O programa Pulsar chegou a Portugal: raparigas são ajudadas a descobrir os seus talentos e a definir os seus objetivos futuros.
A Fundação NTT DATA lançou em Portugal a primeira edição do programa Pulsar, uma iniciativa que pretende orientar e ajudar raparigas a descobrir e elevar o seu potencial em diversos setores profissionais. Este programa, que promove a redução das desigualdades de género, tem sido um sucesso internacional, impactando mais de 700 mentorandas e mentoras e mais de 8600 jovens.
O programa Pulsar surge com o objetivo de reduzir as desigualdades de género no mercado de trabalho, principalmente em áreas como a ciência, a tecnologia, a engenharia e a matemática (áreas STEM – science, technology, engineering and mathematics).
A NTT DATA, consultora global de negócios e tecnologia, está consciente que ainda existem estas desigualdades e, ao querer contribuir para a sua diminuição, criou esta iniciativa.
Tendo como objetivo instigar e incentivar a mudança, a NTT DATA decide orientar o programa só para adolescentes do sexo feminino que tenham algumas dificuldades em alcançar os seus objetivos e em potenciar os seus talentos. Para isso, o Pulsar coloca mulheres de referência, de diferentes setores relacionados com a área da tecnologia e vistas como modelos a seguir (role models), como mentoras dessas jovens mulheres. As mentoras deverão conseguir ajudar as jovens a elevarem o seu potencial e descobrirem os seus talentos, para além de as incentivar a continuar o seu percurso académico, tendo sempre como apoio a tecnologia.
A Health & Public Sector Director da NTT DATA Portugal, Ana Pereira, foi quem explicou à Liderança no Feminino as diretrizes da iniciativa e como esta funciona na prática. Ana até desvendou que o nome escolhido para este programa não foi ao acaso. Pulsar provém de um nome de uma estrela que emite uma radiação muito intensa e é essa ideia que o programa pretende transmitir: a NTT DATA espera que as mentoras “consigam irradiar conhecimento, inspiração e motivação para as raparigas, que são elas próprias também pequenas estrelas que brilham com uma luz própria”, acrescenta.
A iniciativa começou em Espanha e, nos últimos anos, tem vindo a expandir-se para Brasil, Chile, Colômbia e México — quatro dos 52 países em que a NTT DATA tem atividade. Este ano, o programa chegou a Portugal e encontra-se já a decorrer na Escola Secundária Padre António Vieira, em Lisboa. Tem a duração de seis meses e é encarado como uma edição piloto. A “Iniciativa Nacional de Competências Digitais” já atribui o selo INCode 2030 a este programa, que se demonstra alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Ana explica que os 8600 jovens impactados, tanto são raparigas como rapazes que não se encontram a realizar o programa, mas que participam em muitas das sessões de divulgação realizadas em várias escolas. As sessões pretendem também fazer perceber a razão de o Pulsar ser só direcionado para jovens mulheres.
Ana Pereira explica que o programa é constituído por cinco fases, começando pela seleção dos protagonistas, ou seja, das mentoras, madrinhas, escolas e mentorandas. Para seleção das mentoras, a NTT DATA identifica mulheres que se destaquem na área da tecnologia, tenham alguma responsabilidade na gestão de pessoas e equipas e apresentem uma carreira sólida, tanto na NTT DATA como fora dela — a nível empresarial e/ou académico.
As mulheres selecionadas são convidadas a fazer parte do programa e acompanhadas durante todo o processo. Para além disso, são também escolhidas madrinhas, que têm como papel observar a mudança e relatar o desenvolvimento dos participantes. Já para selecionar as mentorandas, a fundação recorre às candidaturas voluntárias de raparigas que tenham interesse em participar.
Com base num conjunto de indicadores são selecionadas as candidatas, tendo estas de cumprir pelo menos seis de catorze indicadores para serem consideradas “raparigas de alto potencial”, acrescenta Ana.
Depois de serem selecionadas as mentoras, as madrinhas, as escolas e as mentorandas, o programa passa para a próxima fase: o “Matching”, que consiste em atribuir uma mentora a uma mentoranda, com base no perfil profissional da mentora e nas áreas de interesse da mentoranda. Em seguida, prossegue-se para o “Mentoring”, uma fase que se baseia em sessões presenciais e individuais, utilizando nas mesmas diversos recursos (Ana dá o exemplo de partilha de histórias inspiradoras e exercícios práticos), tanto para as mentoras como para as mentorandas. É nesta fase que se encontra a primeira edição do programa em Portugal, estando a decorrer seis sessões, de uma hora cada, suportadas numa metodologia assegurada pela Academia TEN – o método TEN é um projeto educativo que “promove o sucesso escolar, o desenvolvimento e integração social de alunos de diferentes contextos socioeconómicos”, acrescenta Ana Pereira.
Em cada uma das sessões é atribuído um desafio que irá permitir aumentar o autoconhecimento da mentoranda e fazer com que a mesma tenha mais confiança nas decisões a tomar no seu futuro.
Em paralelo decorrem sessões de grupo, também estas presenciais e com a presença de todas as participantes, com o objetivo de promover dinâmicas de grupo e observar a mudança. O programa termina com uma avaliação qualitativa e quantitativa de curto, médio e longo prazos.