COMO A SEDE POR UMA “NOVA AVENTURA” AS LEVOU AO TOPO DA IWT

Susana Fernandes e Diana Ivo, Administradoras e Acionistas da IWT

Diana Ivo e Susana Fernandes conheceram-se quando trabalhavam na mesma empresa, mas decidiram seguir caminhos diferentes. Contudo, anos depois, cruzaram-se mais uma vez quando adquiriram uma empresa focada na “gestão e utilização sustentável da água”, a qual lideram em conjunto atualmente.

Iniciar um novo desafio: foi isto que levou Susana Fernandes e Diana Ivo a juntarem-se e a adquirirem a IWT – International Water Technology, em 2021. Esta firma portuguesa “atua no ciclo urbano da água”, fornecendo inúmeros produtos e soluções que “garantem uma gestão e utilização sustentável da água”, como é referido no seu website.

Ambas naturais da cidade de Faro, Susana Fernandes, de 47 anos, e Diana Ivo, de 30 anos, detêm atualmente as funções de administradoras, na IWT. Mas como é que chegaram aqui?

Desde sempre que Susana mostrava um interesse pela área da gestão, tendo escolhido tirar uma licenciatura em Gestão de Empresas pela Universidade do Algarve. Posteriormente, decidiu deixar para trás a sua região de nascença e ir em direção a Lisboa, onde fez uma pós-graduação em Mercados Financeiros no ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa), a qual terminou em 1998. A administradora de 47 anos optou por esta área da gestão visto ser “a que mais a cativava”. Contudo, não conseguiu estar muito tempo longe de Faro, tendo regressado aí pouco depois pelo facto de esta cidade “ter uma melhor qualidade de vida” e também porque era onde “queria constituir família”, admite.

Ainda em 1998, Susana iniciou o seu percurso profissional ao trabalhar no Grupo Hubel, como controler, tendo posteriormente assumido o cargo de diretora do Departamento de Tesouraria e Controlo de Crédito. Vários anos depois, já em 2013, como afirma, a gestora saiu deste grupo e, numa mudança de 180 graus, decidiu investir na produção de frutos vermelhos do Algarve, algo que durou até 2021.

Para Susana, estes anos foram “muito gratificantes” e “de aprendizagem, de muito trabalho, mas também onde se criaram laços de amizade com colegas que ainda hoje se mantêm”. Para além disso, caracteriza a experiência como “muito enriquecedora em termos de gestão de recursos humanos” e também “interessante” a nível agronómico, pois pôde “ver a perspetiva do lado do produtor”, assim como lhe permitiu entender “o quanto é importante fazer uma gestão eficiente da água”. Apesar destas vantagens, não faltavam adversidades neste ofício: Susana admite que é “um tipo de trabalho em que deixamos de ter horários”, o que dificulta a conciliação “com a vida familiar e com dois filhos pequenos.”

Com um percurso (surpreendentemente) semelhante ao de Susana, Diana licenciou-se igualmente em Gestão na Universidade do Algarve e, em 2013, deu início à sua carreira profissional também no Grupo Hubel, onde começou a trabalhar na área da gestão como estagiária. Três anos depois, “já com alguma experiência profissional e com uma renovada perspetiva do ensino”, afirma, a administradora de 30 anos decidiu tirar o mestrado em Gestão de Empresas, na Faculdade de Economia da Universidade do Algarve. Durante este período, continuou a colaborar neste grupo, onde permaneceu até 2018.

Posteriormente, durante dois anos, colaborou com uma empresa do HT – Group. Diana afirma que este período a fez “crescer bastante, tanto a título pessoal, como profissional”, visto que, por um lado, permitiu-lhe “alcançar uma visão holística do que é gerir uma empresa, os seus recursos e o modo de tomada de decisões”, e, por outro, apesar da pandemia, 2020 foi “o melhor ano da [sua] vida” pelo facto de ter sido quando viu nascer o seu filho.

Tendo ambas passado pelo Grupo Hubel, foi aí que as administradoras se conheceram. Em 2021, enquanto Diana regressava da licença de maternidade, “altamente motivada para iniciar um novo desafio”, refere, Susana deixava o seu trabalho relacionado com a produção de frutos. Os seus caminhos voltaram a cruzar-se quando adquiriram a empresa IWT, juntamente com João Viegas, e, assim, “começou esta nova aventura”, expressa Susana.

Deste projeto embrionário, que contava com três acionistas, surgiram mais 17, com uma vontade e motivação surpreendentes. Todos os acionistas são colaboradores da empresa, que conta atualmente com 35 colaboradores.

Inicialmente, a empresa contava com João Viegas na área técnica e Susana na área financeira, enquanto Diana era responsável pela “pasta da gestão”, refere a gestora de 30 anos, e, durante estes últimos dois anos, elas assumiram ambas a direção-geral da IWT, tendo-se envolvido “ativamente em todos os departamentos”, algo que consideram “um constante desafio diário, dada a complexidade da [sua] área de atuação, no que respeita a serviços e soluções”. O acionista João Viegas passou a assumir a Direção Comercial e de Orçamentação.

Atualmente, a empresa representa marcas internacionais, “algumas em exclusivo”, o que permite “apresentar soluções integradas ao cliente através da execução de obras e comercializar individualmente produtos”.

As acionistas destacam que a IWT possui alvará de obras públicas e a “maior parte das suas receitas” provém de entidades públicas de portuguesas. Igualmente, a empresa trabalha com entidades privadas, salientando as administradoras que, por exemplo, em 2022, “o mercado da hotelaria começou a ganhar expressão no [seu] volume de negócios”.

