Atualmente no mundo empresarial, os desafios podem surgir a qualquer momento e ser um líder efetivo tem de se estar em posição para responder aos desafios com inteligência emocional, estratégia, e expertise, associados a novos e cada vez mais complexos papéis de liderança. Tomando em consideração que o papel de Liderança Feminino assume uma importância cada vez maior no mundo dos negócios, e que até há bem pouco tempo era liderado apenas pelos homens, constata-se que este paradigma está a mudar no sentido de a mulher alcançar posições-chave de liderança nos vários níveis hierárquicos nas empresas dos mais variados setores da economia nacional e internacional.
A mulher tem outras sensibilidades e é uma contribuição muito válida nas equipas de liderança. Liderar com inteligência emocional despertar a ilusão e criar um clima de entusiasmo não é uma tarefa fácil. Com este trabalho, a mulher aprende a estabelecer relacionamentos afetivos fortes e positivos com os colaboradores, como se comunicar efetivamente para manter essa conexão, como uni-los na busca de objetivos comuns ambiciosos e alinhados com os da empresa, como lidar com desentendimentos e comportamento indesejável e como resolver conflitos para fortalecer o vínculo em vez de destruí-lo. Com a cooperação, união e compromisso da equipa, objetivos impensáveis podem ser alcançados. O segredo do sucesso é usar a inteligência emocional para formar uma equipa de pessoas que cooperam e se comprometem com objetivos comuns.
É aqui que as mulheres se destacam, pois tendem a expressar emoções mais que os homens, adaptam-se melhor às mudanças e gerem melhor as crises devido à sua maior inteligência emocional. Este facto é assumido em termos gerais. Contudo, há estudos já realizados mundialmente a milhões de pessoas avaliando o seu EQ (quociente emocional, refere-se à capacidade de avaliar e controlar as emoções próprias e dos outros) e, que comprovaram que homens e mulheres demonstraram ser igualmente emocionalmente inteligentes.
Mesmo que, o EQ geral de ambos seja igual, homens e mulheres possuem diferentes pontos fortes ou competências de EQ que são considerados específicos de género. Em geral, as mulheres tendem a pontuar mais que os homens em áreas de empatia, relacionamento interpessoal e responsabilidade social.
Os homens tendem a pontuar mais que as mulheres em áreas de assertividade, tolerância ao stress e autoestima. Existem pesquisas* recentes que exploram a inteligência emocional e sugerem que essas diferenças podem ter um papel no “gender gap” da liderança. Essas diferenças geralmente beneficiam os homens e prejudicam as mulheres no trabalho. Pode não ser surpresa para si que o cérebro das mulheres é diferente do dos homens de maneiras muito significativas. No entanto, numa análise mais detalhada, não há nada sobre essas diferenças que sugira qualquer razão para que as mulheres não sejam encontradas em todos os níveis de liderança em proporção quase total aos homens.
Trabalhos recentes em neurociência demonstram a variedade, capacidade e plasticidade do cérebro feminino. Essas características o tornam totalmente equivalente ao cérebro masculino e, com o ambiente social, a formação e a nutrição adequados, os cérebros femininos devem produzir os mesmos resultados de desempenho social. No entanto, o cérebro humano é conectado de tal maneira que resiste a mudanças pessoais significativas diante de obstáculos sociais.
Existem estratégias específicas que as mulheres devem adotar para sair dos “ghettos” do middle management nos quais geralmente estão presas. Se as mulheres entendessem melhor seus cérebros, elas poderiam fazê-las trabalhar para alcançar mais poder social e organizacional.
