À mesa do pequeno-almoço, Sandra Nobre recebe uma convidada e dez participantes. Mais do que networking profissional, o Breakfast Girls Just Wanna Have Fun é inspirador e promove as mudanças. O sucesso ditou o aparecimento do S Supper Club exclusivo para mulheres.
São doze mulheres a cada edição e já passaram pelas mesas do Breakfast Girls Just Wanna Have Fun mais de 250 participantes, desde que arrancou a 8 de Março de 2018. Começou por ser um evento privado com convidadas de diferentes áreas e o sucesso da receita impulsionou a mentora, a storyteller Sandra Nobre, a replicar formato para o público. As inscrições chegam pela página do Facebook (www.facebook.com/girlsnetworking), pelo Instagram (@breakfast.girls.fun), pelo LinkedIn, mas muitas pelo passa-palavra de quem já experienciou e recomenda. Mal são anunciadas as datas, as inscrições começam e os lugares esgotam rapidamente. “Quem participa percebe que não está a pagar apenas uma refeição, mas toda a experiência, desde ouvir alguém com créditos firmados a toda a partilha inerente ao encontro, para além de conhecer locais na cidade onde provavelmente não iria”. O local é revelado poucos dias antes do Breakfast. Por essa altura já é conhecida a convidada, mulheres com experiências para partilhar que inspiram pelo percurso de vida profissional e profissional. Pelo evento já passaram: Eduarda Abbondanza (ModaLisboa), Margarida Pinto Correia (Fundação EDP), Rosália Amorim (Dinheiro Vivo), Maria Cunha (Josefinas), Paula Sousa (Munna e Jinger & Jagger), a autora Helena Sacadura Cabral, terapeuta e nutricionista Tâmara Castelo, a cantora de jazz Sofia Hoffman, a jornalista e escritora Isabel Lucas, entre outras. Mas, na mesa do pequeno-almoço, não há oradoras nem assistência, apenas mulheres numa conversa informal que nunca se sabe qual o rumo que toma – mudanças, desenvolvimento pessoal, medos, sonhos, fracassos, viagens, dietas,maternidade, astrologia… “Quero que todas as mulheres deem o seu testemunho e é essa a riqueza do encontro, porque a vida de cada uma vai inspirar outra das presentes ou tocar de alguma forma. E quero que se divirtam porque, entre a família e os compromissos profissionais, faltam momentos de diversão nas nossas agendas”, diz Sandra Nobre, a mentora do Breakfast Girls Just Wanna Have Fun. Cada uma das participantes fala da sua carreira e entra na conversa, a maioria tem idades entre os 30 e os 45 anos, encontram-se empresárias de topo, cargos directivos, artistas, coachs, accounts de comunicação, vendedoras, profissionais liberais, gestoras de recursos humanos, consultoras de beleza e imobiliárias, terapeutas, estudantes, pessoas disponíveis para iniciar novos desafios. No final, a mentora partilha os contactos de forma a que o networking continue.
Mais do que uma reunião, um evento social.
Jornalista durante duas décadas, com passagem pela rádio e pela televisão e alguns prémios no currículo – Mulher Reportagem Maria Lamas, da Comissão de Igualdade dos Direitos da Mulher; prémio de imprensa escrita Direitos Humanos e Integração, do Gabinete para os Meios de Comunicação Social e a Comissão Nacional da UNESCO, o Prémio Internacional Jornalismo do Mediterrâneo, na categoria de Protecção à Infância –, Sandra Nobre escreveu, entre outros temas, sobre viagens, moda, gastronomia, em inúmeros títulos – Diário de Notícias, Sol, Fugas, do Público, Evasões, Volta ao Mundo, Vogue, Elle, Lux Gourmet, guia Boa Cama Boa Mesa. A experiência acumulada quis trazê-la para as mesas do pequeno-almoço proporcionando às participantes momentos prazerosos e até marcantes. “Não quero que estes encontros fossem mais uma reunião de trabalho na agenda, quero que sejam memoráveis ou até desafiadores ao tirar as participantes da sua zona de conforto”, explica a mentora do Breakfast Girls Just Wanna Have Fun. Nesse sentido, já promoveu pequeno-almoços em palácios, caves de vinho do Porto, num barbeiro de homens, numa academia de boxe, numa perfumaria, em hotéis ou em cafés de bairro que são o mais recente spot.
