Iniciou o seu percurso no mundo empresarial, tendo ocupado um cargo de liderança, mas foi no mundo do coach que descobriu a sua missão: ajudar as pessoas através de um método mais sistémico valorizando as suas emoções mas sem nunca desconsiderar o passado.
As primeiras memórias de Ana Antunes no âmbito da gestão de empresas remontam à sua infância, quando brincava com os dossiers de trabalho do pai e “estragava alguns trabalhos com os vistos de lançamento a vermelho da contabilidade”. Anos mais tarde, os famosos “testes de aptidão profissional” pareciam confirmar tal suspeita: “apontaram para a área a da contabilidade e da gestão”. Ana seguiu-as, ainda que hoje desconfie que o fez, sobretudo, por inspiração do trabalho realizado pelo pai. As primeiras experiências deram-se, por isso, em funções administrativas e de liderança. Foram os anos passados enquanto diretora geral de uma empresa que conferiu a Ana os conhecimentos essenciais para traçar uma visão estratégica para aquele que seria o seu próximo projeto, o seu próprio negócio.
“Foi uma decisão ponderada, pois fez com que eu deixasse a minha situação financeira estável, ainda assim, sei que foi a melhor decisão que poderia ter tomado. Quando iniciei o projeto, fui fazendo apenas contabilidade e seguros, o que me levou a trabalhar com empresas e, com isso, percebi que havia necessidade de dar um suporte diferente.” Como resultado dessa observação, Ana começou a fazer consultoria e formação, embora rapidamente se tenha apercebido de algumas falhas no processo, que estava muito dependente do consultor. No caso das formações, estas nem sempre tinha o efeito pretendido, ou seja, perdurar no tempo. Foi, portanto, no seu desenvolvimento e necessidade de aprofundar a real necessidade dos seus clientes que Ana foi procurar outras soluções.
Acabou por dar de caras com o coaching, tendo sido “convidada para fazer parte de um projeto de coachs apenas empresariais”. Anuiu de forma reticente devido a uma experiência menos positiva na qual participou e que envolvia a programação neurolinguística (PNL): “Verifiquei que a utilização tinha sido menos correta, pelo que eu estava de pé atrás para embarcar nesse processo de coaching, pois ele usava a PNL. Na realidade, eu tinha criado um trauma e uma crença que a PNL era má”, relembra.
Ana não consegue precisar quando ou como, mas entendeu que o coaching facilmente se podia assemelhar a outros aspetos da sua vida, como crenças ou valores profissionais existentes: “Tudo tem a utilização que nós lhe quisermos dar, negativa ou positiva. Eu é que decidia a forma como utilizo as ferramentas que tinha em meu poder.” Como tal, acedeu a entrar na viagem, a qual lhe permitiu descobrir a sua missão, ou, pelo menos, parte dela.
No início do seu trajeto no coaching, Ana apercebeu-se de algumas lacunas nos processos: “algo que não batia certo. Faltava uma abordagem mais sistémica de coaching, que me dava uma maior flexibilidade, e possibilidade de trabalhar em simultâneo empresas e pessoas.” Foi através dos treinos com Alex Paxeco que Ana Antunes começou a “entender a verdadeira diferença no coaching”, já que passaram a praticar uma “visão sistémica” e Ana compreendeu o que coaching “teria de ser mais do que um trabalho do hoje para o futuro. Era preciso mais.”
O “mais” que estava em falta surgiu, para Ana, através de um treino com Alex Paxeco, que hoje se chama Método Ação e Poder, ou MAP, o “divisor de águas” da sua vida: “Eu já tinha percebido que a minha missão estava incompleta, pois trabalhava as empresas, e as empresas são feitas de pessoas. Faltava-me como ajudar as pessoas”, reflete Ana. O método encontrado, defende Ana, “é um treino em que a pessoa vai ativar os melhores recursos que já possui e que, por algum motivo, andam esquecidas no inconsciente.” Sobre as particularidades do MAP, a coach garante que o grande efeito diferenciador é
o “treino ativacional” em detrimento de um “treino motivacional ou técnico”, podendo funcionar como um “botão on e off da motivação” – isto ao mesmo tempo que o indivíduo é confrontado com emoções, tais como medo, raiva, alegria, tristeza ou amor.
Ferramentas como “a inteligência emocional, a física quântica, programação neurolinguística, a reprogramação, o coaching, a psicologia positiva, entre outras,” são utilizadas no método aplicado por Ana, o que permite aos clientes levarem para a sua vida ferramentas instaladas no seu inconsciente que acabam por ser utilizadas de forma espontânea. Trata-se de “humanizar o processo” do coaching, através do foco no passado do cliente – o que anteriormente era visto como um entrave que dificultava o processo –, em oposição ao que acontecia com a abordagem mais “clássica” e até considerada “obsoleta”.
Apesar da actual crise sanitária, Ana Antunes prefere encarar a conjuntura como um conjunto de oportunidades, como é o caso do novo projeto que se prepara para iniciar no Porto: “Permitiu-me acalmar o ritmo, criar estratégia, estudar mais e começar a preparar outros trabalhos. Então eu diria que a pandemia, apesar do impacto financeiro menos positivo, trouxe outras vantagens muito grandes, que me permitirão arrancar com mais força ainda no MAP do Porto.” Na mesma linha, os últimos tempos foram aproveitados por Ana para “reinventar novos processos e formas de atendimento”, tais como o atendimento online – que tem permitido chegar a pessoas que, de outra forma, não conseguiriam.
As redes sociais são, aliás, plataformas que a coach explora ao máximo, dando resposta a objetivos que vão desde dar visibilidade ao projeto, expandi-lo internacionalmente, partilhar o conhecimento adquirido, dar a conhecer a sua história, o seu percurso, de forma a inspirar e, finalmente, proporcionar uma visão diferente da realidade a quem a segue.
Questionada sobre o impacto que a pandemia teve nas empresas e nas suas dinâmicas internas, Ana Antunes acredita que os empresários, cada vez mais, precisam de se focar nas pessoas, já que são elas que fazem as empresas: “Quando dou início a um projeto de coaching com uma empresa, sempre recomendo que as pessoas sejam inseridas no treino MAP, pois isso vai fazer diferença total na produtividade da empresa, no equilíbrio das pessoas, na gestão de conflitos, no absentismo, no trabalho em equipa, e poderia enumerar uma série de outros benefícios.”
No que respeita ao seu próprio futuro, Ana Antunes não o imagina sem o treino emocional que fez com Alex Paxeco, um projeto que casou em pleno com a sua missão, levando-a a estabelecer a meta de se tornar treinadora do Método Ação e Poder numa frente local. O sonho, que surgiu em 2014, está prestes a cumprir-se. “Nunca desisti e tenho uma máxima que usamos no MAP: persistirei até alcançar o êxito. E assim é!”