Com o focus na neurociência e contextualizando na atual pandemia global, a neurociência sugere que o medo e a ansiedade que sentimos por causa da COVID-19 reduzirão naturalmente nossa capacidade de ver nosso futuro e vislumbrar soluções criativas para nossos problemas. Mas existem perguntas que os líderes podem fazer para combater esse efeito. Perante este tipo de situação, o líder pode ajudar os membros da sua equipa a enfrentar a realidade, mesmo que remotamente utilizando a tecnologia como acontece. Aceitar as coisas como elas são é essencial para criar resiliência. As suas equipas poderão questionar quais planos os seus líderes têm para trabalhar remotamente por mais tempo do que o previsto. Embora eles não se sintam confortáveis pensando em tais coisas, eles enfrentarão melhor a crise se a Líder os ajudar a planear de forma construtiva.
Podem também lembrar às pessoas que elas podem confiar e colaborar com outras pessoas. Perguntando-lhes: quem na sua equipa, na sua organização ou na sua network pode ajudá-lo? Há que lembrá-los de que não estão sozinhos e em construir uma network de apoio durante as adversidades (os colegas que dão uma mão também serão beneficiados, porque ajudar os outros é uma das coisas que aumenta a resiliência das pessoas, acreditam os psicólogos). Qualquer crise também é uma oportunidade de criar resiliência entre todos. Exposto isto, esta pandemia global COVID-19 veio de certa forma acelerar a transformação digital, com o recurso às novas tecnologias no imediato. E, nesta área as mulheres e líderes tiveram um papel preponderante e surpreendente, pela sua facilidade em adaptar-se, permitindo-lhe agilizar o seu dia-a-dia profissional, pessoal e ajudar as suas equipas remotamente. Para este artigo participam três mulheres líderes que me inspiram. Aqui fica a sua opinião e testemunho em relação a 3 pontos fundamentais na liderança feminina.
COMO TEM LIDERADO REMOTAMENTE AS SUAS EQUIPAS MULTICULTURAIS NO MEIO DE UMA PANDEMIA GLOBAL, MUDANÇA TECNOLÓGICA RÁPIDA E INSTABILIDADE DA ECONOMIA MUNDIAL NA PFIZER? Ana Torres,Cluster Lead Western Europe na Pfizer
A Pfizer já tinha iniciado a sua mudança digital há muito, o que permitiu que na gestão diária não houvesse disrupção devido à pandemia, no entanto, tivemos de fazer ajustes na nossa interação com os stakeholders externos, que também estavam à procura de novas soluções. Diariamente contacto com as minhas equipas remotamente, e tenho de ter em consideração as especificidades da comunicação virtual para manter o focus, a motivação e a dinâmica de equipa de alta performance.
QUAIS AS LIÇÕES DE LIDERANÇA QUE OS HOMENS PODEM APRENDER COM AS MULHERES? Ana Tapia, Psychotherapist – Writer
Em aspetos concretos os homens podem aprender com as mulheres inspirando-se nas suas qualidades: autoconhecimento para desenvolver empatia; aprender a escutar sem arranjar soluções, perguntar para esclarecer e confirmar com curiosidade sem necessidade de mostrar quem manda (diminuir o volume e ritmo da voz ajuda) e aprender a identificar e lidar com os seus próprios medos. Aprender com as mulheres que para ser líder a empatia e coragem são ativos muito valiosos.
COMO A NEUROCIÊNCIA PODE SER APLICADA AO DESENVOLVIMENTO DA LIDERANÇA? Mónica Rodrigues, Consultant na Mindflow * We gamify your training!
Aqui ficam três sugestões: compreender o poder da neuroplasticidade na aprendizagem de novos comportamentos promotores da resiliência; desenvolver a capacidade de storytelling para renovar a sua «visão» e imaginar oportunidades no futuro; promover uma cultura de confiança dentro da organização – a confiança (e não o medo), é a chave da motivação e conduz ao empenhamento e à colaboração. Comece por Si. De dentro para fora. E sinta o poder transformador. O cérebro, a Mente e o Corpo – uma trindade única.
*1- Does Emotional Intelligence Depend on Gender? A Study on Undergraduate English Majors of Three Iranian Universities, Maryam Meshkat, Reza NejatiFirst Published August 30, 2017, https://doi. org/10.1177/2158244017725796