Madeira: um destino com alma

Madeira: um destino com alma

“A nossa atuação manter-se-á focada na valorização daqueles que são os nossos principais ativos, requalificando-os e reinventando-os para que continuem a contribuir e a fazer valer a nossa competitividade, atratividade e afirmação”, saiba mais na entrevista a Paula Cabaço, atual Secretária Regional do Turismo e Cultura da Madeira.

Paula Cabaço

Antes de mais, a pergunta que se impõe é: O que torna a Madeira num local tão único?

A Madeira é, efetivamente, um destino único e especial. Um destino turístico que, diariamente, se afirma pela sua diferença, pela sua qualidade e pela sua capacidade de renovação, num mercado que é, como sabemos, altamente exigente e competitivo. Temos uma oferta que, sendo rica, diversificada e direcionada a diferentes gostos e preferências, ao longo de todo o ano, se destaca pela sua forte matriz identitária. Pela autenticidade e pela forma como sabemos bem receber e cuidar de quem nos faz escolha. Somos um território pequeno, que oferece paisagens verdadeiramente mágicas e deslumbrantes, envoltas num mar sem fim, tudo isto possível de experienciar nos 365 dias do ano, graças ao clima ameno que nos carateriza. Temos, por fim, um património cultural que é notável, que retrata os vários ciclos da nossa evolução enquanto território, patente nos Museus mas, também, nas tradições e costumes que temos vindo a preservar e que, este ano, se dão a conhecer, com maior evidência, no âmbito das celebrações dos 600 anos do Descobrimento das ilhas do Porto Santo e da Madeira. Eu diria que, no fundo, é o somatório das várias partes que promove uma experiência única a quem nos visita e, mais do que tudo, a vontade de regressar. Somos, acima de tudo, um destino com alma.

A Madeira tem vindo, ao longo dos últimos anos, a reforçar a sua posição como destino turístico de eleição. Só como forma de exemplo, a Madeira foi o destino nacional com mais turistas no mês de novembro. Como analisa estes dados e o que tem sido feito para reforçar, ainda mais, esta posição?

São dados que naturalmente servem de incentivo e nos encorajam a seguir em frente, na estratégia traçada, com motivação e ainda maior responsabilidade.

O destino Madeira tem vindo a conquistar o seu espaço, crescendo consecutivamente em todos os seus indicadores de produção, particularmente os relacionados com a sua rentabilidade, tornando possível o alcance daquele que era um dos objetivos assumidos pelo Governo Regional. Aliás, a concentração da promoção numa única entidade, concretizada neste mandato, permitiu dinamizar e agilizar a nossa atuação que é, hoje, sem dúvida, muito mais atenta, interventiva e próxima do consumidor final. A recuperação do mercado português é, precisamente, o exemplo de uma estratégia que foi assumida em 2015, com bons resultados e a manter para o futuro. O balanço é, assim, positivo, mas exige continuidade e ainda maior afinco. Nessa lógica, a atuação da Associação de Promoção para o corrente ano, com base no plano de atividades, dará continuidade à estratégia assumida em 2017 – que posicionou a marca Madeira como destino de experiências, para todo o ano – reforçando-a no que respeita à maior proximidade junto do consumidor final. Neste enquadramento, a promoção online e plataformas digitais será intensificada e diversificada conforme os conteúdos e tipologias a apresentar. Paralelamente à manutenção e reforço das parcerias com Tour Operadores e Companhias aéreas tendentes a assegurar a concretização de campanhas em co-branding para aumentar a visibilidade e projeção internacional da Região, a Associação de Promoção apostará, fortemente, na sustentabilidade e captação das operações de inverno, no combate à sazonalidade do Porto Santo, na presença em Feiras e na afirmação da Madeira como destino de turismo ativo. No que concerne aos mercados, a aposta mantém-se nos mercados estratégicos do Reino Unido, Alemanha, França, Portugal e Holanda, sem esquecer os mercados de diversificação que estão a ser presentemente trabalhados, como é o caso dos Estados Unidos, do Brasil, da China e da Rússia. Mercados que, sendo ainda de pequena dimensão, poderão vir a assumir, no futuro, uma importância mais evidente, embora exijam uma estratégia a médio prazo que se tem consubstanciado nas parcerias ao nível da distribuição e das press e blog trips que progressivamente sustentam o maior conhecimento do nosso destino.