Desde contadores de água e sistemas de filtração para tratamento e reutilização de água (entre muitos outros produtos) até à sua participação em “obras de grande relevância para a comunidade”, tais como a “Reabilitação de Central de Tratamento de Água Salgada – Porto de Pesca de Sines”, a “Requalificação da tubagem hidráulica na câmara de manobras das Piscinas Municipais de Barcarena-Oeiras”; ou a “Execução da Estação de Filtração de Baixa Pressão – Vila Fria”, é vasta a gama de equipamentos e intervenções da IWT, que permitem cumprir o seu objetivo de “diferenciação pela qualidade”, admitem as acionistas.

Susana e Diana referem que a atuação da IWT tem tido uma ótima receção no mercado e tem feito “ganhar a confiança dos clientes”, visto também estar a crescer “na área das intervenções/manutenções, dentro das áreas de eletromecânica e hidráulica”, graças à “qualidade do [seu] departamento de auto- mação e fabrico de quadros elétricos”, com engenheiros que “’desenham’ soluções diferenciadoras.”

Mais recentemente, “para dar resposta às necessidades do mercado e do nosso mundo, a IWT investiu num departamento especializado no tratamento de água, tendo como objetivo o aproveitamento das fontes alternativas de água, proveniente da reutilização das águas residuais tratadas ou de dessalinização.”

“Como vivemos num mundo cada vez mais tecnológico, temos de ter a capacidade de acompanhar a sua evolução e as necessidades que passam pela nossa área de atuação: redução das perdas de água. Como tal, temos uma equipa de I&D focada no desenvolvimento do nosso software Flowision, uma plataforma que auxilia entidades gestoras e distribuidoras de água potável na deteção de per- das de água e na respetiva faturação.”

De acordo com as acionistas esta empresa destaca-se das demais porque a sua “preocupação” fulcral consiste em “apoiar o cliente na conceção da solução mais adequada, através da [sua] assessoria e aconselhamento técnico” – o que faz com que obtenham “a satisfação dos clientes e a respetiva fidelização” –, sendo um outro “foco” a “qualidade do serviço”. E esta qualidade é aparente, pois as administradoras elogiam os seus recursos humanos (e os seus conhecimentos), considerando-os até uma “grande mais-valia” da empresa:

“Fazemos parte de uma equipa da qual muito nos orgulhamos e todos somos peças importantes!”

Na verdade, Susana e Diana salientam que “um dos fatores fundamentais para o sucesso” da IWT consiste no facto de possuir “uma equipa unida, multidisciplinar e com um know-how consolidado” na sua área de atuação, o que lhes “dá garantias de apresentar[em] soluções diferenciadoras e à medida dos [seus] clientes”. De certo modo, isto é o que “dá motivação para continuar[em] a trabalhar e a crescer diariamente”, referem.

“Desde o corpo de engenharia a acompanhar, compreender e solucionar as necessidades dos clientes, à equipa técnica de campo a executar de forma exemplar os trabalhos. […] Claro que não nos podemos esquecer de toda a equipa de back-office que dá todo o suporte à restante equipa.”

Mesmo atualmente, Susana e Diana procuram “tornar as equipas coesas” ao fomentar “constantemente sinergias e a partilha de conhecimentos entre os recursos humanos”

“O trabalho de equipa e a partilha são essenciais para o sucesso de uma organização”

Cada trabalhador tem “as suas características” e os indivíduos responsáveis pelas equipas devem “conhecê-las e valorizá-las”. Desta forma, deve-se “saber ouvir os outros e motivá-los”, pois “só assim podemos chegar todos mais longe”, reiteram as administradoras.

Tanto Susana como Diana chegaram muito longe na IWT, onde detêm atualmente os cargos de administradoras. Como colegas, as acionistas referem que ambas se complementam “tanto nos conhecimentos como na personalidade” e motivam-se “mutuamente” na sua evolução e crescimento: “O que nos une é a nossa amizade e cumplicidade.”

Apesar de a gestão ser uma área onde predomina o género masculino, as gestoras revelam que nunca sentiram discriminação neste ramo e, “pelo contrário, o [seu] trabalho sempre foi reconhecido”. Embora o sexo feminino represente apenas 25% da IWT, as administradoras admitem lidar “diariamente com muitas mulheres noutras organizações, em cargos que maioritariamente são exercidos por homens”.

Sendo responsáveis por uma empresa, Susana e Diana demonstram que as mulheres apresentam muitas vantagens a nível da liderança: evidenciam “sentidos diferentes dos homens”, como “mais empatia, o sentido do cuidado, flexibilidade e talvez mais paciência”, e têm também uma “maior preocupação em conhecer as opiniões dos colaboradores, valorizando o debate e a divergência de opiniões para o sucesso de um projeto”. Contudo, não advogam uma “gestão exclusivamente feminina”, visto que “cada um tem as suas valências, independentemente do género”.

“É importante deixarmos claro que nenhum líder ou colaborador deve ser escolhido pelo género, mas sim pelas suas competências”

De maneira a ter sucesso em qualquer empresa como mulher, as acionistas salientam que é importante não ter “qualquer receio de mostrar as suas valências” e “fazer o seu trabalho com profissionalismo, dedicação, respeito pelos outros e integridade”. Já em cargos de liderança, admitem que “não deve haver rivalidades”, as quais “não acrescentam valor”, confessam, “mas sim interajuda e respeito”.

No topo da IWT (e das suas carreiras), Susana Fernandes e Diana Ivo têm grandes planos para o futuro da firma: referem que querem “fazer crescer e valorizar a empresa” e que esta seja “líder no mercado de tratamento, abastecimento, distribuição e reutilização de água” e também “uma referência pela eficiência e excelência das suas soluções, produtos e serviços”, priorizando sempre “um crescimento económico amigo do ambiente e das pessoas.”