Desde a área da bilhética ao setor do mototurismo, Rita Maria Nunes conta, desde muito cedo, com um currículo, que tem tanto de diverso como de brilhante. Atualmente, é diretora-geral da The Alternative Board (TAB), que promete revolucionar o mundo dos negócios em Portugal.
Tal como seria de prever, ser empreendedora não é tarefa fácil. Numa luta constante contra “o Golias”, é muito menos usual ouvir uma resposta positiva, face aos “muitos nãos” que, constantemente, aparecem ao longo do caminho. Para Rita Maria Nunes, todas as “portas fechadas”, principalmente ao início, devem servir de motivação para continuar a trabalhar cada vez mais.
“Honestamente, acredito que não existe um segredo. Existem sim, um conjunto de características que as pessoas devem ter para serem empreendedoras. Além de terem de ser muito criativos e inovadores, os empresários e empreendedores precisam de ser resilientes e resistentes. É a forma como se contorna os desafios, como nos pomos de pé e procuramos outras portas que nos distingue.” – refere Rita.
Antes de assumir o cargo de diretora-geral da TAB em Portugal, Rita teve inúmeras experiências profissionais, que por serem tão distintas entre si, contribuíram para que, hoje em dia, seja uma profissional que faz da “versatilidade” e da “objetividade” duas das suas maiores forças.
“Ao abrigo dos projetos de voluntariado fomentados pelo Instituto Português da Juventude foi-me dada a possibilidade de participar no EURO 2004 na área de bilhética. E, pela relação que criei na altura com o meu chefe, foi-me possível estar presente em outros projetos igualmente interessantes na mesma área.” – conta.
Apesar de esse ter sido um projeto do qual “[gostou] muito”, numa fase ainda embrionária da sua vida profissional, a verdade é que, hoje em dia, aquilo que mais “gozo” dá a Rita é “criar coisas novas e ver empresas a crescer e a desenvolverem-se”.
Por falar em coisas novas, o percurso de Rita é, também, especial pela experiência que teve, internacionalmente, durante cerca de cinco anos, quando trabalhava em terras canarinhas. Apesar de gostar do contexto laboral, quer em Portugal quer no Brasil, a diretora-geral da TAB reconhece as devidas diferenças entre um país e outro.
“Uma das coisas que se aprende no Brasil, e que só agora chegou a Portugal, fruto da pandemia, é o homeoffice. Por outro lado, no Brasil as pessoas dão mais importância às pessoas, fruto da insegurança. É preciso conhecer bem as pessoas com que trabalhamos e desenvolvemos negócios, comparativamente a Portugal. No inverso, em Portugal somos muito mais focados em resultados, objetivos e eficiência.” – constata Rita.
Em qualquer empresa, como não poderia deixar de ser, um dos objetivos principais é gerar lucro. No entanto, a filosofia de trabalho da TAB é diferente, onde “mais do que os números, o foco são as pessoas”. Por reconhecer as dores de crescimento que, muitas vezes, se associam ao mundo do empreendedorismo, Rita Maria Nunes considera que é de extrema importância colocar o foco naquilo que o empresário quer.
“Para alguns, faturar milhões significa uma mudança na cultura da empresa na qual não se reveem. Para outros significa terem menos tempo para a família. E, para outros, significa que vão servir com menos qualidade o seu cliente. Então com a premissa de que nem tudo nesta vida é dinheiro, o importante para nós é a visão que cada empresário tem da sua empresa e do quer que ela de facto seja.” – explica a diretora-geral da TAB.
Apesar de tudo, a verdade é que o percurso de um líder pode ser um “caminho solitário”, com tudo de bom e de mau que isso implica. Por ter plena consciência disso, a TAB oferece, enquanto complemento, coaching individual. No entanto, desengane-se quem pense que a “magia” da TAB é essa.
“A magia da TAB é conseguir juntar empresários ao redor de uma mesa, de forma consistente e recorrente, que lhes permita sair do seu ambiente e olhar para a empresa de uma outra perspetiva. Neste caso, pela perspetiva de outros empresários que estão sentados com ele na mesa.” – explica.
Numa vertente mais social, Rita Maria Nunes fez, durante cerca de 4 anos, trabalho de voluntariado no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, “durante o tempo que estava na faculdade, e tinha como principal objetivo prestar apoio e suporte a familiares e doentes do hospital”. Durante este período, Rita confessa ter ganho pelos profissionais de saúde “o maior respeito, acima de tudo porque trabalham em infraestruturas precárias no SNS, mas que lhes permite ao mesmo tempo desenvolver competências acima da média”.
Antes de assumir o cargo de diretora-geral da TAB em Portugal, e tal como referido anteriormente, Rita teve inúmeras experiências profissionais, na medida em que é preciso mais do que um dígito para as contar. Apesar de todas elas serem marcantes, por uma ou outra razão, Rita Maria Nunes deixa claro que “foi sem dúvida a TZ Viagens no Brasil” a que mais a marcou.
“Foi começar um projeto do zero, em condições iniciais muitos desfavoráveis porque vinha de uma empresa que faliu e deixou muitos franchisados com problemas. Poder de certa forma ajudar muitos deles a desenvolver os seus negócios noutra marca, e ajudar essa marca a crescer foi muito gratificante.”.
Antes de ser uma business woman de muito sucesso, Rita foi estudante. Entre 2006 e 2009, licenciou-se em Turismo, pela Universidade Lusófona. Hoje em dia, a sua principal atividade profissional encontra-se distante daquela que é a área de formação superior. Mesmo assim, “arrependimento” é uma palavra que não entra no vocabulário de Rita Maria Nunes, que “não mudava em nada o [seu] percurso”.
“Foi ele que me trouxe até onde estou. Voltar atrás e alterar qualquer detalhe levar-me-ia a outro destino e eu estou muito feliz onde estou atualmente. Num curso superior aprendemos muito para além da questão técnica. No meu caso em particular, aprendi imenso sobre soft skills, porque desde cedo me envolvi muito com a comunidade académica.” – diz Rita.
Como dizia Abel Salazar, “quem só de medicina sabe, nem de medicina sabe”. No caso de Rita Maria Nunes, essa é uma equação que não se coloca, atendendo aos múltiplos setores de atividade nos quais está ou já esteve inserida, desde o business coaching ao mototurismo.
“Fui uma das responsáveis pelo canal de distribuição da Schultz MotoXperience. O grupo económico ao qual pertencia tinha (e tem) como líder uma pessoa muito visionária que procura oportunidades onde muitos nem imaginavam ser possíveis. Na altura, foi criado dentro da operadora turística do grupo um produto específico para viagens de motas com base na ideia de percorrer a Route 66 nos EUA toda de mota num tour guiado e com lógica. Daí nasceu este projeto.” – contextualiza.
É inegável que vivemos um período incerto a nível global, no entanto para Rita Maria Nunes uma coisa é certa: a partir de abril de 2022, os empresários portugueses vão poder contar com a ajuda da TAB na gestão dos seus negócios. A diretora-geral da empresa conta que cerca de “25 mil empresários” já foram ajudados ao longo dos 32 anos em que a TAB se encontra presente no mercado.
Por isso mesmo, “é muito difícil não acreditar que irá também funcionar e ser um sucesso em Portugal”.