por todo o território nacional, direcionando a formação e a programação a todos e para todas as faixas etárias. O estudo que deu início a este projeto alertou Rute para a “real situação da literacia digital em Portugal” confessa. E, ainda que o objetivo seja a expansão, especialmente para as camadas mais envelhecidas da sociedade, o projeto está a ser implementado, atualmente, junto de jovens entre os 12 e 15 anos.
A líder acredita que a Fundação PHC possa ser um agente de mudança, mas não sem o interesse e a ação da sociedade civil. Rute acredita que as empresas são capazes de criar um impacto positivo na sociedade, e a mudança necessária pode ser gerida por mulheres capacitadas e líderes inatas. As únicas tendências que vê necessárias serem revertidas são a inércia e o medo e, por isso, deixa o conselho
“Vão em frente e façam, sem medos. Ninguém vai fazer por vocês”.