O progresso nas tecnologias da informação e da comunicação mudaram radicalmente o nosso dia-a-dia, tanto a nível pessoal como profissional. Existem muitas vantagens e novas ferramentas, mas, como qualquer ferramenta usada pelo ser humano, é também susceptível de ser utilizados para fins ilícitos de qualquer tipo.
Diariamente sabemos de casos de ameaças através de vírus ou programas de computador (malware) que circula livremente pela internet instalando nos nossos dispositivos. Às vezes eles tentam causar danos aos computadores e redes de computadores, às vezes eles tentam roubar informações ou espiar-nos (Spyware). Estas mesmas ameaças são reproduzidas por ataques dirigidos por humanos (hackers) que os realizam com objetivos idênticos.
As motivações e propósitos desses atos criminosos podem ser tantos como os autores que os promovem. Em alguns casos, será obter informações para vender, plagiar ou chantagear e, em outros casos, será satisfazer um mero ego “intelectual”.
Do mesmo modo, os crimes tradicionais encontraram nas novas tecnologias um terreno fértil para inovar e ampliarem-se. Aos crimes tradicionais e falsificações de identidade encontraram novas variáveis como o phishing. Também outro horrível crime como seja o de obter material sexual de menores, praticar o assédio ou abuso sexual (grooming) encontrou um terreno propício, já que através do correio eletrônico, mensagens instantâneas ou redes sociais, os criminosos podem contatá-los induzindo os menores em erro por meio de perfis falsos e, o que é mais preocupante, sem que os adultos possam perceber e controlar. Mais grave ainda quando as tecnologias servem para troca de material sexual de menores para e por pedófilos.
Apesar de ser o mesmo tipo de crimes, o número de vítimas em potencial é perigosamente maior, devido à facilidade de acesso aos menores e a possibilidade de manter, o delinquente, no anonimato.
Elsa Veloso
Advogada, DPO e Certified Information Privacy
CEO da DPO Consulting |ev@dpoconsulting.pt