Com um interesse pela advocacia desde jovem, Filipa Arantes Pedroso detém uma carreira ilustre com mais de 40 anos na área, sendo pioneira a nível nacional. Depois de vários anos a trabalhar na Morais Leitão, a advogada tornou-se, em 2021, sócia da sociedade J+Legal, cargo que detém atualmente, assim como o de presidente da WIRE Portugal (Women in Real Estate).
Com uma carreira de mais de 40 anos como advogada, Filipa Arantes Pedroso é uma autêntica “pioneira na advocacia feminina portuguesa”. Atualmente, é sócia da J+Legal, uma “boutique jurídica” composta por profissionais com “mais de 35 anos de experiência”, como refere a advogada, como também presidente da associação WIRE Portugal (Women in Real Estate).
Mas como é que chegou ao topo destas organizações?
O interesse da sócia pela advocacia vem desde a sua adolescência, altura em que “gostava dos filmes com advogados e tribunais onde os advogados conseguiam defender, com sucesso, os mais fracos”, admite. Portanto, decidiu tirar uma licenciatura em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, a qual concluiu em 1978, e, posteriormente, entre 1980 e 1981, realizou um mestrado em Direito Europeu, na Université Catholique de Louvain, na Bélgica.
Depois dos seus estudos, em 1981 e 1982, Filipa estagiou nos serviços jurídicos da Comissão Europeia. Com estas experiências, a sócia rapidamente percebeu que, na realidade, “o tribunal foi uma total desilusão”, pois “os formalismos eram muito mais importantes que a questão de fundo”, mas também era muito demorado “obter uma sentença, para dizer o mínimo sobre o funcionamento dos nossos tribunais”, refere.
Assim, a advogada decidiu aventurar-se por outras áreas da advocacia: direito societário transacional (M&A) e, posteriormente, imobiliário transacional. Já focada nestas áreas, Filipa tornou-se sócia da sociedade jurídica Morais Leitão, em 1987, onde “fez toda a sua carreira”, como refere. Depois de 34 anos nesta firma e com a carreira “sempre num crescendo”, a advogada fez a “maior mudança” ao ir para a J+Legal, em 2021. Para a sócia, “esta decisão fez na altura, e faz ainda, todo o sentido”, pelo facto de que a firma “não tinha sócios com a sua área de especialidade, o imobiliário transacional” e de o seu objetivo de “se afirmar como uma boutique global de excelência” ser um “desafio”, algo que “sempre gostou”.
Todavia, Filipa olha para a sua experiência nesta sociedade e, especialmente, para o seu fundador, João Morais Leitão, com enorme gratidão e orgulho, ao ressaltar que ele “foi um homem com uma visão extraordinária e com uma capacidade de gestão, o que é raro nos advogados”, referindo que foi por isso que conseguiu tornar a Morais Leitão numa “sociedade líder em Portugal”. “Muito lhe devo na minha carreira de advogada”, revela a sócia. A outubro de 2021, Filipa juntou-se aos “sócios vindos de cargos de direção das maiores sociedades nacionais e internacionais, Morais Leitão, Uria, Cuatrecasas e Garrigues” que formavam a J+Legal. Criada no mesmo ano, “durante um almoço de amigos apaixonados pela prática do Direito em benefício dos seus clientes individuais e corporativos”, esta sociedade de advogados é “especializada na assessoria jurídica a empresas nacionais e internacionais”. Para além disto, Filipa acrescenta que a J+Legal consiste numa “boutique global que consegue dar aos seus clientes um serviço de excelência, onde os sócios estão sempre presentes e disponíveis”, algo que considera ser “uma grande mais-valia para os clientes”. A firma que já conta com 23 advogados, consegue “ter honorários muito competitivos” e, assim, “tem vindo a crescer e a impor-se no mercado jurídico nacional”.
Para além de sócia na J+Legal, Filipa é presidente da WIRE Portugal, uma “Associação de Mulheres Profissionais na área de Construção e Imobiliário”, a qual fundou em fevereiro de 2022, juntamente com 19 associadas. Atualmente, a organização conta com “mais de 70” associados, “todas diretoras ou C Level, profissionais de excelência e reconhecidas nas respetivas áreas que querem ter uma palavra a dizer nestes setores. De acordo com a advogada, “dar mais visibilidade às mulheres nas áreas do imobiliário e da construção” e “impulsionar a representatividade e a defesa dos interesses das suas associadas como participantes ativas e de referência” são as principais missões da organização.
“Acreditamos que a WIRE pode aportar valor ao mercado, pela diversidade, partilha de conhecimento e capacidade de gerar soluções diferenciadas, num setor muito exigente e que enfrenta desafios crescentes e estruturantes”