O design da Munna e Ginge&Jagger é “made in Portugal” com peças selecionadas para editoriais e espaços de referência internacional. Paula Sousa, CEO da Urbanmint e diretora criativa das marcas, afirma que a colaboração com mestres artesãos altamente qualificados contribui “para a sustentabilidade dos ofícios e da identidade cultural portuguesa.”
Pelo terceiro ano consecutivo, a Urbanmint foi distinguida como empresa PME Líder. O que representa este reconhecimento?
É um indicador muito positivo, trata-se de um selo de reputação de empresas que
distingue mérito das PME nacionais. É a certeza de que estamos no caminho certo.
Qual o balanço da participação na Maison&Objet? Uma das maiores feiras de prestígio internacional do setor mobiliário.
Tem sido muito positivo. A presença regular em feiras internacionais como a
Maison&Objet, é essencial para a afirmação internacional das marcas junto dos
designers de interiores, arquitetos, curadores, editores e do público das grandes
capitais de design como é Paris.
Estamos presentes em mais de 60 mercados internacionais e a maioria dos clientes
são angariados durante as feiras internacionais de grande impacto nos setores do
design, design de interiores, contract, hotelaria e consumidores finais.
A participação nestes eventos é vital para as marcas. É a oportunidade de mostrarmos
as nossas peças e de marcar presença junto dos key players do setor.
A receção ao nosso design e às nossas peças é fantástica. Muitas são selecionadas
como tendência ou escolhidas para editoriais em publicações de referência como a
Architectural Digest, Wallpaper, The Wall Street Journal, Vogue, The Telegraph e o
Financial Times, entre outros.
A Urbanmint detém as marcas Munna e Ginger&Jagger. O que as distingue?
O design da Munna é contemporâneo, inspirado nos movimentos artísticos encontrados no cinema, arte, música e alta costura. São novos clássicos de design, peças de estofo — poltronas, cadeiras, sofás e camas — feitas à mão por mestres artesãos, com materiais e acabamentos de qualidade superior. É uma marca muito feminina, muito procurada por designers de interiores que pretendem criar espaços atraentes em hotéis, restaurantes e residências privadas. Já a Ginger&Jagger surgiu da vontade de experimentarmos materiais e processos de produção tradicionais de uma forma inovadora. O design é contemporâneo e a inspiração vem da pureza poética das formas da Natureza. São peças de caráter escultórico, absolutamente únicas. O trabalho artesanal e o romance com as formas da Natureza, que imortalizamos através de processos variados, são valorizados pelo público. O cliente Ginger&Jagger não procura somente uma peça, mas uma narrativa.
Apesar das suas características distintas, como se complementam no estilo de vida das pessoas?
As marcas têm conceitos muito diferentes, que na verdade se complementam. Trabalhamos com designers de interiores que fazem projetos integralmente com peças das duas marcas. A tipologia de produtos é diferente, e por isso complementam-se num interior. Muitos designers de interiores procuram peças funcionais com design diferenciador que possam ser as protagonistas num interior. Para além disso, as marcas partilham os mesmos valores, a diferenciação pelo design, pela produção artesanal e pela qualidade. A identidade das marcas e das peças é o reflexo de uma construção criativa que resulta da sinergia do trabalho dos designers e artesãos. Para além disso, todas as peças são desenhadas e produzidas em Portugal, de forma artesanal e manual. O desafio é precisamente continuar a criar peças carismáticas, e felizmente a criação de
tendências está na génese das marcas.
Como caracteriza as suas peças “made in Portugal”?
São peças que se destacam pelo design, pela alta qualidade da produção artesanal e
pela nobreza dos materiais que usamos.
O segredo está no trabalho conjunto com as nossas indústrias tradicionais?
Sem dúvida. Trabalhamos com mestres artesãos extremamente qualificados e com uma excelente equipa interna de jovens designers. Experimentamos materiais e novas abordagens tendo como base a partilha de conhecimento entre gerações. É o nosso contributo para a sustentabilidade dos ofícios e da identidade cultural portuguesa.
Está no mercado mobiliário há dez anos e já recebeu vários prémios pelas suas criações. Ser empresária neste setor é…
Estar preparada e apta para o risco.
Para além de CEO da Urbanmint, sou também diretora criativa de ambas as marcas. A criação das marcas e dos produtos têm o meu cunho, naturalmente. Há um trabalho diário de partilha de uma visão e de uma ideia de marca com os designers, marketing, comercial, produção, que é o que me dá mais prazer fazer. Construir marcas é um processo contínuo, nunca se abandona.