LARA SILVA SANTOS

Começou a sua carreira como Auditora na PWC e trabalha na Banca de Investimento há mais de 14 anos. Em pleno covid arriscou sair da sua zona de conforto, com um projecto de Life & Executive Coaching em paralelo com a sua actividade profissional. E, ainda publicou um livro sobre Amor. É a sua capacidade de transformar numa sinergia positiva a diversidade destes dois mundos – Banca e Coaching – que a motivam e diferenciam.

Economista, trabalha também como Life Coach e Executive Coach e ainda é autora de um livro. Licenciou-se em Gestão e tirou um Mestrado em Ciências Empresariais. Apesar de hoje considerar que talvez aquele mestrado tenha sido um passo um pouco prematuro na sua carreira académica, é curioso que o tema da sua tese tenha sido “O reflexo da liderança ao ritmo da MIT Sloan Management Review”, “tendo-se revelado uma aprendizagem incrível como primeiro contacto sobre este tema tão vasto e intenso.”

Entre ofícios e desafios vários, iniciou o seu percurso profissional como Auditora. Passado algum tempo, entrou no antigo Banco Espírito Santo como Trader de Mercado Cambial, experiência única: “foi sem dúvida o sonho da minha vida, foram tempos incríveis.” Ainda no mesmo banco, teve oportunidade de experienciar outras áreas de atuação, exercendo atualmente a função de Financial and Business Consultant. A par com esta evolução profissional, investiu sempre na sua formação académica, tendo mais tarde tirado um Mestrado em Finanças (Católica Business School), e posteriormente uma certificação em Coaching (Erickson Internacional Coaching, creditada pelo ICF). Recentemente, lançou o seu website www.larasilvasantos.pt. “Este projeto foi mais um desafio, o site foi divulgado nas redes sociais no primeiro minuto do ano de 2022. Abri uma nova dimensão neste ano cheio de desafios e conquistas, tendo sido o culminar de um processo natural aquando da minha formação em coaching. O coaching para mim é algo muito sério e que deve ser tratado de forma profissional. Como não tenho qualquer dependência financeira do exercício do coaching permite-me usufruir do meu hobby de uma forma plena e não ter a pressão da necessidade comercial.”

COACHING

“A minha carreira e desenvolvimento de competências nos primeiros 10 anos da minha vida profissional foi, sem dúvida, completamente centrada na área de gestão financeira. Aquilo que eu fui percebendo, através de uma evolução natural dos projetos que ia abraçando e pela observação das pessoas de referência que seguia, é que o elemento diferenciador era a combinação homogenia e equilibrada de um conjunto de hard and soft skills. E mais uma vez, num processo de expansão da minha zona de conforto comecei a experimentar e a tornar-me o mais permeável possível a novos inputs, e foi aí que surgiu a programação neurolinguística, o storytelling, a escrita criativa, publicação do meu livro e o coaching. Comecei a descobrir um novo mundo que começou como um hobby ao qual inicialmente devo confessar que fui até bastante resistente, e que por magia passou a ser um desafio incrível na medida em que assumiu um papel de complementaridade das minhas hard skills. Ou seja, não são duas dimensões diferentes, são duas dinâmicas sinergicamente complementares. Consigo articular com sucesso, mas muito trabalho e muita ginástica de agenda pessoal e familiar, estas duas dimensões profissionais. É obvio que isto requer muita disciplina nos horários, mas sobretudo a maximização da minha produtividade. Tem sido uma aprendizagem constante de dia para dia. O coaching surge na minha vida através de um acaso do universo. Quando comecei a explorar esta área, conheci uma pessoa incrível, com um reconhecido percurso profissional, no meu primeiro curso de programação neurolinguística e, entre conversas e partilhas esta pessoa ofereceu-me um pack de sessões coaching para experimentar. Eu simplesmente adorei! Apesar de ser uma pessoa com um mind set completamente racional, acredito que devemos “devolver” estas coisas ao universo e continuar a contribuir para tornar possível esta “cadeia de coisas boas”. É por isso que, muitas vezes, ofereço vouchers de coaching, numa tentativa de retribuição do que me foi dado através desta oportunidade. Não é tempo “oferecido”, é tempo “retribuído”.

A BANCA

“A minha aventura na área da banca de investimento começou ainda na faculdade com um “Jogo da Bolsa”, em que semanalmente tínhamos de fazer apostas de investimentos, validadas através do Jornal de Negócios (outros tempos…) E o meu grupo venceu o concurso! Fiquei felicíssima até perceber que o prémio era um perfume. O prémio era de facto bom, mas naquele momento da minha vida o que eu queria mesmo, mesmo, mesmo era um estágio! Temos de analisar as coisas à luz daquela altura, onde o LinkdIn não existia e o networking fluía de uma forma muito diferente da que observamos hoje e, por isso, o estágio era sem dúvida o meu target. O problema foi encher-me de coragem para ir ter com a professora para lhe dizer isto! Hoje parece simples, mas para a Lara daquele tempo era bem diferente. Quando o não é garantido, temos de arriscar. É sem dúvida da nossa responsabilidade comunicar ao outro o que queremos, e não esperar que seja o outro a adivinhar. O feedback felizmente foi positivo e o estágio também! Tive a melhor a experiência da minha vida, ao ponto de querer voltar. Fui Trader de Mercado Cambial e de Taxa de Juro durante 14 anos, e só agora recentemente é que abracei um novo projeto, ainda no sector financeiro, como Financial and Business Consultant, novamente fora da minha zona de conforto, mas que se revela de dia para dia cada vez mais desafiante e uma forma de amplificar e diversificar o meu conhecimento do negócio da banca na ótica da gestão. E é mais um exemplo de que não podemos ficar presos só ao que conhecemos, porque o “mundo lá fora” pode-nos sempre surpreender. Se queremos resultados diferentes, temos de nos propor a fazer coisas diferentes e ultrapassar o medo do desconhecido.”

O LIVRO

“Como Recuperar de um desgosto de Amor em 15 dias.”

“Agora é aquela parte em que digo que foi uma brilhante estratégia de marketing! Mas de facto não foi. A caminho da segunda edição, estas páginas estiveram vários anos arrumados na gaveta… A nossa geração está formatada para não mostrar vulnerabilidades, mas eu hoje acredito que os verdadeiros momentos chave da nossa mudança e consequente crescimento estão na adversidade e na forma como os transformamos. E este foi um caso, claro de como uma tão normal e mundana e ilusão de amor se transformou em algo incrível. Ainda hoje não sei como, mas quando dei por mim, escrever passou a ser o meu hobby, e este desastroso tema, o alvo predileto do meu humor. E aqueles pequenos textos de piadas entre amigas começaram a ficar sarcasticamente mais sérios, e aquelas páginas que nasceram de uma história verdadeira, mas sem qualquer importância, rapidamente ganharam vida própria descolando-se por completo das personagens originais para passarem a ser não a “minha história”, mas a “historia de qualquer pessoa”. São várias histórias, várias personagens, vários sentimentos, expectativas e muitas, muitas realidades. O que é engraçado é que já escrevi várias coisas na minha área profissional e não tiveram esta magia… Às vezes é o mais inesperadamente humano e vulnerável acaba por criar uma empatia incrível e despertar mais interesse.

PS: Vale sempre a pena acreditar no Amor.”