O Breakfast começou por se realizar apenas em Lisboa e, desde Janeiro de 2019, também mensalmente no Porto e já conta com uma linha de cadernos com ilustrações de Ana Gil. Por regra, realiza-se é uma vez por mês, mas a frequência varia consoante a procura e a agenda de Sandra Nobre, que se reparte por outros projectos, como as Short Stories, de livros personalizados, o storytelling, adaptando as histórias a diferentes formatos, de acordo com os desafios que lhe vão surgindo, ou a comunicação de espaços, marcas e eventos. Quando se ouve a sua história à mesa do pequeno-almoço e as sucessivas mudanças que desencadeia, pelo seu espírito inquieto e empreendedor, percebe-se porque dorme tão pouco…
Revoluções pessoais
Cada encontro ganha diferentes contornos consoante as participantes que se juntam e a convidada, mas é a partilha das experiências que se torna marcante. No último encontro no Porto, em que a Liderança no Feminino esteve presente, falou-se de burnout, de recomeços, da morte e da perda, de discriminação, de doenças que apressam as mudanças, do desafios que é viver no estrangeiro e das diferenças culturais. Houve lágrimas e sorrisos, sempre com as emoções à flor da pele. “Se há um segredo para o sucesso do Breakfast é que, durante uma manhã, ouvimos. Deixamos as redes sociais para segundo plano e estamos frente a frente com outras mulheres, trocamos ideias, questionamos, partilhamos. É um momento real, presencial, e este espírito de tertúlia já estava praticamente extinto dos nossos hábitos”, diz Sandra Nobre. “Ter alguém a contar-nos episódios marcantes, como seja ter passado fome, ter sofrido bulling no local de trabalho, ter perdido um familiar de forma brutal, não deixa ninguém indiferente. Não é a notícia que lemos no jornal, tem uma cara e uma voz e está sentada na mesma mesa e essa proximidade desencadeia reacções”. Revêm-se umas nas outras ou sentem-se inspiradas ao ouvirem que a outra passou por tantas dificuldades e está num lugar de destaque, que foi possível realizar o que parecia impossível. A partir daqui cada uma desencadeará a sua revolução pessoal. “São muitas as repetentes do Breakfast e é interessante observar as mudanças entre cada participação. O feedback que recebo é, muitas vezes, de gratidão por terem estado com aquela pessoa que, sem saber, trouxe as respostas que a outra precisava ouvir.”
Um clube exclusivo para mulheres
No dia em que assinalou o primeiro aniversário do Breakfast Girls Just Wanna Have Fun, num jantar para trinta mulheres, com uma visita cultural e momentos musicais, numa sala do museu da Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva, Sandra surgiu com uma novidade: o lançamento do S Supper Club. “É um grupo de partilha de interesses, de tertúlias temáticas, de cumplicidades, de experiências, que acontecem em lugares especiais, seja um atelier, um espaço inesperado ou até em casas particulares. Sobretudo, é mais um motivo para que cada mulher aproveite o lado bom da vida”, revela. O clube é exclusivo para mulheres: “Acredito que a participação de um homem iria restringir o teor das conversas, por isso quero dar oportunidade às mulheres de poderem falar livremente e sem tabus. Os homens têm os seus momentos, este é só nosso”. Para se aceder ao clube da Sandra é preciso passar por um Breakfast,“para perceber a filosofia dos encontros”, pagar uma jóia e, a partir daí, os membros acedem a eventos mais exclusivos. Por exemplo, o último foi um art dinner com a pintora Ana Vidigal, na suite de um hotel com o chef a cozinhar para as participantes, mas também já tiveram oportunidade de visitar a redacção da revista Elle e ficar à conversa com a sua directora, Sandra Gato. Para além disso, os membros passam a dispor do Private Jet da mentora, que lhes permite acompanhá-la a eventos, ante-estreias, inaugurações e apresentações de marcas. Outra das iniciativas é o Bed & Breakfast, em formato de fim-de-semana com diversas actividades, para além dos diversos momentos à mesa e de partilha
de vivências. A primeira edição decorreu no Six Senses Douro Valley e na quinta do Vale Dona Maria, mas Sandra Nobre adianta que já está a ultimar o programa da próxima edição, que se irá realizar perto de Lisboa e que vai desvendar em breve. E, na rentrée, em Setembro, a storyteller promete uma mão cheia de eventos especiais. “Procuro que sejam acontecimentos memoráveis e que acrescentem conhecimentos e experiências, pelo que a organização de cada encontro é sempre um desafio para mim. Não sei viver
de outra forma!”
GIRL JUST WANNA HAVE FUN