A mentora e analista corporal é fascinada pelo ser humano desde que se lembra — as suas individualidades, interações e motivações. Após uma busca formativa intensiva, dedica-se a ajudar as pessoas a encontrar o seu caminho e a preencher o seu potencial.
Todos nós já nos questionamos, pelo menos uma vez na vida, sobre o nosso lugar no mundo, a nossa missão e onde nos encaixamos, seja a nível pessoal como a nível profissional. Sara Colin pretende ajudar a responder a essas perguntas. Fundadora do SCTM – Training and Mentoring, a mentora e analista corporal ajuda as pessoas a alcançarem todo o seu potencial.
Desde cedo que Sara olha para o mundo como “um grande sistema de interações sociais”, onde as pessoas com quem nos cruzamos nos deixam sempre com alguma aprendizagem, memória ou transformação. Essa curiosidade pelas interações humanas, a mente e os estímulos que direcionam as nossas escolhas, levou-a ao curso de Relações Públicas, no INP — Instituto Superior das Novas Profissões.
Foi nessa área que iniciou a carreira profissional, passando pelo departamento de Relações Públicas do Casino de Lisboa e pelo departamento comercial do Holmes Place. Estas experiências permitiram que se aproximasse de pessoas de diversos contextos diferentes. Percebeu, cada vez mais, que o ser humano “é extremamente complexo, interessante e desafiador.”
Mais tarde, decidiu especializar-se em gestão de equipas, pois percebeu que “estar à frente de uma equipa é muito mais que chefiá-la ou fazê-la chegar aos números propostos, é conseguir criar uma sinergia em que todos sabem e sentem que estão a caminhar numa direção comum.” A partir daí, a procura por mais formação e conhecimento na área do desenvolvimento humano foi contínua – workshops, cursos, seminários, tudo o que encontrava sobre o tema.
Apesar de saber que seria trabalho árduo, criou a SCTM, que começou por ser mais direcionada para a formação em competências comportamentais, em áreas como a liderança e a produtividade. No entanto, a formação parecia insuficiente para Sara. Nesse sentido, criou o Life Balance, um serviço de mentoria que analisa a vida como um todo, com foco nas principais 8 áreas que a compõem: “Em cada uma delas são trabalhados os pontos fortes, os bloqueios, os medos, os conflitos e as aspirações de cada cliente. O objetivo é que consigam crescer de forma equilibrada em todas as áreas da sua vida”, explica.
Ambiciosa e com vontade de melhorar constantemente, os resultados positivos não foram suficientes: “O caminho da transformação e do autoconhecimento profundo pode ser longo e confuso, pois é um caminho que necessita de muita vontade e compromisso. Nem sempre é um caminho claro, óbvio, simples ou facilmente acessível”, por isso queria um processo “mais imediato, mais simples, mais prático” e que permitisse uma maior autonomia aos clientes.
Encontrou a solução na formação em Análise Corporal com O Corpo Explica, uma escola brasileira, “criadora da única ferramenta no mundo capaz de medir a percentagem de cada traço de carácter e explicar como uma pessoa funciona, analisando apenas o formato do seu corpo e com isso resolver qualquer problema que esteja a enfrentar.”
Tornou-se assim uma das poucas pessoas certificadas em Portugal pelo O Corpo Explica e revolucionou todo o seu projeto inicial. Passou a poder considerar “os recursos, os bloqueios e os conflitos internos e individuais” que condicionam o comportamento humano, os relacionamentos e os resultados que alcança. “Porque tudo em nós está interligado, mente, corpo e emoções, e esse todo faz de nós um ser único”,
Sara criou o seu Método SER, “uma nova forma de consultoria de recursos humanos, completamente revolucionária, baseada na Análise Corporal dos Traços de Caráter”. Este método, de base científica, permite com a análise específica do formato do corpo “indicar com muita precisão como funciona a mente da pessoa analisada, o que possibilita identificar quais os seus maiores recursos e bloqueios.”
Esta informação permite a cada colaborador ser mais autónomo, pois consegue mais facilmente “identificar situações que possam estar a condicionar os seus resultados e agir com muita maior agilidade”. É também relevante para as empresas, que podem fazer um recrutamento muito mais eficaz, “uma distribuição de tarefas muito mais assertiva”, bem como aumentar a produtividade e reduzir o absentismo e o turnover. Sara acredita que esta é uma nova forma de olhar para os recursos humanos e conseguir “uma organização baseada na individualidade”.
Segundo a mentora, cada vez mais pessoas procuram “o sentido da vida e querem viver de acordo com ele”, e as mulheres não são exceção. 20 mil alunos da escola O Corpo Explica são mulheres, o que representa 77,5 %. O papel da mulher na sociedade foi mudando bastante ao longo dos tempos. Passou de “apoio familiar, gestora do lar, cuidadora e educadora” para abraçar outros desafios em áreas diversificadas do mundo do trabalho. Essa transformação levou à dupla exigência: “mulher que é a gestora do lar e mulher que é a profissional de excelência.” E essas expectativas não partem só do exterior mas da própria mulher, gerando um “peso tremendo.”
É necessário encontrar soluções para este desequilíbrio, é preciso alternativas, afirma Sara. “Há que estabelecer acordos que possam dar resposta às necessidades apresentadas, tanto de um lado, como do outro.”
Por isso mesmo é que o dia 8 de março é tão relevante, porque comemora a luta do que tinha e tem de ser mudado. “É uma luta de evolução”. Mas mais importante ainda do que festejar o dia é perceber os desajustes e procurar a solução.
Em Portugal, as áreas de desenvolvimento humano estão em “profundo crescimento”. Contudo, não é fácil fazer mudanças repentinas, “não é fácil mudar a perspetiva e o funcionamento de tudo aquilo que conhecemos.” A abertura para este tema em Portugal ainda não é comparável à de outros países, como o Brasil, exemplifica Sara, mas tem ganho cada vez mais visibilidade, o que permitirá o surgimento de novas propostas dentro desta área. Para a mentora, a crise sanitária veio intensificar a necessidade de incluir técnicas de desenvolvimento humano na dinâmica das empresas, “na medida em que trabalham a resiliência dos colaboradores, preparam-nos para dar respostas mais assertivas e eficientes às necessidades e aos desafios e tornam-nos mais autónomos.”
Para além disso, introduzem uma componente emocional ao processo do trabalho que, para Sara, tem sido muito descurada. É essencial que as empresas comecem a ver os seus colaboradores para além das suas competências técnicas e das habilidades que têm no currículo, porque “cada um dos colaboradores é também um ser social, inserido numa sociedade que se relaciona entre si e que não é indivisível.” Para o futuro, Sara Colin quer ter ao seu lado cada vez mais analistas corporais e assim revolucionar o mercado da consultoria de recursos humanos e a forma de se estar na vida.