Depois de cerca de 20 anos na Banca em Portugal e na América Latina, Fátima Ribeiro decidiu apostar na área do coaching, enquanto aluna do Programa de Coaching Executivo no INCAE – Business School, em 2016. O histórico de vários anos de experiência no ensino e a proximidade com a América Latina, depois de vários anos a viver no Panamá, criaram as oportunidades para a expansão do seu negócio, não só em Portugal, mas também ao redor do mundo.
De acordo com a líder, o espírito curioso e a vontade de aprender são características que a descreveram em pequena e que continuam a marcar a sua experiência na vida adulta.
O discernimento da pequena líder para convencer uma amiga mais velha a inscrever-se na biblioteca e partilhar os livros consigo já deixava vislumbrar a motivação pelo conhecimento que, somada à familiaridade com o setor comercial, já presente na família, tornou a licenciatura em Economia, no momento de decisão, uma escolha óbvia.
A ambição e a afinidade com as ciências sociais, que a levavam a imaginar-se num ambiente corporativo e que a deixavam confortável com o percurso profissional na banca, foram também, curiosamente, o ponto de partida para uma carreira enquanto coach, anos mais tarde.
A curiosidade pela área do Coaching nasceu, então, de uma formação sobre a metodologia, patrocinada pelo Millennium BCP, onde trabalhava, que a deixou a pensar “no impacto desta metodologia no desenvolvimento do potencial dos colaboradores” e em como esta abordagem podia ser uma mais-valia para os líderes, refere.
Contudo, a experiência fundadora do amor pelo ensino e acompanhamento profissional, a experiência com a docência, sobretudo de disciplinas ligadas à área financeira, mas úteis para criar o à-vontade e uma ambientação a métodos de ensino, já começara bem antes, logo após o término da licenciatura.
Para Fátima, conjugar o trabalho no banco com o ensino e formação profissional tornara-se um momento motivador e energizador, mas também, em última instância, algo cansativo e de difícil conciliação.
Ainda assim, a difícil escolha de priorizar a carreira bancária não a afastou totalmente do acompanhamento profissional – a notável afeição pelo ensino e formação levaram-na a liderar sucursais, onde pontualmente dava apoio a estágios universitários de verão e integrava colaboradores provenientes de áreas técnicas na área comercial.
Coincidentemente, a residência no Panamá, onde trabalhou na área do private bank foi também a oportunidade de progredir academicamente, com o ingresso num MBA parceria entre a Universidade do Chile e a Quality Leadership University.
Dedicada em retirar o maior proveito de todas as exeriências, não só concluiu o programa com distinção como visitou os EUA para participar de um seminário, de onde resultou uma pesquisa e um estudo de caso no âmbito da administração estratégica, premiado internacionalmente e publicado em Harvard Business Publishing.
Posteriormente elaborou também um projeto de investigação relacionado com o coaching, a lideranca e soft skills.
Longe de ser apenas uma coincidência, desta vez, Fátima já despertara para a importância “do coaching no desenvolvimento organizacional”, o que só acelerou a vontade de mudar de carreira.
O ano de 2016 é, portanto, o do salto para o coaching. Já afastada do private banking, mas ainda bastante ligada às áreas da gestão e negócios, Fátima frequenta o Programa de Coaching Executivo no INCAE – Business School.
De acordo com a líder, a vontade de aprender e a oportunidade de poder fazer cursos e acompanhar algumas pessoas ilustres na área, como são Marshall Goldsmith e o professor Peter Hawkins, impactaram o seu desenvolvimento profissional e motivaram-na a especializar-se em Coaching de Equipas pela Global Team Coaching Institute.
Segundo Fátima, o investimento efetuado na sua carreira traduz-se na acreditação e reconhecimento do percurso como coach profissional certificada tanto a nível nacional como internacionalmente.
Fátima acredita e concorda que o acréscimo de responsabilidades dentro de qualquer cargo é algo que potencia “uma jornada de aprendizagem contínua e maestria pessoal”.
Participa como membro na International Coahing Federation, desde a sua formação como coach, tornando-se posteriormente membro da direção do capítulo do Panamá por dois períodos consecutivos.
Esta conexão com a organização e a criação do seu projeto de raiz, que envolveu para esta líder estudar com mestres de referência, não só lhe deram a certeza do novo caminho profissional, como também a ensinaram a “estar grata por todas as experiências e vivências, e a olhar cada dia como uma oportunidade”, acrescenta.
Como tal, Fátima nunca deixa de valorizar as suas experiências anteriores – a académica e a profissional, que a “ajudam a compreender os desafios de diversos sectores de actividade e das diferentes áreas de negócios e de uma organização” e lhe dão o reportório prático destes conhecimentos, respetivamente – antes pelo contrário. Soma à sua experiência profissional “o gosto pelo ensino e pela partilha de conhecimento”, o que resulta num programa de coaching de qualidade e no qual tem confiança.
Nunca deixou de pensar no ensino e, talvez por isso, direciona os seus estudantes de programas de formação executiva e universitária a valorizar “a curiosidade, a reflexão crítica e a aprendizagem contínua” da mesma forma como apoia os seus clientes.
o seu trabalho enquanto coach prende-se a uma “perspetiva de curiosidade e de confiança no potencial dos clientes”
Cada processo é diferente e individualizado, de acordo com o perfil e objetivos dos clientes, flexível a mudanças. Da base de trabalho, que é a curiosidade e a confiança no potencial do cliente, Fátima apoia-os na expansão da autorreflexão e autoconsciência, da consciência sobre os outros e sobre os “diferentes níveis dos seus sistemas”, assegura.
Os valores pessoais não só interferem como devem guiar o trabalho do cliente –
“o propósito pessoal, o legado e os valores quando expressados são uma inspiração para a definição da estratégia”
Tanto no trabalho com um cliente como no acompanhamento de um aluno, no âmbito da liderança e gestão de pessoas, Fátima procura que a “aprendizagem tenha o potencial de ampliar a consciência, de inspirar, de gerar uma visão sistémica”. Por isso, num perfil mais pragmático, esta líder privilegia a interação da teoria com a prática, usando exemplos do dia a dia e estudos de caso.
A liderança passa por acreditar e desenvolver a autoconsciência, a confiança e a inteligência emocional.
À semelhança de outros profissionais que admira, Fátima pretende manter-se ativa “ao longo de anos”, confessa – tornar-se um agente de mudança e contribuir para a evolução dos outros.
Tem vários sonhos, pessoais e profissionais, entre eles o doutoramento e o aumentar do seu impacto nas pessoas e nas organizações, nacional e internacionalmente.
Deste modo, Fátima procura criar e desenvolver relações com os outros a nível pessoal e organizacional. E incentiva em outros o desenvolvimento de relações de mentoria, de patrocínio e de alianças com stakeholders chave.
Fatores como a consistência, a persistência, a resiliência, um propósito claro, a gestão emocional e uma boa gestão da ansiedade e da incerteza são também essenciais para o desenvolvimento da liderança
Para as mulheres, de uma líder para várias líderes:
“Acreditem em vocês, rodeiem-se de uma sólida rede de apoios a nível pessoal e profissional, abram-se ao mundo e expressem as vossas opiniões e desejos. Comprometam-se com as possibilidades e vivam os vos- sos sonhos!”
A vida “é uma viagem de aprendizagem” e, mesmo em situações difíceis ou desafiantes, cada dia é uma oportunidade de evolução em direção ao nosso propósito e objetivos.