 

Pela terceira vez, a Madeira foi considerada o Melhor Destino Insular do Mundo. Este galardão traz reconhecimento, como é óbvio, mas também responsabilidades acrescidas. Como se consegue manter este ritmo de crescimento e qualidade?

Ver a Madeira conquistar, pela terceira vez consecutiva, o galardão de Melhor Destino Insular do Mundo, depois de ter sido eleita quatro vezes como o melhor destino Insular da Europa, representa, naturalmente, uma enorme satisfação, na medida em que este reconhecimento traduz, simultaneamente, a afirmação da nossa notoriedade internacional, a manutenção continuada da preferência do público e a confirmação de que estamos a dar passos certos e firmes, com base na estratégia delineada pelo Governo Regional, no que ao desenvolvimento deste sector, na Região, respeita. Confirmando a notoriedade internacional do destino, é evidente que este prémio aumenta, ainda mais, a responsabilidade. E é um desafio que encaramos, em conjunto, com todos aqueles que, diariamente, dedicam a sua vida a este sector, num esforço extraordinário que é, felizmente, partilhado e também assumido pela população residente. Continuaremos a trabalhar e a honrar o bom nome da Madeira, construindo um destino sempre melhor e capaz de acolher, com qualidade, os seus visitantes, fazendo-os parte integrante da nossa identidade, cultura e tradição.

 

Este é o “Ano Europeu do Património Cultural 2018”. Na Madeira, quais são as potencialidades desta celebração? Esta é uma oportunidade para mostrar ao país e ao mundo o assinalar o património cultural e histórico da Região?

Sem dúvida. A integração da Região no Programa nacional e europeu é oportuna e altamente aliciante, porque sublinha e enfatiza, precisamente, uma das áreas que tem vindo a merecer especial atenção, por parte do Governo Regional, tanto no que se refere ao património cultural material quanto imaterial. Acredito que esta celebração será uma oportunidade para que se valorize, divulgue e potencie, quer local quer globalmente, o património cultural, na base da sua importância histórica mas, também, na perspetiva do seu contributo para o desenvolvimento e construção de uma sociedade mais conhecedora das suas raízes, mais atenta ao seu presente e mais preparada para o futuro. Também será importante referir que este Programa de comemorações, de caracter global e alargado a toda a Europa, é, também, uma forma de fomentarmos o diálogo, a coesão e a atenção ao património cultural, em todos os países-membros, reforçando-se, assim, o interesse, a sensibilização e a captação de novos públicos para a oferta cultural.

 

 

Paula Cabaço tomou posse como Secretária Regional do Turismo e Cultura. Quais as suas motivações para este cargo e o quais os projetos que pretende implementar durante o mandato?

Existem inúmeros projetos por implementar e tantos outros aos quais daremos continuidade, visando, acima de tudo, a manutenção dos resultados até agora alcançados e, naturalmente, a requalificação da oferta, tanto no que respeita ao setor do turismo quanto ao da cultura. A nossa atuação manter-se-á focada na valorização daqueles que são os nossos principais ativos, requalificando-os e reinventando-os para que continuem a contribuir e a fazer valer a nossa competitividade, atratividade e afirmação no mercado, enquanto destino turístico e cultural que somos. Até 2019, as celebrações dos 600 anos do Descobrimento das Ilhas do Porto Santo e da Madeira traduzirão uma aposta decisiva na valorização da nossa oferta cultural mas, também, na nossa maior projeção externa. São muitos os desafios que se avizinham, mas ainda maior é a motivação para continuarmos a trabalhar a favor desta Região Autónoma, do seu desenvolvimento sustentável, do bem-estar e qualidade de vida das populações que aqui residem e, naturalmente, da satisfação dos nossos turistas.