Ana Ruivo é COO e co-founder da Team 24. Com o objetivo de levar o tema da saúde mental ao maior número de pessoas possível, trabalha a sensibilização e, através da empresa e de uma vasta equipa qualificada, presta serviços de auxílio psicológico.
Descreve-se como uma pessoa dinâmica e proativa, com inúmeros interesses. Desde que se conhece que é metódica, cumpridora e determinada. Idealizava os seus sonhos e metas e só descansava quando os alcançava. Ingressou na área das ciências e licenciou-se em Enfermagem pela ESEP. Pelo caminho, encontrou alguns desafios e dificuldades que, como diz, a “moveram para a ação.”
Foi então que, por entre horas de trabalho e anos de experiência profissional, conheceu cada vez mais de si própria e do que a movia. Encontrou, assim, a verdadeira motivação e fundou a Team 24. “Não foi uma decisão só minha. A ideia da Team 24 nasce do Pedro Brás, a pessoa que me convidou e acolheu para trabalhar na sua equipa enquanto gestora de projeto. A sua ideia de levar a saúde mental ao maior número possível de pessoas, através das organizações, captou desde logo a minha atenção.”
A saúde mental é de inegável importância na esfera pessoal e profissional e em todos os campos da nossa vida. Contudo, o estigma a este tema associado é uma realidade e a dificuldade de acesso é, ainda, um obstáculo por ultrapassar. Foi assim que nasceu a Team 24, uma empresa que disponibiliza uma plataforma de apoio e, contando com profissionais especializados na área da saúde mental, auxilia empresas e colaboradores. Com a premissa “Mente sã, empresa sã.”, acreditam que a saúde mental e o bem-estar psicológico dos colaboradores é fundamental para a sua motivação, compromisso e produtividade. Desta forma, trazem algo inovador: apoio psicológico especializado através de uma linha telefónica de apoio psicológico, um chat de resposta imediata, vídeo-consultas de psicologia, workshops, avaliação de risco e muito mais!
“Pensei que o caminho desta sensibilização e deste acesso seria mais fácil através de um veículo, que neste caso seriam as empresas. Acredito que as empresas têm um papel essencial na quebra do estigma associado à saúde mental e na sensibilização e literacia para a mesma. Pensei em desenvolver um Plano de Apoio Psicológico, que seria um benefício extrassalarial que as empresas acrescentariam à sua proposta de valor. Para que cumprisse o seu propósito, este plano tinha de ser de fácil acesso e fácil implementação e sobretudo que fosse algo abrangente e integrado, que visasse a prevenção, o diagnóstico precoce e claro, o tratamento dos problemas associados à saúde mental e ao bem-estar psicológico. Outra preocupação deste plano, é que apoiasse, não só os colaboradores, mas também o departamento de recursos humanos das empresas, no que diz respeito à gestão emocional das pessoas.”
Assim, com vários planos, preços, e variações no que respeita ao número de colaboradores englobados e serviços disponiveis, qualquer empresa pode registar-se, de forma simples e rápida, e passar a ter acesso aos serviços da TEAM 24 e da sua mais recente inovação que será apresentada, brevemente, no Web Summit: a intuitiva aplicação para telemóvel. “A app TEAM 24 vem materializar e compilar os serviços que já dispúnhamos à data, e também, acrescentar conteúdos que visam a promoção da saúde mental e do bem-estar psicológico. Nesta app os colaboradores poderão falar em tempo real, por chat ou chamada telefónica, com os nossos psicólogos e dispor de apoio e aconselhamento imediato. Estes serviços visam auxiliar nas questões do quotidiano, mas também em questões mais emergenciais, como por exemplo, ataques de pânico ou acidentes de trabalho. Nesta app podem ainda agendar e realizar video- consultas de psicologia com um psicólogo – tudo isto à distância de um clique. Os colaboradores também terão acesso a conteúdos de bem-estar como meditações, exercícios, desafios e testes. A app tem ainda um “Medidor de Humor” que diariamente pergunta à pessoa como se sente, e onde esta, pode registar o seu estado de espírito através de emojis. Esta é uma primeira versão, mas já temos mais ideias em mente”, explica Ana Ruivo.
Para além deste projeto de vida, que considera ser a sua atual missão, Ana Ruivo deixa também alguns conselhos que considera valiosos e sugestões genéricas para as empresas que ainda não são adeptas desta metodologia de apoio psicológico: “Sem dúvida que é um trabalho que deve ser implementado e desenvolvido por especialistas desta área e se possível por pessoas externas à empresa, devido à questão do estigma associado. Deverá ser um trabalho continuado e não apenas algumas ações pontuais. A médio prazo pretende-se que faça parte da cultura organizacional um clima de abertura para falar sobre saúde mental. No entanto, e enquanto ainda não estão preparadas para dar este passo, devem começar por tornar este tema comum e normal na organização, proporcionar espaços e abertura para falar sobre o mesmo, desenvolverem ações, como workshops de sensibilização e, se possível, fazerem uma avaliação diagnóstica através de questionários anónimos e confidenciais.”
Enquanto exemplo de mulher num cargo de liderança, não tem apenas conselhos relacionados com a área de atuação, mas também mais direcionados para todas as mulheres que sonham, trabalham e almejam alcançar o sucesso: “Ouvir o nosso interior e percebermos como nos sentimos em relação às nossas decisões. Não tem mal falhar, não tem mal mudar, não tem mal não saber qual é o melhor caminho ou a melhor decisão. O importante é estarmos em constante reflexão,mudança e adaptação, com o foco no nosso objetivo, que em última instância será sempre a nossa felicidade. Claro está, que sendo mulher, este caminho ainda tende a ser um pouco mais sinuoso, no entanto, a sensação de felicidade e conquista é ainda maior!”
Assegura ser uma mulher de muitos ofícios e gostar disso, mas nega ter sido confrontado com dificuldades acrescidas em função do género. “O desconhecido não me assusta e o tipo de tarefa também não. Darei sempre o meu melhor, quer seja para tirar um café a um colega ou para tomar uma grande decisão na empresa! Eu diria que a condição associada ao meu género, não me trouxe dificuldades acrescidas. Quero acreditar que foi e continuará a ser assim! Os estigmas nunca são bons, bloqueiam-nos. E o que eu desejo é continuar a mover para ação dos meus sonhos e objetivos”, confessa.