A Dove realizou um estudo sobre o impacto das redes sociais na saúde mental dos jovens em Portugal, com o objetivo de compreender de que forma as redes sociais e os conteúdos tóxicos expostos nestas plataformas estão a impactar negativamente a sua saúde mental.
Nove em cada 10 jovens já foi exposto a conteúdos de beleza tóxicos nas redes sociais, incluindo conteúdos que incentivam a automutilação (25%).
Portugal é dos países da União Europeia em que mais jovens admitem estar viciados nas redes sociais: 86% diz estar viciado neste tipo de plataformas, face à média europeia de 78%. E mais de metade dos pais acredita que as redes sociais têm mais poder para moldar a autoestima e a confiança dos seus filhos do que eles próprios enquanto pais.
O mais recente estudo da Dove está inserido no Projeto pela Autoestima, uma iniciativa da marca que tem como principal objetivo educar 250 milhões de crianças para a autoestima, em todo o mundo, até 2030. A relevância deste estudo passa por analisar de que forma as redes sociais e os conteúdos tóxicos expostos nestas plataformas estão a impactar negativamente a saúde mental dos jovens, incluindo não só a visão destes sobre esta problemática, como a dos próprios pais.
Segundo o mais recente estudo que foi desenvolvido em oito países e inquiriu 1200 jovens e pais em Portugal, é possível concluir que Portugal é dos países da União Europeia em que mais jovens admitem estar viciados nas redes sociais: 86% diz estar viciado neste tipo de plataformas. A média europeia aponta para 78%. Este fenómeno inicia-se muito cedo, pois 9 em cada 10 jovens já usa redes sociais aos 13 anos, com a agravante que 8 em cada 10 diz mesmo preferir comunicar com outras pessoas através das redes sociais, em vez de o fazer pessoalmente.
Face às grandes conclusões do estudo, percebemos que as redes sociais têm impacto negativo na saúde mental de 2 em 5 jovens, em Portugal, muito por culpa dos conteúdos tóxicos a que assistem: 9 em cada 10 jovens já foi exposto a conteúdos de beleza tóxicos nas redes sociais.
Mas de que tipo de conteúdos estamos a falar?
Sabemos que cerca de meta- de dos jovens (45%) já foi exposto a conteúdos que incentivam comportamentos de restrição ou distúrbio alimentar. Que 7 em 10 jovens já consumiu conteúdos onde se incentivava a utilizar de forma excessiva filtros nas suas fotografias e vídeos. E ainda que, 1 em 4 jovens já esteve exposto a conteúdos relacionados com automutilação. Estes conteúdos influenciam de tal forma os jovens que 3 em 4 afirma que as redes sociais têm o poder de os fazer querer mudar a sua aparência.
Sobre estas conclusões, Eduardo Sá, psicólogo e especialista em Saúde Familiar e Educação Parental, comenta: “O último estudo da Dove ajuda-nos a perceber como muitas das mensagens a que os adolescentes têm acesso, de forma livre, nas redes sociais, podem ter um impacto francamente prejudicial na sua saúde mental e na forma como perspetivam a sua autoestima, de modo, progressivamente, mais debilitado. Mostra-nos também que não são capazes de destrinçar a realidade que os algoritmos lhes facultam da realidade tal qual ela é, o que faz das redes sociais um elemento preponderante na sua informação e na sua formação.”
E acrescenta: “Reconhecendo que os jovens não se autorregulam nem que têm quem os resgate dessa de- pendência, isso faz das redes sociais uma espécie de ‘droga leve’ que todos consomem.”
“OS PAIS SENTEM-SE IMPOTENTES FACE AOS CONTEÚDOS QUE OS SEUS FILHOS CONSOMEM NAS REDES SOCIAIS”
No que respeita à perspetiva dos pais, o estudo conclui que quase metade (48%) sente-se culpado por não estar a proteger suficientemente bem os seus filhos, daquilo que veem e ouvem nas redes sociais diariamente; e a maioria (52%) acredita que as redes sociais têm mais poder para moldar a autoestima e a confiança dos seus filhos do que eles próprios no desempenho das suas funções de pais.
Além disso, face ao panorama atual, 9 em 10 pais concorda que as marcas e os influenciadores devem assumir o compromisso de publicar conteúdos de forma mais responsável nas redes sociais. Maria Matos, responsável Dove em Portugal, explica como Dove está a atuar neste sentido: “Marcas como a Dove devem continuar a dar o exemplo. Se há 15 anos atrás fomos pioneiros na chamada de atenção para o uso excessivo de ferramentas de edição de imagem na moda e publicidade, numa época em que as redes sociais ainda não existiam, hoje o debate que lançamos é mais alargado. Não podemos ignorar o número de jovens que é exposto a conteúdos nocivos nestas plataformas, por isso lançámos uma campanha que alimenta a discussão em torno da temática do impacto das redes sociais na saúde mental dos jovens”.
Este ano Dove vai ainda mais além e lança em conjunto com a Mental Health Europe, rede europeia independente que trabalha na prevenção de problemas de saúde mental, uma petição internacional cujo objetivo é recolher o máximo número de assinaturas para legislar as redes sociais, levando assim o tema da segurança online dos jovens a discussão ao Parlamento Europeu.
Para dar a conhecer as conclusões deste estudo, Dove realizou uma talk intimista na Praça Central do CascaiShopping. Esta foi mediada pela escritora e influenciadora Catarina Raminhos, contou com o contributo do psicólogo e especialista em Saúde Familiar e Educação Parental Eduardo Sá, com o testemunho da cantora Carolina Deslandes, da influenciadora Catarina Cabrera e ainda de jovens que fizeram parte do programa Dove Eu Confiante. Até dia 11 de junho vai poder ver neste espaço a ativação Dove que expõe as principais conclusões do estudo e conteúdos nocivos que estes veem nas redes sociais.